Polícia divulga fotos do suspeito de assassinato de CEO antes de ser preso em McDonald's

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Novas imagens divulgadas nesta terça-feira, 10, pela polícia do Estado da Pensilvânia (EUA), mostram o homem suspeito de atirar no CEO da seguradora de saúde UnitedHealthcare minutos antes de ser preso.

Luigi Mangione, de 26 anos, aparece nas fotos comendo em uma unidade do McDonald's em Altoona, na Pensilvânia, na última segunda-feira, 9, antes de ser detido em conexão com o assassinato de Brian Thompson, que comandava a UnitedHealthcare e foi baleado na calçada do hotel Hilton em Nova York no dia 4 de dezembro.

Mangione foi reconhecido por outro cliente da rede de fast food, que percebeu que ele se parecia com o homem das imagens das câmeras de segurança divulgadas pela polícia de Nova York. Os policiais foram ao local e encontraram Mangione sentado no fundo do restaurante, usando uma máscara médica azul e olhando para um laptop.

Ele portava uma arma semelhante à usada para matar Thompson e a mesma identidade falsa que o atirador usou para se hospedar em um albergue em Nova York, além de um passaporte e outras identidades falsas.

A investigação para determinar quem era o atirador no caso da UnitedHealthcare contou com cães, drones e mergulhadores, além do robusto sistema de vigilância da cidade. Investigadores analisaram amostras de DNA, impressões digitais e endereços de internet, além da busca por testemunhas. Luigi Mangione, graduado em uma universidade da Ivy League e de uma importante família do ramo imobiliário de Maryland, foi preso cinco dias depois do crime.

O suspeito continua detido na Pensilvânia, onde foi inicialmente acusado de porte de arma sem licença, falsificação e uso de identificação falsa para a polícia. Mais tarde, promotores de Manhattan, em Nova York, adicionaram a acusação de homicídio, segundo um registro judicial online.

Peter Weeks, promotor público do condado de Blair, na Pensilvânia, disse que trabalhará com autoridades de Nova York para tentar levar o suspeito de volta ao estado para enfrentar as acusações. Weeks disse que as acusações de Nova York são "mais sérias".

"Acreditamos que as acusações deles têm precedência", disse Weeks, prometendo fazer o que for necessário para acomodar a acusação de Nova York primeiro. Weeks falou com repórteres após uma breve audiência na qual um advogado de defesa disse que Mangione lutará contra a extradição. A defesa pediu uma audiência sobre o assunto. Enquanto isso, Mangione ficará detido na Pensilvânia.

Ao chegar para uma audiência em um tribunal nesta terça-feira, o suspeito de assassinato lutou com os policiais e gritou. Mangione saiu de uma viatura policial, girou em direção aos repórteres e bradou algo parcialmente ininteligível, referindo-se a um "insulto à inteligência do povo americano", enquanto os policiais o empurravam para dentro. (Com AP)

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu nesta segunda-feira, 10, em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a condenação dos deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA) e Pastor Gil (PL-MA), além do suplente de deputado Bosco Costa (PL-SE), por corrupção com emendas parlamentares.

Segundo a PGR, os deputados condicionaram a destinação de R$ 6,67 milhões em emendas ao município de São José de Ribamar, na região metropolitana de São Luís, ao pagamento de R$ 1,67 milhão em propinas. Os parlamentares negam irregularidades.

A Procuradoria afirma que as provas são "irrefutáveis" e que a autoria e a materialidade dos crimes estão comprovadas por diálogos e documentos obtidos na investigação.

"Embora os deputados Josimar e Bosco Costa tenham negado a autoria das emendas, aproveitando-se da baixa transparência dos dados públicos sobre a procedência desses recursos, as provas confirmam serem eles os responsáveis pelas destinações", diz a PGR.

O vice-procurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand, enviou ao STF os últimos argumentos da acusação no processo. As defesas ainda vão apresentar suas alegações finais, última etapa antes do julgamento. O relator do processo é o ministro Cristiano Zanin.

Além da condenação, a PGR pede a perda dos mandatos e o pagamento de uma indenização por danos morais coletivos.

A PGR afirma que Josimar Maranhãozinho "ostentava a posição de liderança" do suposto esquema e, nessa condição, "coordenava a destinação dos recursos patrocinados pelos demais congressistas" e depois distribuía as propinas.

"Não há dúvida de que os réus, sob a chefia do deputado Josimar, constituíram e integraram organização criminosa", diz a Procuradoria nas alegações finais.

Os repasses teriam ocorrido entre dezembro de 2019 e abril de 2020, de acordo com a denúncia. Na época, o prefeito de São José de Ribamar era José Eudes Sampaio Nunes. A PGR afirma que ele foi "insistentemente abordado para ceder à solicitação de propina".

As defesas vêm pedindo o arquivamento da ação por falta de provas.

O novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (Psol-SP), criticou a escolha do deputado Guilherme Derrite (PP-SP), ex-secretário de Segurança do governo paulista, como relator do projeto de lei antifacção.

"Colocar o Derrite como relator de um projeto do governo para o combate das facções criminosas me soa como uma provocação", disse Boulos, em entrevista depois de um painel sobre resíduos sólidos e crédito de carbono na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

Boulos criticou a escolha argumentando que o deputado está partidária, direta e eleitoralmente comprometido com quem tem se colocado como adversário do governo Lula. "Ele está, inclusive, comprometido com quem foi contra a PEC da Segurança Pública, que é o que permite que o governo federal atue de forma mais eficaz no combate ao crime organizado", disse o ministro.

O relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), disse, nesta segunda-feira, 10, que a comissão parlamentar blinda investigados que receberam R$ 10 milhões em propinas, segundo ele mesmo.

Gaspar mencionou as tentativas de impedir a convocação e quebras de sigilo de Paulo Boudens, ex-chefe de gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP); a publicitária Daniela Fonteles, que recebeu R$ 5 milhões de Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS"; a empresária Roberta Luchsinger, que atuou com o 'Careca"; e Gustavo Gaspar, ex-assessor do senador Weverton Rocha (PDT-MA).

"O STF não é o principal blindador dessa comissão", disse Alfredo Gaspar. Para ele, falta altivez do próprio Congresso. "A blindagem pela própria comissão é uma vergonha."

O relator ainda mencionou que o Senado ainda tem outra "vergonha" ao impor sigilo de 100 anos sobre informações acerca de visitar do "Careca do INSS" a gabinetes de senadores. "Esse sigilo de 100 anos é outra vergonha da República", afirmou.

Gaspar ainda fez um desafio ao STF. Há, na Corte, um mandado de segurança pedindo a divulgação dessa informação. "Abra essa caixa preta dessas visitas", apelou o relator.

Weverton Rocha já afirmou publicamente ter recebido o "Careca do INSS" em seu gabinete por três vezes, mas para tratar de assuntos legislativos.

Essa foi a fala inaugural de Gaspar na sessão da CPMI do INSS desta segunda-feira, 10, que ouve Igor Dias Delecrode, dirigente da Associação de Amparo Social do Aposentado e Pensionista (AASAP).

Causou nova indignação entre os membros da comissão um habeas corpus concedido pelo ministro André Mendonça, do STF, a Delecrode, para que ele possa permanecer em silêncio em perguntas que possam o incriminar.

Com o benefício, Delecrode permaneceu em silêncio às perguntas do relator. Diante disso, Gaspar fez uma introdução do depoente citando reportagem do Estadão.

A reportagem em questão fala do cancelamento, por parte dos Correios, de leilão de R$ 280 milhões após receber cheque sem fundo de ONG de pai de santo.

"Esse pai de santo é um coitado. Esses aqui tiveram sucesso", citando uma lista de outras quatro entidades que, juntas, faturaram cerca de R$ 714 milhões com descontos associativos de aposentadorias entre 2022 e 2025. A AASAP, de Delecrode, recebeu R$ 63,2 milhões.

"Esse que está aqui, teve mais sucesso ainda. Ele conseguiu colocar suas empresas juntando outras entidades num desvio de R$ 1,4 bilhões", disse Gaspar.

O relator define Delecrode como "o coração tecnólogico da safadeza", operacionalizando um sistema de coleta de dados e verificação de autenticidade.