Biden e Macron se comprometem em atuar por cumprimento de cessar-fogo no Líbano

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Os presidentes de Estados Unidos, Joe Biden, e França, Emmanuel Macron, afirmaram que os dois países trabalharão conjuntamente para assegurar o cumprimento do acordo de cessar-fogo firmado entre Israel e o Líbano.

"O anúncio de hoje irá cessar os combates no Líbano e proteger Israel da ameaça do Hezbollah e de outras organizações terroristas que operam a partir do Líbano", afirmam, em comunicado conjunto divulgado nesta terça, 26.

Biden e Macron se disseram empenhados em evitar que o conflito se converta em um novo ciclo de violência na região. "Os Estados Unidos e a França também se comprometem a liderar e apoiar os esforços internacionais para o reforço da capacidade das Forças Armadas Libanesas, bem como o desenvolvimento econômico em todo o Líbano, para promover a estabilidade e a prosperidade na região", ressaltam.

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Aliados de Jair Bolsonaro (PL) elaboraram um plano detalhado para garantir sua fuga caso o golpe de Estado planejado após as eleições de 2022 fracassasse. O esquema, inicialmente discutido após as manifestações de 7 de setembro de 2021, incluía estratégias militares, ocupação de locais como os Palácios do Planalto e Alvorada e apoio logístico das Forças Armadas, com o objetivo de proteger Bolsonaro e garantir sua retirada para um local seguro fora do País.

As informações estão em um relatório de 884 páginas da Polícia Federal (PF), enviado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que retirou o sigilo do documento e o encaminhou nesta terça-feira, 26, à Procuradoria-Geral da República (PGR). O relatório pede o indiciamento de 37 pessoas, incluindo Bolsonaro.

De acordo com a PF, o planejamento da fuga começou a ser discutido após as manifestações de 7 de setembro de 2021, realizadas em Brasília e São Paulo, onde Bolsonaro fez ameaças diretas ao STF e questionou a legitimidade do sistema eleitoral. Durante os atos, Bolsonaro afirmou que não participaria de uma "farsa" eleitoral e insinuou a possibilidade de uma ruptura institucional, sinalizando aos seus apoiadores a adoção de medidas mais contundentes. As declarações impulsionaram a elaboração de estratégias para garantir sua fuga caso seus planos de reverter o resultado eleitoral fracassassem.

O relatório da PF aponta que o plano de fuga foi estruturado a partir de conceitos militares conhecidos como RAFE (Rede de Auxílio à Fuga e Evasão) e LAFE (Linha de Auxílio à Fuga e Evasão), utilizados em operações de guerra para resgatar alvos em território hostil. No caso de Bolsonaro, essas táticas foram adaptadas para criar rotas seguras e redes de apoio capazes de viabilizar sua retirada do Brasil caso as tentativas de golpe não obtivessem sucesso.

Entre os detalhes, consta a previsão de ocupar instalações estratégicas como os Palácios do Planalto e Alvorada, transformando esses locais em zonas de proteção temporária. O objetivo era criar barreiras para impedir o cumprimento de eventuais mandados de prisão e fornecer suporte logístico ao ex-presidente. Além disso, foram planejadas ações coordenadas para desviar a atenção das autoridades e facilitar sua saída por vias alternativas, como rotas clandestinas ou transporte aéreo militar.

Conforme o documento, a participação de militares seria essencial no esquema, com sua mobilização para garantir a segurança de Jair Bolsonaro durante o deslocamento para locais seguros. O relatório também aponta que o plano incluía o uso de armamentos e veículos do Exército Brasileiro para transportar o ex-presidente até pontos estratégicos previamente definidos.

O planejamento ganhou força após o segundo turno das eleições de 2022, que resultaram na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. Reuniões realizadas no Planalto entre militares e assessores próximos a Bolsonaro ajustaram os detalhes das ações. Paralelamente, os investigadores apontam que houve um esforço para mobilizar apoiadores e pressionar comandantes das Forças Armadas a aderirem ao golpe, estratégia que acabou frustrada pela resistência de parte do Alto Comando.

O documento também revela que o plano de fuga, inicialmente elaborado em 2021, foi adaptado no final de 2022, após o fracasso da tentativa de golpe de Estado. Sem o apoio necessário das Forças Armadas para impedir a posse do governo eleito, Bolsonaro deixou o Brasil no dia 30 de dezembro de 2022, dois dias antes do término de seu mandato. Segundo os investigadores, a saída para os Estados Unidos tinha como objetivo evitar uma possível prisão e acompanhar à distância os desdobramentos dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, que culminaram na invasão das sedes dos Três Poderes por seus apoiadores.

Derrotado nas urnas em 2022 e indiciado nesta quinta-feira, 21, por planejar um golpe de Estado para se manter no poder, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem uma nova justificativa para o resultado das eleições daquele ano, acusando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de beneficiar seu adversário.

Em entrevista na segunda-feira, 25, o ex-presidente, que reiteradas vezes colocou em xeque a lisura do processo eleitoral brasileiro - sem apresentar nenhuma prova disso - diz agora que o TSE "pesou na balança" para o Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Uma coisa pesou, e muito, nessa balança. Quando o TSE resolveu fazer uma campanha, gastou dinheiro com isso, para que jovens de 16 e 17 anos tirassem o título eleitoral", argumentou.

Para o ex-presidente agora indiciado, a campanha teria feito com que mais eleitores com propensão a votar na esquerda "desequilibrassem" o resultado eleitoral, do qual Lula saiu eleito com pouco mais de 2,1 milhões de votos de diferença.

"E essa garotada, em especial aquelas que foram tirar o título de última hora, que são as que têm menos informações, três quartos votam no PT, na esquerda. Ou seja, um pouco mais de quatro milhões de jovens tiraram o título de eleitor. Só aí, três milhões para o Lula, um milhão para mim. Eu estou sendo até... me beneficiando, porque acho que esse percentual é até maior para o lado de lá", disse Bolsonaro aos jornalistas.

O novo raciocínio marca uma virada nos argumentos usados pelo ex-presidente para justificar sua derrota, que até então era atrelada sem provas a fraude eleitoral - desmentida com evidências em diversas ocasiões pela Justiça Eleitoral. "Obviamente isso pesou na balança. Não estamos aqui falando de fraude eleitoral, de jeito nenhum", recuou Bolsonaro.

O ex-presidente tem tentado se defender das acusações de que ele liderou uma organização criminosa para se manter no poder após perder as eleições de 2022, tese apontada no relatório final da investigação da Polícia Federal (PF) entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta terça-feira, 25.

Bolsonaro e os outros 36 indiciados, caso virem réus, vão responder pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta e Estado democrático de Direito e organização criminosa. Somadas, as penas podem chegar a 28 anos de prisão pelos crimes citados.

A Polícia Federal (PF) concluiu, em sua investigação sobre a tentativa de golpe de Estado seguinte à derrota eleitoral do então presidente Jair Bolsonaro (PL), que o processo não teve sucesso por causa da resistência dos comandantes do Exército e da Aeronáutica.

Os delegados do caso afirmam que, apesar da pressão feita por Bolsonaro, o general Freire Gomes, assim como a maioria do Alto Comando do Exército, e o tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Júnior, "permaneceram fiéis aos valores que regem o Estado Democrático de Direito, não cedendo às pressões golpistas".

Para a PF, a consumação de um golpe de Estado perpetrado pelo que chama de organização criminosa não ocorreu "por circunstâncias alheias à vontade do então presidente da República Jair Bolsonaro".

A conclusão consta no relatório tornado público na tarde desta terça-feira, 26, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, entregue pela PF na semana passada. O documento agora deve ser encaminhado para manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que poderá ou não oferecer denúncia contra os indiciados.

Os investigadores afirmam que uma organização criminosa começou a desenvolver ações voltadas para desestabilizar o Estado Democrático de Direito em 2019, visando manter Bolsonaro no poder a partir de uma ruptura democrática.

Para alcançar o plano, a PF identificou seis núcleos que atuaram de formas diferentes: desinformação e ataque ao sistema eleitoral; incitação de militares a aderir ao golpe; embasamento jurídico à empreitada; apoio às ações golpistas; inteligência paralela; e cumprimento de medidas coercitivas.

Derrotado na eleição presidencial para o rival Luiz Inácio Lula da Silva (PT), "a organização criminosa iniciou o planejamento e as ações para viabilizar o golpe de Estado e a abolição do Estado Democrático de Direito", segundo a polícia. As medidas incluíam disseminar estudos falsos sobre uma suposta vulnerabilidade das urnas eletrônicas, por meio do Partido Liberal.

"Para o êxito do plano seria necessário neutralizar o chamado 'centro de gravidade', termo dado pelos integrantes da organização criminosa ao ministro Alexandre de Moraes, que seria o núcleo de resistência a ser vencido para obtenção da ruptura institucional. Nesse sentido, dentro da divisão de tarefas, o núcleo operacional planejou as ações clandestinas para prender/assassinar o ministro Alexandre de Moraes e os integrantes da chapa presidencial vencedora, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin", diz o relatório.

A PF diz que as ações descritas no documento chamado "Punhal Verde Amarelo" mostram que os indiciados se dispuseram, além de deter, a executar Moraes. Então a figura do ex-ministro da Defesa e da Casa Civil de Bolsonaro, o general Braga Netto, também candidato a vice em sua chapa, aparece no centro do plano, uma vez que a autorização para a organização criminosa agir ocorreu na residência dele, segundo o relatório.

"A ação clandestina teve seu ápice no dia 15 de dezembro de 2022, quando era esperada a assinatura do decreto golpista pelo presidente Jair Bolsonaro. Os elementos de prova obtidos são claros ao revelar que os 'kids pretos' iniciaram a execução da ação clandestina visando a prisão/execução do ministro Alexandre de Moraes", dizem os delegados da PF.

A conclusão do golpe precisaria, conforme destacado pelos investigadores, do apoio do braço armado do Estado brasileiro, especialmente o Exército. Bolsonaro e seu núcleo jurídico, composto por Filipe Martins, Anderson Torres, José Eduardo e Amauri Saad, fizeram reuniões com os comandantes das Forças Armadas para tentar angariar apoio à empreitada. O então ministro da Defesa, Paulo Sérgio, e o comandante da Marinha, Almir Garnier, toparam o crime.

A recusa de Gomes e Baptista Júnior em aderir ao golpe "não gerou confiança suficiente para o grupo criminosos avançar na consumação do ato final e, por isso, Bolsonaro, apesar de estar com o decreto pronto, não o assinou", diz o relatório. Os comandantes assim se tornaram alvo de ataques pessoais desencadeados pelo núcleo responsável pela incitação de militares, sob ordem de Braga Netto. Foram chamados de "traidores da pátria" e "comunistas".

"Nesse contexto, Braga Netto determinou a Ailton Gonçalves Barros que direcionasse ataques pessoais (inclusive a familiares) ao então comandante do Exército, General Freire Gomes e ao então comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro Baptista Júnior, e por outro lado, elogiasse o então comandante da Marinha, o almirante-de-esquadra Almir Garnier Santos. Braga Netto ainda orientou a disseminação de notícia, com o objetivo de atingir a reputação do General Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, atual comandante do Exército, que também adotou uma posição institucional, opondo-se a qualquer ação ilícita das Forças Armadas".

Consta no relatório prints que o militar Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros encaminhou para Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do plano de golpe à PF, de uma conversa com um interlocutor chamado Riva. Nesse trecho, Riva repassa o que seriam informações da reunião de Bolsonaro com o seu vice, general Hamilton Mourão, confirmando a adesão de Garnier ao intento golpista. Riva diz: "O Alte (Almirante) Garnier é PATRIOTA. Tinham tanques no Arsenal prontos".