Carro atropela multidão e deixa feridos em mercado de Natal na Alemanha

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Um carro avançou e atropelou um grande grupo de pessoas em um mercado de Natal na cidade de Magdeburg, no leste da Alemanha, nesta sexta-feira, 20, informou a agência de notícias alemã dpa. Segundo a imprensa local, mais de 60 pessoas ficaram feridas, incluindo muitas em estado grave, e pelo menos uma pessoa foi reportada morta.

O motorista do carro foi preso, informou a dpa, citando autoridades governamentais não identificadas no Estado de Saxônia-Anhalt. O porta-voz do governo regional Matthias Schuppe e o porta-voz da cidade Michael Reif disseram que suspeitavam que foi um ato deliberado.

As autoridades ainda não confirmaram os dados de fatalidades e feridos reportados pela imprensa. "As fotos são terríveis", disse Reif. "Minhas informações são de que um carro atropelou os visitantes do mercado de Natal, mas ainda não posso dizer de que direção e a que distância."

O mercado foi fechado enquanto serviços de emergência trabalhavam no local. Fotos e vídeos das redes sociais mostram cenas caóticas no local do incidente. Imagens da cena de uma parte isolada do mercado mostraram destroços no chão.

"Este é um evento terrível, particularmente agora nos dias que antecedem o Natal", disse o governador da Saxônia-Anhalt, Reiner Haseloff. Haseloff disse à dpa que estava a caminho de Magdeburg, mas não podia dar imediatamente nenhuma informação sobre as vítimas ou o que estava por trás do incidente.

Magdeburg, que fica a oeste de Berlim, é a capital do estado da Saxônia-Anhalt e tem cerca de 240.000 habitantes.

O suposto ataque ocorreu um dia após o oitavo aniversário de um ataque a um mercado de Natal em Berlim. Em 19 de dezembro de 2016, um extremista islâmico atropelou uma multidão de frequentadores do mercado de Natal com um caminhão, deixando 13 mortos e ferindo dezenas de outros. O homem foi morto dias depois em um tiroteio na Itália.

A ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, disse no final do mês passado que não havia indícios concretos de perigo para os mercados de Natal este ano, mas que era sensato ficar vigilante.

O chanceler alemão Olaf Scholz disse no X que "notícias de Magdeburg sugerem o pior". Ele também agradeceu os socorristas que trabalham no local.

Friedrich Merz, o candidato a chanceler pelo partido conservador CDU a substituir Scholz depois de um voto de desconfiança semana passada, disse estar triste com as notícias de Magdeburg. "Meus pensamentos estão com as vítimas e suas famílias. Gostaria de agradecer a todos os serviços de emergência que cuidaram dos feridos no local", disse ele. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reconheceu a competência da Corte para processar e julgar uma ação penal contra o ex-deputado Eduardo Cunha por suspeita de corrupção. A decisão atendeu a um pedido da defesa.

Gilmar Mendes reconheceu que as acusações têm relação com o exercício do mandato e, por causa da prerrogativa de foro, o processo passará a tramitar no STF. A ação corre na 10.ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal.

"As condutas imputadas ao reclamante foram inequivocamente praticadas quando exercia o cargo de Deputado Federal. A própria denúncia evidencia essa premissa fática indiscutível logo em sua introdução", escreveu o ministro.

Eduardo Cunha é réu acusado de cobrar dinheiro da construtora Schahin, entre 2008 e 2015. O ex-deputado teria pressionado a empreiteira a pagar R$ 98 milhões pelo rompimento da barragem da Pequena Central Hidrelétrica de Apertadinho, em Rondônia, em janeiro de 2008. O pagamento favoreceria Lúcio Funaro, amigo pessoal de Cunha, que tentava transferir a responsabilidade pelo não pagamento do seguro da obra e pelos danos causados.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a soltura do ex-deputado federal Daniel Silveira (sem partido-RJ) nesta sexta-feira, 20. Para manter a liberdade provisória, o ex-parlamentar, preso por ameaçar o Estado Democrático de Direito, deverá cumprir uma série de condições impostas pelo magistrado.

Daniel Silveira, que deixará a prisão pela primeira vez desde fevereiro de 2023, vai ter que usar tornozeleira eletrônica e não poderá acessar redes sociais. Aliado de ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-parlamentar não poderá se comunicar com ele e com outros investigados por tramar um golpe de Estado após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial de 2022.

O ex-deputado deverá se recolher, durante as noites e nos finais de semana, na residência dele em Petrópolis, na região serrana do Rio. Semanalmente, Silveira terá que se apresentar a um fórum da Justiça fluminense.

Moraes também exigiu que Silveira comprove o exercício de uma atividade laboral. Como mostrou o Estadão em outubro, o ex-deputado disse ao ministro que recebeu uma proposta de estágio em um escritório de advocacia e um trabalho em uma academia.

O aliado de Bolsonaro está proibido de dar entrevistas para veículos de comunicação sem que haja uma autorização judicial. Silveira também não poderá manusear armas de fogo e frequentar clubes de tiro.

Em 2022, Silveira foi condenado por defender pautas golpistas, como a destituição de ministros do tribunal e a ditadura militar. Em um vídeo publicado nas redes sociais, em fevereiro de 2021, ele atacou e ofendeu ministros, falando em dar uma "surra" nos magistrados. Além disso, o ex-parlamentar defendeu o golpe militar de 1964 e o AI-5 (ato mais duro do regime).

A pena de Daniel Silveira chegou a ser perdoada por meio de um indulto assinado por Bolsonaro. No entanto, o STF anulou o perdão, mantendo a condenação original. Desde então, a defesa do ex-parlamentar procura alternativas para o cumprimento da sentença, como a liberdade condicional.

A liberdade dele se tornou possível após um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) favorável à soltura. Moraes também cobrou um posicionamento da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio (Seap-RJ), que descreveu o ex-deputado como um detento com comportamento "excelente" e "proativo", além de ter um "bom convívio diário" na cadeia.

A poucas semanas de encerrar o mandato como presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) vem dizendo a aliados que o governo precisa fazer ajustes e encaminhar uma reforma ministerial no próximo ano. A figuras próximas, ele diz acreditar que há um desequilíbrio na balança de representação na Esplanada dos Ministérios e que o governo precisa se entender melhor.

Figuras do entorno de Lira até apresentam um argumento repetido por ele: o PT, que tem representação de cerca de 16% na Câmara dos Deputados, controla 80% dos recursos sob tutela das pastas.

Na leitura de Lira, de acordo com esses interlocutores, está descompensado até a proporção de cargos entre legendas do Centrão - umas estariam, dizem esses aliados, com ministros demais enquanto outras estariam subrepresentadas. O presidente da Câmara, dizem, também crê que a reforma serviria para acomodar o clima ruim que paira na Casa, manifesto por outros deputados nas últimas semanas.

De acordo com esse entendimento, parte dessa insatisfação entre os congressistas se dá em razão da maior ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no diálogo e no tratamento com líderes da Câmara e com demais parlamentares em comparação com gestão anteriores do petista. Há uma lembrança de que essa maior proximidade, como era há quase duas décadas, tornava o clima mais ameno no Congresso.

Ele também costuma relatar para aliados que o governo precisa ser mais ágil para dar encaminhamento a iniciativas legislativas, mas que, para isso, é preciso parar o 'fogo amigo' entre as alas do próprio governo.

Em balanço a aliados, Lira espera uma Câmara que se imponha mais e lamenta não ter conseguido votar PL das fake news

Assim como já fez no plenário da Casa na última quinta-feira, 19, Lira também já expôs o balanço próprio de seus quatro anos no comando da Câmara. Na leitura dele, o plenário da Casa ganhou mais protagonismo do que quando ele chegou, em 2011, quando acreditava que a Casa era uma chanceladora de medidas provisórias editadas pelo Poder Executivo.

Ainda assim, apontam esses aliados, ele crê que o Congresso precisa se impor mais e ficou aquém de suas atribuições. Neste ano, ele fez um discurso incisivo no plenário da Casa quando saiu em defesa de deputados alvo de investigação da Polícia Federal por pronunciamentos no plenário da Câmara e disse que poderia ir aos últimos limites na proteção dos parlamentares.

Ele lamentou a aliados, porém, não ter conseguido aprovar o projeto de lei das fake news, que regula as redes sociais. A matéria chegou à discussão na Câmara no ano passado, mas acabou frustrada após a articulação de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e das próprias plataformas, contrárias à proposição.

Essas figuras mais próximas a Lira dizem que ele aponta dois elementos que precisam estar na regulação: a identificação dos usuários e a responsabilização das plataformas pelos conteúdos publicados. Há uma descrença, segundo esses aliados, que uma matéria tão controversa pode voltar.

Anistia ao 8 de janeiro não é assunto encerrado e Lira já tem planos para 2025

Nessas conversas com aliados, Lira também diz que a anistia aos presos do 8 de Janeiro não deve deixar de estar na discussão no plenário no próximo ano. Esse projeto de lei teve a tramitação freada pelo próprio Lira, ao determinar a criação de uma comissão especial, que ainda não teve sequer os trabalhos iniciados.

Bolsonaristas condicionaram, neste ano, a votação em Hugo Motta (Republicanos-PB) para suceder Lira na presidência da Câmara caso ele pautasse o tema no plenário da Casa. Figuras do entorno mais próximo, apontam que Motta, apesar de ter um perfil diferente do alagoano, deverá manter a mesma estrutura de trabalho que Lira. Após conquistar apoio de Lira, Motta acumulou apoios de legendas que vão do PT ao PL - o que lhe garante amplo favoritismo para assumir o cargo.

A figuras do entorno, Lira diz que voltará ao seu gabinete de deputado e terá como foco destravar as burocracias para formar uma federação entre União, PP e Republicanos. Se esse grupo se consolidar, a bancada seria composta por 153 deputados e 17 senadores, tendo maioria nas duas Casas do Congresso. O obstáculo maior no momento é resolver impasses em relação à administração da federação nos Estados.

O Senado Federal continua sendo o próximo alvo de Lira, em 2026, quando terá também Renan Calheiros (MDB-AL), seu principal adversário político, na disputa. Serão duas vagas em jogo.