México: governo busca reduzir déficit com proposta de orçamento para 2025

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A administração da presidente mexicana Claudia Sheinbaum pretende reduzir o déficit fiscal no próximo ano por meio de uma combinação de cortes de gastos e um aumento nas receitas fiscais, de acordo com a proposta orçamentária apresentada nesta sexta-feira, 15, ao Congresso.

A redução do déficit é vista pelos economistas como uma das primeiras e mais urgentes tarefas da nova presidente, que assumiu o cargo em 1 de outubro. O antecessor e apoiador de Sheinbaum, Andrés Manuel López Obrador, aumentou o déficit no seu último ano de mandato, em parte para completar uma série de projetos importantes de infraestrutura antes de deixar o cargo.

A proposta de orçamento para 2025 prevê que as necessidades de financiamento do setor público - uma medida ampla do déficit fiscal - diminuam para 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 5,9% este ano. A dívida do setor público deverá se manter estável em 51,4% do PIB em 2025.

O total de despesas do orçamento propostas de 9,226 bilhões de pesos (US$ 453 bilhões) diminuiu 1,9% em relação a 2024, prevendo-se que os custos mais elevados de financiamento da dívida compensem parcialmente a redução de outras despesas, incluindo investimento. As receitas fiscais deverão aumentar 3% em relação a este ano, apoiadas pelo crescimento econômico e por medidas para reduzir a evasão fiscal.

"No geral, um orçamento difícil, mas não impossível de executar", disse Alberto Ramos, economista-chefe do Goldman Sachs para a América Latina, em nota. O ajuste depende fortemente de cortes nas despesas e "as receitas também podem decepcionar, dado que o crescimento real do PIB está provavelmente superestimado em pelo menos 1,5%, mas a administração pode eventualmente beneficiar de um peso mais depreciado e de preços mais elevados do petróleo", acrescentou.

A proposta orçamentária estima um crescimento econômico no próximo ano entre 2% e 3%, "apoiado por um mercado de trabalho sólido, um consumo privado robusto e elevados níveis de investimento público e privado", afirmou o Ministério das Finanças.

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A cúpula do PT classificou a tentativa de atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) com bombas como um episódio de terror. Também afirmou que o caso mostra que a extrema-direita representa um risco para a democracia e a para o País. As declarações estão em nota da Executiva Nacional do partido divulgada nesta sexta-feira, 15.

O PT se refere a Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, homem que atirou bombas contra a sede da Suprema Corte e depois explodiu um artefato sob a própria cabeça. O ataque foi na noite de quarta-feira, 13, em Brasília.

"O novo atentado contra o STF esta semana confirma dramaticamente os riscos que a extrema direita, seus métodos violentos e seu discurso de ódio e mentiras configuram, em escala crescente, para a democracia e o país. Não se trata de fato isolado, como pretendem falsear os chefes políticos e ideológicos dos extremistas. O novo episódio de terror encadeia-se na espiral de violência que eles incitam de forma coordenada e sistemática", afirma a cúpula petista.

A nota cita a tentativa de explodir um caminhão de combustível no aeroporto de Brasília no fim de 2022. Essa foi uma das ações de grupos bolsonaristas descontentes com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições daquele ano. Dias depois, grupos que queriam impedir a posse do petista atacaram as sedes dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

O partido pede punição a articuladores, mandantes e financiadores dos ataques, sob o argumento de ser uma medida imprescindível "para conter a ousadia da extrema-direita e impedir novos episódios e até mesmo uma escalada de terror e violência".

Segundo o PT, ainda há envolvidos no 8 de janeiro impunes "no Parlamento, na mídia e nas redes sociais". O partido se colocar contra o projeto de anistia para os acusados. De acordo com a sigla, esses grupos "condenam agora um atentado contra o alvo que eles mesmos apontaram". Os petistas também rejeitam a tese de que o episódio desta semana foi um caso isolado.

"O PT denuncia firmemente todas as tentativas de acobertar os responsáveis pela violência política e desviar o curso das investigações. Denuncia a hipocrisia dos que agora se apresentam como democratas, tendo sido cúmplices do desgoverno de Jair Bolsonaro", afirma a legenda.

"É pela intimidação e pela força bruta que a extrema direita interfere na vida política do País. Isso já estava claro na primeira campanha eleitoral de Jair Bolsonaro, defensor da ditadura, da tortura e dos torturadores, que usava os dedos em forma de arma como símbolo e encenava metralhar petistas nos palanques", declara a nota da Executiva do PT.

Militares do Exército dispararam contra uma pessoa que tentou invadir a Granja do Torto, casa de campo da Presidência da República, na noite desta quarta-feira, 13. Segundo o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o caso ocorreu por volta das 21h, uma hora e meia depois do episódio das explosões na Praça dos Três Poderes em Brasília.

Uma pessoa - cuja identidade e gênero não foram divulgados pelo GSI - aproximou-se do posto de serviço de um soldado. Após ser advertida para se afastar e não responder, o soldado, seguindo o protocolo, realizou um disparo de advertência para o alto com munição não letal.

Segundo o GSI, a pessoa fugiu, e buscas foram realizadas na área, mas ninguém foi localizado.

A residência é usada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para reuniões esporádicas e para encontros casuais, como a confraternização de fim de ano do governo em 2023.

No momento da explosão na Praça dos Três Poderes, o presidente Lula estava no Palácio da Alvorada, reunido com o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. Os ministros do STF Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Gilmar Mendes foram ao encontro de Lula. A "happy hour" já estava marcada, mas acabou se transformando em reunião de trabalho, com a presença de Andrei.

A segurança da Granja do Torto é realizada pelos militares do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP), responsáveis também pelo Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, e pelo Palácio do Jaburu, residência do vice-presidente.

A sequência de explosões que isolou a Praça dos Três Poderes na noite de quarta-feira, 13, entra para a lista de incidentes que trouxeram pânico à capital federal na história recente do País. Invasões de palácios com veículos, tentativas de atentados a bomba e até mesmo a tentativa de lançar um avião contra a sede do Poder Executivo também compõem essa lista, assim como uma tentativa de golpe de Estado.

Um dos casos mais icônicos na crônica política nacional foi a invasão do Palácio do Planalto por um ônibus durante o governo de José Sarney (1985-1990). Em 30 de maio de 1989, o motorista João Antônio Gomes roubou um ônibus na estação rodoviária e, sem enfrentar obstáculos, dirigiu até o Planalto. Por volta das 18h, ele invadiu o salão principal do Palácio com o veículo, causando destruição ao longo de 20 metros.

O incidente não deixou vítimas, mas arrancou vidraças, parte do teto e estruturas de alumínio até o ônibus se chocar contra uma coluna. O presidente José Sarney, que retornava de uma viagem ao interior de Minas Gerais, foi informado do ocorrido pelo chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), general Ivan de Souza Mendes. A Polícia Federal inspecionou o ônibus em busca de explosivos, mas nada foi encontrado.

Segundo reportagem do Estadão à época, o motorista estava alcoolizado e foi facilmente contido por quatro agentes da portaria, que inicialmente entraram em pânico ao ver o veículo subir a calçada pela contramão. Soldados armados do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP) só apareceram cerca de dez minutos depois, e o Palácio foi então cercado.

Em março do mesmo ano, um automóvel invadiu a entrada do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, enquanto Sarney dormia. O portão foi danificado, e o motorista também foi considerado alcoolizado.

Sequestro do voo 375

Em 29 de setembro de 1988, Raimundo Nonato Alves da Conceição, desempregado e endividado, sequestrou um Boeing 737 da extinta Vasp durante um voo entre Porto Velho e o Rio de Janeiro. Armado com um revólver, Nonato exigiu que o avião fosse jogado contra o Palácio do Planalto, em Brasília, em retaliação ao governo do então presidente José Sarney, a quem culpava por sua situação financeira.

O co-piloto Salvador Evangelista foi morto com um tiro na cabeça, mas o comandante Fernando Murilo de Lima e Silva permaneceu calmo e conduziu o avião sobre Brasília, sem permitir que o sequestrador localizasse o Palácio. Enquanto dois caças da Força Aérea monitoravam a aeronave, o piloto, ciente do pouco combustível, executou uma manobra aérea para imobilizar o sequestrador, que bateu a cabeça e perdeu a consciência.

Após quatro horas de tensão nos céus, o piloto conseguiu pousar o Boeing em Goiânia. Nonato recobrou a consciência e retomou o controle da situação, libertando alguns passageiros feridos, mas ainda mantendo 90 reféns sob seu poder por mais cinco horas.

Atentado a bomba no aeroporto de Brasília

Em 24 de dezembro de 2022, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) encontrou e desativou um explosivo deixado próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília, na Estrada Parque Aeroporto. O artefato estava em um caminhão próximo ao canteiro central da via, e equipes da PMDF, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Polícia Federal atuaram em conjunto para neutralizá-lo.

As investigações indicaram que o plano foi traçado em um acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, frequentado por apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro com intenções golpistas. Inicialmente, o objetivo era colocar a bomba perto de um poste de energia para afetar o fornecimento elétrico na cidade, mas os criminosos decidiram instalar o artefato em um caminhão carregado de querosene de aviação.

O motorista do caminhão notou um "objeto estranho" e alertou a polícia, que detonou o explosivo sem comprometer as operações do aeroporto.

Tentativa de golpe

Em 8 de janeiro de 2023, cerca de 3.900 apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro chegaram a Brasília para protestar contra a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. Desde o início do mês, mensagens em grupos de WhatsApp e Telegram convocavam manifestantes de todo o País a se reunirem na capital. Naquele período, muitos apoiadores acampavam em frente a quartéis do Exército pelo Brasil, incluindo Brasília.

Por volta das 15h, o grupo avançou sobre a Esplanada dos Ministérios e, pouco depois, vandalizou os prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto. Imagens mostram a Polícia Militar oferecendo pouca resistência, permitindo que os manifestantes ultrapassassem as barreiras de segurança e invadissem os edifícios públicos.

No mesmo dia, 209 pessoas foram presas em flagrante, e o número de detidos aumentou nos dias seguintes.