Netanyahu diz que ficará em área ocupada na Síria até que surja 'nova força'

Internacional
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À medida que países no Oriente Médio trabalham para responder à queda súbita do regime Assad, Israel disse nesta quinta-feira, 12, que seu Exército permanecerá no território sírio que apreendeu até que "uma nova força" seja estabelecida e atenda às suas demandas de segurança.

"O colapso do regime sírio criou um vácuo na fronteira de Israel e na zona desmilitarizada", disse o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. Segundo ele, os soldados israelenses se deslocariam pelo território sírio apenas temporariamente, mas não deu um prazo para sua partida.

Israel conduziu centenas de ataques contra a Síria esta semana, em uma das maiores operações individuais de sua história, segundo especialistas, efetivamente destruindo as capacidades militares do vizinho em questão de dias. Paralelamente, as forças israelenses tomaram postos militares no sul da Síria, além de uma zona desmilitarizada estabelecida após a guerra do Yom Kippur de 1973.

O governo americano tem corrido para responder à agitação na Síria. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, desembarcou hoje na Jordânia e seguiria depois para a Turquia, onde deveria se encontrar com o presidente Recep Tayyip Erdogan.

Após um encontro com o rei jordaniano Abdullah II, Blinken afirmou que o momento vivido pela Síria é de "promessa, mas também de perigo" para ela e seus vizinhos.

O chefe da diplomacia americana instou o novo governo da Síria a respeitar princípios básicos dos direitos humanos, incluindo a proteção de minorias, e assegurar que o país "não seja usado como uma base para o terrorismo por grupos como o Estado Islâmico".

A Jordânia realizará uma cúpula sobre a situação na Síria amanhã com representantes diplomáticos de Arábia Saudita, Iraque, Líbano, Egito, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Catar, além de turcos e americanos, o chefe da política externa da União Europeia e o enviado da ONU para a Síria.

A queda da ditadura síria revitalizou uma antiga busca por justiça sobre os crimes cometidos pelo regime, permitindo a grupos de direitos humanos a oportunidade de inspecionar prisões, entrevistar testemunhas livremente e construir casos jurídicos. No entanto, há também frustração, pois o objetivo era levar Assad ao banco dos réus, o que hoje parece fora de cogitação, uma vez que ele se exilou na Rússia.

Em Alepo, cidade do norte que os rebeldes tomaram na semana passada antes de conquistarem Damasco, houve celebração à medida que moradores exilados retornavam para suas casas após mais de uma década de guerra civil./COM NYT e AFP

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve o dreno retirado da cabeça e continua na UTI se recuperando dos procedimentos pelos quais passou para tratar um sangramento intracraniano, informou o Hospital Sírio-Libanês em boletim médico nesta quinta-feira, 12.

Segundo a nota, o petista está "lúcido e orientado, conversando normalmente, alimentou-se bem e recebeu visitas de familiares". A nota é assinada pelo diretor de Governança Clínica do hospital, Luiz Francisco Cardoso, e pelo diretor clínico Álvaro Sarkis.

Lula está hospitalizado desde segunda-feira, 9 , quando foi para a unidade de Brasília do Sírio-Libanês com dores de cabeça. Um sangramento na cabeça foi constatado e, horas depois, o petista estava na unidade de São Paulo do mesmo hospital, mais equipada.

O presidente passou por uma cirurgia na madrugada de terça-feira, 10, para tirar o sangue acumulado, que poderia comprimir o cérebro. O petista teve o dreno instalado depois dessa operação. O dispositivo, retirado há pouco, servia para escoar eventuais secreções.

Nesta quinta-feira pela manhã, Lula foi submetido a uma embolização de artéria para evitar novos sangramentos. O chefe do governo também passou por exames na parte da tarde. A expectativa é que ele volte para Brasília na semana que vem.

O Conselho Nacional de Justiça decidiu investigar o juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, por suposta infração disciplinar na condução do inquérito policial sobre o assassinato do advogado Roberto Zampieri - o 'lobista dos tribunais' morto a tiros em frente a seu escritório na capital de Mato Grosso em dezembro do ano passado.

O conteúdo do celular de Zampieri, encontrado ao lado do corpo, foi pivô do afastamento de dois desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado, investigados por suposta venda de sentenças em um esquema que alcança gabinetes de ministros do Superior Tribunal de Justiça.

Em sua defesa, o magistrado negou irregularidades. Ele afirmou ao CNJ que 'recolheu provas a pretexto de resguardar a identidade da vítima'.

A decisão pela abertura de um processo administrativo disciplinar sobre a conduta de Perri foi dada em julgamento a portas fechadas realizado durante a 16ª Sessão Ordinária do Conselho Nacional de Justiça, ocorrida na terça-feira, 10.

Todos os conselheiros seguiram o parecer do corregedor nacional de Justiça, ministro Campbell Marques, que votou pela abertura do PAD sob o argumento de que "é fundamental assegurar que os magistrados cumpram seus deveres funcionais e que o Judiciário opere de maneira transparente e eficiente".

Esta é a segunda apuração aberta sobre a conduta de Perri neste ano. Em abril, o CNJ decidiu instaurar uma reclamação disciplinar por "suposta conduta temerária e recorrente na condução de processos".

A apuração tem como base uma inspeção que apontou "descontrole das audiências" com consequente "demora na conclusão da instrução das ações penais que tramitam na unidade e versam sobre crimes extremamente graves".

A correição apontou que havia 161 processos conclusos na unidade há mais de 100 dias, 31% do acervo ajustado, à época, que era de 515 processos.

O magistrado ainda responde a uma reclamação disciplinar em razão de, em uma audiência, ter dado voz de prisão à mãe de uma vítima que se manifestou contra o acusado de assassinar seu filho.

No caso do inquérito sobre a morte de Zampieri, o Conselho Nacional de Justiça viu irregularidades como o confisco do celular do advogado assassinado e a negativa de acesso ao conteúdo do aparelho às partes da investigação.

De acordo com a Corregedoria, o juiz também teria violado lacres de envelopes sem o acompanhamento da defesa.

Campbell considerou que a conduta do magistrado é "grave" e deve ser apurada. Durante o julgamento, sigiloso, o corregedor ponderou que "há indícios de quebra de custódia de provas".

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, publicou uma foto antiga ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira, 12. Na postagem, ela afirma que ele estará de volta ao Palácio da Alvorada, em Brasília, em breve. Lula está internado desde a segunda-feira, 9, após sofrer um sangramento cerebral.

A primeira-dama também afirmou que a equipe médica, que está com o petista no Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, está tranquilizando e atualizando ela sobre o estado de saúde do presidente.

Na postagem, Janja citou as três cachorras de estimação dela e do presidente: Paris, Esperança e Resistência. A primeira-dama chamou os pets do casal de "filhas de quatro patas".

"Ele está muito bem e em breve estaremos em casa, curtindo e sorrindo com nossas filhas de quatro patas, especialmente a dengosa da Paris que, junto com a Resistência e a Esperança, hoje nos representou muito bem na confraternização das trabalhadoras e dos trabalhadores das residências oficiais!", afirmou a primeira-dama.

Lula passou por uma nova cirurgia, a segunda desde que foi internado, na manhã desta quinta-feira. O procedimento, chamado embolização de artéria meníngea média, buscou impedir novos sangramentos no cérebro.

Segundo o médico particular de Lula, Roberto Kalil Filho, o procedimento foi um "sucesso". O dreno colocado na cabeça do presidente, na primeira cirurgia, será retirado nesta quinta e, a partir desta sexta-feira, os equipamentos de monitoramento intensivo poderão ser retirados.