Na Croácia, pesquisas boca de urna mostram reeleição do presidente Zoran Milanovic

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Pesquisas de boca de urna publicadas após o encerramento da votação no segundo turno presidencial da Croácia neste domingo, 12, mostraram que o atual presidente Zoran Milanovic venceu a eleição com uma maioria esmagadora contra um candidato do partido conservador.

As pesquisas, conduzidas pela agência de pesquisas Ipsos e publicadas pela emissora de televisão estatal HRT, disseram que Milanovic ganhou quase 78% dos votos, em comparação com seu adversário Dragan Primorac, que ficou com cerca de 22%.

Os resultados oficiais devem sair na noite deste domingo.

O esquerdista Milanovic venceu confortavelmente o primeiro turno da votação em 29 de dezembro, deixando Primorac, um cientista forense que havia concorrido sem sucesso à presidência anteriormente, e seis outros candidatos muito atrás.

Porém, ele não atingiu 50% do eleitorado por uma diferença de apenas 5.000 votos, o que levou ao segundo turno.

Primorac ficou muito atrás, com 19%, na primeira etapa. "Estou esperando uma vitória", disse Milanovic após votar neste domingo.

A eleição no país, que é membro da União Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e tem uma população de 3,8 milhões de pessoas, acontece em um contexto de inflação alta, escândalos de corrupção e escassez de mão de obra.

Milanovic, de 58 anos, é um crítico declarado do apoio militar ocidental à Ucrânia em sua guerra contra a Rússia.

Ele é o político mais popular na Croácia e às vezes é comparado ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump, por seu estilo combativo de comunicação com oponentes políticos.

Neste domingo, ele voltou a criticar Bruxelas, que disse ser "em muitos aspectos não democrática" e administrada por autoridades não eleitas. "Essa não é a Europa moderna em que quero viver e trabalhar", disse ele. "Vou trabalhar para mudá-la, tanto quanto puder como presidente de uma pequena nação."

O presidente croata negou ser pró-Rússia, mas no ano passado bloqueou o envio de cinco oficiais do país para a missão da Otan de apoio à Ucrânia.

Ele também prometeu que nunca aprovaria o envio de soldados croatas como parte de qualquer missão da Otan para o país. Fonte: Associated Press.

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma nesta terça-feira, 11, o julgamento que pode cassar o mandato do governador de Roraima, Antônio Denarium (PP), acusado de abuso de poder político e econômico.

Denarium foi condenado quatro vezes pelo Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) em 2023, por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2022. Ele permanece no cargo enquanto os recursos são analisados, situação que se mantém devido à suspensão temporária do processo.

O caso já havia sido pautado em agosto, mas a análise foi suspensa logo após o voto da relatora, ministra Isabel Gallotti, em razão de um pedido de vista do ministro André Mendonça.

Em nota, a assessoria do governador afirmou que continua "confiando na Justiça, nas instituições e em todos que, assim como nós, acreditam em um Estado melhor para viver, trabalhar e empreender".

Denarium destacou ainda os avanços do estado: "Um Estado que se destaca no Brasil com o maior crescimento do PIB, a maior redução do número de homicídios, com aumento da área plantada e do rebanho bovino", disse em publicação nas redes sociais.

Na sessão, também será julgado o vice-governador Edson Damião (Republicanos), acusado pelos mesmos crimes. A ministra Isabel Gallotti, apontou que o número de beneficiários do programa "Cesta da Família" aumentou 400% em 2022, passando de 10 mil para 50 mil pessoas atendidas.

Em seu voto, Gallotti destacou ainda o programa "Morar Melhor", voltado à reforma de moradias de famílias de baixa renda, afirmando que ele foi "um engenhoso expediente que culminou na criação de novos programas em ano eleitoral, com dividendos eleitorais em favor do candidato à reeleição ao governo do Estado".

A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu nesta segunda-feira, 10, em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a condenação dos deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA) e Pastor Gil (PL-MA), além do suplente de deputado Bosco Costa (PL-SE), por corrupção com emendas parlamentares.

Segundo a PGR, os deputados condicionaram a destinação de R$ 6,67 milhões em emendas ao município de São José de Ribamar, na região metropolitana de São Luís, ao pagamento de R$ 1,67 milhão em propinas. Os parlamentares negam irregularidades.

A Procuradoria afirma que as provas são "irrefutáveis" e que a autoria e a materialidade dos crimes estão comprovadas por diálogos e documentos obtidos na investigação.

"Embora os deputados Josimar e Bosco Costa tenham negado a autoria das emendas, aproveitando-se da baixa transparência dos dados públicos sobre a procedência desses recursos, as provas confirmam serem eles os responsáveis pelas destinações", diz a PGR.

O vice-procurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand, enviou ao STF os últimos argumentos da acusação no processo. As defesas ainda vão apresentar suas alegações finais, última etapa antes do julgamento. O relator do processo é o ministro Cristiano Zanin.

Além da condenação, a PGR pede a perda dos mandatos e o pagamento de uma indenização por danos morais coletivos.

A PGR afirma que Josimar Maranhãozinho "ostentava a posição de liderança" do suposto esquema e, nessa condição, "coordenava a destinação dos recursos patrocinados pelos demais congressistas" e depois distribuía as propinas.

"Não há dúvida de que os réus, sob a chefia do deputado Josimar, constituíram e integraram organização criminosa", diz a Procuradoria nas alegações finais.

Os repasses teriam ocorrido entre dezembro de 2019 e abril de 2020, de acordo com a denúncia. Na época, o prefeito de São José de Ribamar era José Eudes Sampaio Nunes. A PGR afirma que ele foi "insistentemente abordado para ceder à solicitação de propina".

As defesas vêm pedindo o arquivamento da ação por falta de provas.

O novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (Psol-SP), criticou a escolha do deputado Guilherme Derrite (PP-SP), ex-secretário de Segurança do governo paulista, como relator do projeto de lei antifacção.

"Colocar o Derrite como relator de um projeto do governo para o combate das facções criminosas me soa como uma provocação", disse Boulos, em entrevista depois de um painel sobre resíduos sólidos e crédito de carbono na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

Boulos criticou a escolha argumentando que o deputado está partidária, direta e eleitoralmente comprometido com quem tem se colocado como adversário do governo Lula. "Ele está, inclusive, comprometido com quem foi contra a PEC da Segurança Pública, que é o que permite que o governo federal atue de forma mais eficaz no combate ao crime organizado", disse o ministro.