Ventos devem ganhar força e Los Angeles se prepara para piora em incêndios

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Ventos perigosos são esperados novamente em Los Angeles nesta segunda-feira, 13, ameaçando o progresso dos bombeiros contra os incêndios florestais que devastaram uma área de 142 km² no sul do Estado americano da Califórnia.

Os meteorologistas emitiram um raro alerta de perigo de incêndio de segunda à noite até quarta-feira (15) de manhã. Esse é o mesmo nível de alerta que eles emitiram na semana passada, quando fortes rajadas de vento alimentaram os incêndios.

No fim de semana, os bombeiros conseguiram melhorar a situação no incêndio de Eaton, perto de Pasadena. Ao todo os incêndios em Los Angeles já deixaram 24 mortos. Outras 16 pessoas foram dadas como desaparecidas e autoridades alertaram que o número de fatalidades deve aumentar.

A rara designação de "situação particularmente perigosa" foi aplicada a três áreas nos condados de Ventura e Los Angeles. Embora os meteorologistas geralmente usem esse aviso especial apenas a cada poucos anos, esta é a quarta vez que ele foi emitido nos últimos meses. Os dois avisos anteriores ocorreram durante condições que levaram ao incêndio Mountain em novembro e ao incêndio Franklin em dezembro.

Equipes de bombeiros e serviços de emergência estavam sendo mobilizadas preventivamente para áreas de risco, incluindo ao redor do incêndio Palisades, em antecipação à nova ameaça. Embora os ventos nos próximos dias possam não ser tão fortes quanto os da semana passada, sua longa duração pode piorar o risco de incêndio, disseram os meteorologistas.

Cerca de 150 mil pessoas no condado de Los Angeles seguem sem voltar para suas casas, com mais de 700 moradores em abrigos.

Roubos continuam sendo uma preocupação das autoridades. Entre os presos estavam duas pessoas que se passaram por bombeiros entrando em casas, disse o capitão Michael Lorenz do Departamento de Polícia de Los Angeles.

De acordo com o xerife do condado de Los Angeles, Robert Luna, 20 pessoas foram presas em zonas de incêndios após relatos de roubos.

Melhora

A cidade de Los Angeles terá uma pausa no clima propício para incêndios no final desta semana, de acordo Rich Thompson do National Weather Service. A velocidade do vento cairá na quinta-feira, 16, e permanecerá baixa durante o fim de semana. "Para este fim de semana, a situação deve melhorar", disse ele. "Umidade mais alta, apenas os ventos típicos da brisa do mar."

Prevendo uma melhora no clima, a maioria das escolas no Distrito Escolar Unificado de Los Angeles reabrirá nesta segunda-feira, depois que todas as escolas da cidade foram fechadas na semana passada. O superintendente Alberto Carvalho disse que decidiu que era hora de reabrir as escolas, pois os ventos diminuíram um pouco e os incêndios começaram a ser contidos lentamente.(Com agências internacionais).

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo, 9, que "a ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e Caribe", em um sinal indireto às ameaças promovidas pelo governo dos Estados Unidos contra a Venezuela. Ele afirmou que "democracias não combatem o crime violando o direito internacional".

O governo de Donald Trump tem usado como pretexto para intensificar sua presença militar no Caribe o combate ao narcotráfico. Nos últimos meses, destruiu barcos que trafegavam pela região alegando que se tratava de embarcações de traficantes. Os tripulantes foram mortos.

O discurso de Lula foi feito na Cúpula Celac-União Europeia em Santa Marta, na Colômbia. O presidente brasileiro disse que a América Latina é uma "região de paz" e pretende continuar assim.

"A ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e Caribe. Velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais. Somos região de paz e queremos permanecer em paz. Democracias não combatem o crime violando o direito internacional", declarou.

Segundo Lula, a "democracia também sucumbe quando o crime corrompe as instituições, esvaziam espaços públicos e destroem famílias e desestruturam negócios". O presidente brasileiro disse que garantir "segurança é dever do Estado e direito humano fundamental" e que "não existe solução mágica para acabar com a criminalidade". O presidente defendeu "reprimir o crime organizado e suas lideranças, estrangulando seu financiamento e rastreando e eliminando o tráfico de armas".

Lula citou a última reunião da cúpula Celac-União Europeia, há dois anos, em Bruxelas. Disse que, naquela época, "vivíamos um momento de relançamento dessa histórica parceria", mas, "deste então, experimentamos situações de retrocessos".

O petista criticou a falta de integração entre os países latinoamericanos. Afirmou que "voltamos a ser uma reunião dividida" e com ameaças envolvendo o "extremismo político".

"A América Latina e o Caribe vivem uma profunda crise em seu projeto de integração. Voltamos a ser uma região dividida, mais voltada para fora do que para si própria. A intolerância cria força e vem impedindo que diferentes pontos de vista possam se sentar na mesma mesa. Voltamos a viver com a ameaça do extremismo político, da manipulação da informação e do crime organizado. Projetos pessoais de apego ao poder muitas vezes solapam a democracia", afirmou.

Em seu discurso, Lula também citou a realização da COP30, em Belém, e mencionou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). Disse que o fundo "é solução inovadora para que nossas florestas valham mais em pé do que derrubadas" e que a "transição energética é inevitável".

O petista também lamentou o tornado que atingiu a cidade de Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, e manifestou suas condolências às vítimas da tragédia climática dos últimos dias.

O novo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, afirmou na tarde deste sábado, 8, em São Paulo, que governadores bolsonaristas "preferem fazer demagogia com sangue, ao tratar todo mundo da comunidade como se fosse bandido". Boulos disse que essa é a visão dos governadores do Rio, Cláudio Castro (PL), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de outros chefes de Executivo estadual apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ele lançou no Morro da Lua, região de Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, o Projeto Governo na Rua, que tem a finalidade de ouvir a população e levar as manifestações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Boulos declarou também que a questão do combate ao crime é antiga, mas que Luiz Inácio Lula da Silva é quem tomou a iniciativa de tentar resolver com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública e o projeto de lei antifacção. Conforme o ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência, com essas propostas aprovadas, o governo federal terá mais atribuições e responsabilidades para o enfrentamento ao crime.

"A gente acredita que o combate ao crime tem que fazer da maneira correta, como a Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal, para pegar o peixe grande, não o bagrinho. O peixe grande está na Avenida Faria Lima, não na favela", acredita.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou neste sábado, 8, a pauta da Casa para a próxima semana, com a inclusão do projeto de lei antifacção - texto encaminhado pelo governo ao Congresso na esteira da megaoperação que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro. A proposta é relatada pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de segurança de São Paulo.

Motta marcou a primeira sessão deliberativa da Casa da semana para terça-feira, 11, às 13h55. A sessão será semipresencial, conforme decidido pelo presidente da Câmara em atenção a pedido de líderes partidários. Isso significa que os deputados poderão votar a distância nas sessões dessa semana, sem precisarem estar em Brasília.

A pauta também contém outros projetos relacionados à Segurança Pública, como o que aumenta a destinação da arrecadação com jogos de apostas de quota fixa (bets) para o financiamento da segurança pública. O relator de tal projeto é o deputado Capitão Augusto (PL-SP).

Outro projeto na lista de serem debatidos pelos parlamentares é o que condiciona a progressão de regime, a saída temporária e a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva à coleta de material biológico para obtenção do perfil genético do preso. O relator é o deputado Arthur Maia (União-BA).

Ainda consta na pauta a discussão de um projeto que altera o Código Tributário Nacional para tratar de normas gerais para solução de controvérsias, consensualidade e processo administrativo em matéria tributária e aduaneira. A tramitação em regime de urgência da proposta foi aprovada no último dia 21. O relator é o deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).