Trump anuncia Brooke Rollins para liderar o Departamento de Agricultura

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O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado, 23, Brooke Rollins, sua ex-assessora política, para liderar o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos em seu segundo mandato, a partir de janeiro.

"Brooke tem um compromisso incomparável com o apoio ao agricultor americano, a defesa da autossuficiência alimentar dos Estados Unidos e a restauração das pequenas cidades americanas dependentes da agricultura", disse ele em comunicado divulgado no X (antigo Twitter).

Segundo fontes, a escolha foi uma decisão de última hora e surpreendente, já que Rollins não estava entre os candidatos com experiência mais aprofundada no setor agrícola esperados para o cargo.

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Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), indiciado pela Polícia Federal por golpe de Estado, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), disse neste sábado, 23, que o Brasil "precisa de paz para trabalhar" e que o clima de "tiroteio" e "discórdia" dificulta a tarefa de fazer um bom governo.

Mello não mencionou diretamente a situação de Bolsonaro, que segundo a PF cometeu, além da tentativa de golpe, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa, e de aliados do ex-presidente.

A declaração de Mello ocorreu no encerramento do 12º Encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud). O grupo é formado pelos governos de Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul.

"O Brasil precisa de paz para trabalhar. Nesse tiroteio que a gente vive não há condições. A gente tem que fazer um esforço muito maior pra dar conta de tudo que a gente tem que fazer. Se tivesse mais paz, mais tranquilidade, a gente podia render muito mais. O Brasil precisa de nós", discursou Jorginho Mello.

"Eu nunca vi discórdia construir nada. Nem uma pontezinha, nem um hospital, nem uma escola. Confusão não constrói nada, só destrói", acrescentou o governante catarinense.

A maioria dos governadores do Cosud são aliados de Bolsonaro. As exceções são Eduardo Leite (PSDB), que por estar em uma viagem ao exterior enviou o vice-governador gaúcho, Gabriel Souza (MDB), como representante, e o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB).

Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), não mencionaram o ex-presidente nos respectivos discursos e se ativeram a temas relacionados ao consórcio. O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), não participou do encerramento do Cosud.

Embora não tenha mencionado expressamente Bolsonaro, Jorginho Mello foi às redes sociais na tarde de sexta-feira, 22, demonstrar apoio ao ex-chefe do Executivo federal após o indiciamento pela Polícia Federal. Ele publicou uma foto ao lado de Bolsonaro na rede social X e escreveu: "O Brasil reconhece quem lutou pela pátria, família e liberdade. Juntos, seguimos com Jair Bolsonaro como inspiração de força e resistência. Aqui em Santa Catarina, o compromisso com os valores que nos unem é inabalável".

Tarcísio de Freitas, que tem o ex-presidente como padrinho político, também havia defendido Bolsonaro na quinta-feira. "Há uma narrativa disseminada contra o presidente Jair Bolsonaro e que carece de provas. É preciso ser muito responsável sobre acusações graves como essa. O presidente respeitou o resultado da eleição e a posse aconteceu em plena normalidade e respeito à democracia. Que a investigação em andamento seja realizada de modo a trazer à tona a verdade dos fatos", afirmou o governador de São Paulo, também no X.

Outros governadores que são próximos politicamente de Bolsonaro, mas apontados como possíveis candidatos a presidente em 2026, como Zema e Ratinho, ainda não se posicionaram sobre o indiciamento do ex-chefe do Executivo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro classificou nesta tarde como "historinha" o inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado. A Polícia Federal indiciou na quinta-feira Bolsonaro e ex-integrantes de seu governo pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O ex-presidente alegou perseguição.

"Não acredito nessa historinha de golpe. Ninguém viu, sequer, um soldado na rua, ninguém sendo preso, nada. Obviamente, o Alexandre de Moraes (ministro do Supremo Tribunal Federal) inventando narrativas, com sua Polícia Federal bastante criativa", declarou em conversa com apoiadores em Alagoas neste sábado, 23.

Bolsonaro também disse que há "estardalhaços" sobre as informações já identificadas pelo inquirido. "Vai plantar batata. Pelo amor de Deus, deixa de querer perseguir as pessoas por interesse pessoal", afirmou.

A investigação foi iniciada no ano passado e concluída dois dias após a Polícia Federal (PF) prender quatro militares e um policial federal acusados de tentar assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), flexibilizou medida cautelar imposta ao ex-ministro da Justiça Anderson Torres e permitiu que ele possa sair de casa à noite e aos fins de semana, de forma temporária, para cuidar da mãe que está com câncer. A defesa de Torres havia solicitado ao magistrado a revogação da ordem de recolhimento noturno e nos fins de semana com o argumento de que seu pai, em idade avançada (73 anos), não consegue cuidar sozinho de sua mãe, de 70 anos.

Após a Procuradora-Geral da República (PGR) manifestar-se favorável ao pedido da defesa do ex-ministro, Moraes decidiu neste sábado flexibilizar a medida cautelar. O magistrado ressaltou, contudo, que a exceção é temporária e vale somente para Torres deslocar-se de sua residência até a casa de sua mãe.

Torres continuará cumprindo de forma integral outras medidas cautelares, mas o uso de tornozeleira eletrônica e proibição de se ausentar do Distrito Federal.

"A excepcionalidade da situação posta autoriza a flexibilização da cautelar de monitoramento eletrônico, para que o réu possa prestar auxílio à sua mãe nos cuidados necessários ao tratamento de sua saúde", diz Moraes, na decisão. "Ressalte-se o caráter provisório da presente decisão, que não dispensa o requerente do cumprimento das demais medidas cautelares a ele impostas", enfatiza o ministro do STF.

Torres foi ministro da Justiça no governo Bolsonaro. Ele é investigado por suposto envolvimento nos ataques golpistas aos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Na ocasião, atuava como secretário de Segurança Pública do DF.

A suspeita é de que Torres tenha sido omisso e conivente com os ataques. No dia dos atos antidemocráticos, ele estava nos Estados Unidos.

O ex-ministro chegou a ser preso, por decisão de Moraes, mas recebeu liberdade provisória em maio do ano passado, com a imposição de medidas cautelares.

Na última quinta-feira, Torres foi um dos 37 indiciados pela Polícia Federal no inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 para impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Também estão na lista de indiciados o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros integrantes de seu governo.