Incêndios voltam a ganhar força em Los Angeles; mortos chegam a 16

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Os fortes ventos do deserto voltaram a Los Angeles, complicando a batalha contra os incêndios que se alastram há quase uma semana. O temor é que as rajadas empurrem o fogo para alguns dos pontos mais famosos da cidade. O número de mortos subiu no domingo, 12, para 16.

O maior incêndio, o Palisades, avançou mesmo após os bombeiros conseguirem conter o fogo em algumas áreas.

O ímpeto das chamas em direção a uma rua de casas multimilionárias em Mandeville Canyon, no bairro de Brentwood, havia sido interrompido neste domingo, mas apenas 11% do incêndio foi detido.

"As condições climáticas continuam críticas", alertou Michael Traum, do serviço de emergência da Califórnia. A previsão é que os ventos do deserto de Santa Ana, responsáveis por impulsionar os incêndios, ganhem ainda mais força a partir da segunda-feira, 13. A situação deve continuar adversa para os bombeiros até a quarta-feira, 15.

Destruição

Juntos, os quatro incêndios - Palisades, Eaton, Kenneth e Hurst - consumiram 160 quilômetros quadrados, uma área maior que São Francisco. Os dois primeiros foram responsáveis pela maior parte da devastação.

O incêndio de Eaton provocou pelo menos 11 mortos e está entre os mais letais da história da Califórnia. As outras cinco mortes estão relacionadas ao Palisades. Autoridades alertam que o número de vítimas tende a aumentar, porque muitos ainda estão desaparecidos.

As ordens de retirada já atingem 150 mil pessoas, informou Traum. Os que puderam voltar, em meio à fumaça e às chamas, encontraram suas casas em ruínas. "Tudo estava retorcido, destruído, coberto de cinzas. Tudo se foi", lamentou Jose Luis Godinez, morador de Altadena. "Toda a minha família vivia nessas três casas, e agora não temos nada."

Enquanto novas ordens de retirada foram emitidas no fim de semana, havia temores de que os ventos pudessem empurrar os incêndios em direção ao Museu J. Paul Getty e à Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA).

O Palisades ameaçava ainda atravessar a rodovia interestadual 405, em direção a áreas densamente povoadas em Hollywood Hills e no Vale de San Fernando. Equipes da Califórnia e de outros nove Estados correm contra o tempo para conter as chamas.

O esforço inclui 1.354 caminhões de bombeiros, 84 aeronaves e mais de 14 mil pessoas. A batalha contra os incêndios conta ainda com o apoio de México e Canadá. Os países vizinhos enviaram bombeiros e equipamentos para a Califórnia como expressão de solidariedade, segundo seus líderes.

Ajuda

A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, disse que sua equipe carregava "a coragem e o coração do México". O premiê canadense, Justin Trudeau, postou vídeo de um avião jogando água no incêndio com a legenda: "Vizinhos ajudando vizinhos". A Califórnia agradeceu e disse que a ajuda era "crucial para conter o fogo e aliviar o trabalho dos bombeiros na linha de frente".

Outra ajuda veio do sistema prisional. Mais de 900 prisioneiros foram enviados para trabalhar no combate ao fogo. A prática já virou rotina na Califórnia, mas os ativistas da reforma carcerária criticam o programa, porque os detentos recebem menos do que o salário mínimo no Estado. A maioria ganha créditos: dois dias são retirados de suas sentenças para cada dia que eles servem como bombeiros. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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