Trump diz ter vitória sobre imigração mexicana, mas Sheinbaum nega mudanças

Internacional
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O presidente eleito nos Estados Unidos, Donald Trump, declarou na quarta-feira, 27, ter tido uma vitória em relação à imigração ilegal através do México, após conversa telefônica com a presidente mexicana. No entanto, Claudia Sheinbaum sugeriu que o México já estava fazendo sua parte e não tinha interesse em fechar suas fronteiras.

Trump disse que Sheinbaum "concordou em parar a migração através do México".

A mexicana indicou separadamente nas redes sociais ter dito a Trump que o México já está "cuidando" das caravanas de migrantes, chamando a conversa de "excelente".

"Reiteramos que a posição do México não é fechar fronteiras, mas construir pontes entre governos e entre povos", acrescentou Sheinbaum.

A ligação aconteceu dias depois de Trump ameaçar impor novas tarifas abrangentes ao Canadá e ao México como parte de seu esforço para reprimir a imigração ilegal e as drogas.

Nenhum dos lados esclareceu a situação das tarifas. Fonte: Associated Press.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para uma conversa reservada, na noite desta terça-feira, 14, no Palácio da Alvorada. Na pauta, a indicação do nome que vai substituir o ministro Luís Roberto Barroso na Corte.

O favorito de Lula para ocupar a vaga de Barroso, que anunciou aposentadoria antecipada, é o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias. Decano da Corte, Gilmar Mendes - que participou da reunião com o presidente - tem outro preferido: o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O ministros do STF Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, e o titular da Justiça, Ricardo Lewandowski, também estavam presentes no Alvorada.

Além de Gilmar, Dino e Alexandre de Moraes defendem a indicação de Pacheco. Até agora, no entanto, Lula tem outros planos para o senador. Quer que Pacheco seja candidato ao governo de Minas Gerais, em 2026. O PT não tem concorrente forte e Lula precisa de um palanque em Minas, segundo colégio eleitoral do País.

Como mostrou o Estadão, o presidente avalia que Messias está "maduro" para o cargo e não é uma aposta de risco. Evangélico e frequentador da Igreja Batista, o advogado-geral da União conta com a confiança de Lula e tem ajudado o governo a se aproximar do segmento.

O nome escolhido pelo presidente para o STF passará por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, depois, pelo crivo do plenário. Ao contrário de outras vezes, Lula tem sinalizado que quer fazer logo sua indicação para a Corte.

O governo Lula designou a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, para representar o Brasil em um seminário internacional sobre meio ambiente. O evento será realizado em Paris, na França, entre 19 e 21 de outubro.

O decreto que determina a participação de Janja no seminário foi assinado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), no exercício da Presidência, e publicado nesta segunda-feira, 13, no Diário Oficial da União (DOU). Segundo o texto, a viagem não terá ônus aos cofres públicos, incluindo despesas de deslocamento.

A convite da Associação Autres Brésils, Janja participará do Seminário Internacional "Diálogos Transatlânticos: Transição energética, educação ambiental e ODS", na Universidade de Sorbonne, em Paris.

Ela será enviada especial da direção da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2025 e participará da Conferência de Abertura e de um dos painéis, com o tema "ODS: da agenda global à mobilização popular", no dia 21.

Ao anunciar a presença de Janja, a Autres Brésils destacou a atuação da primeira-dama em projetos de gênero, geração de renda e desenvolvimento sustentável, afirmando que ela trará uma perspectiva essencial aos debates.

A participação de Janja no seminário é anunciada após a publicação, em agosto, de um decreto que autoriza o gabinete pessoal da Presidência da República a prestar apoio à primeira-dama em atividades de interesse público. De acordo com o Palácio do Planalto, a primeira-dama atua de forma voluntária e não remunerada, podendo receber apoio logístico e institucional da Presidência.

A decisão gerou repercussão política e críticas da oposição. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, protocolou um projeto para derrubar o decreto, alegando que ele "cria uma estrutura financiada com dinheiro público para 'atender' a primeira-dama que não tem cargo público, não foi eleita e só sabe gastar o dinheiro dos brasileiros".

Segundo a Secretaria de Comunicação (Secom), no entanto, a medida não implica aumento de despesas. "Todos os gastos efetivados pela Administração Pública, relacionados a essa atuação, são públicos e podem ser consultados no Portal da Transparência", informou o governo.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) cancelou a sessão extra que havia sido convocada nesta quarta-feira, 15, para julgar o núcleo de desinformação da trama golpista. O julgamento será retomado na próxima terça-feira, 21, e a expectativa entre os ministros é que seja concluído no mesmo dia.

Com o término das sustentações orais da acusação e das defesas, nesta terça-feira, 14, os ministros consideram que o cronograma está "folgado".

No primeiro julgamento da trama golpista, no mês passado, em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi condenado, foram usados dois dias apenas para os advogados apresentarem seus argumentos. Além disso, o voto de quase 13 horas do ministro Luiz Fux atrasou a decisão.

A tendência é que as próximas votações sejam mais curtas. Isso porque questões preliminares e até argumentos processuais, como debates sobre a tipificação dos crimes, já foram enfrentados no julgamento do núcleo crucial do plano de golpe.

O julgamento do núcleo de desinformação será retomado na próxima semana com o voto do ministro Alexandre de Moraes (relator). Em seguida, os ministros votam por ordem inversa de antiguidade: Cristiano Zanin, Luiz Fux e Cármen Lúcia. Flávio Dino se manifesta por último porque é o presidente da Primeira Turma.

Se houver maioria pelas condenações, a última etapa será definir a dosimetria, ou seja, o tamanho das penas. Os ministros esperam fazer isso na própria terça-feira da semana que vem.

No núcleo 4 estão sete denunciados que, segundo a PGR, ficaram responsáveis por "operações estratégicas de desinformação" e ataques ao sistema eleitoral e a instituições e autoridades.

O procurador-geral da República Paulo Gonet pediu a condenação de todos os sete réus. Segundo ele, a campanha de fake news está diretamente ligada ao desfecho violento do 8 de Janeiro de 2023. As defesas, por sua vez, buscaram minimizar as acusações contra seus clientes e afastá-los da cadeia de comando da trama golpista.