Ameaças de tarifas de Trump levam União Europeia a se preparar para guerra fiscal

Internacional
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As ameaças tarifárias do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, estão forçando a Europa a enfrentar um dilema indesejado: manter suas próprias tarifas baixas e arcar com os custos econômicos, ou erguer novas barreiras em uma tentativa de proteger indústrias vulneráveis, segundo matéria do The Wall Street Journal.

A União Europeia (UE) tem defendido há muito tempo o sistema baseado em regras para o livre comércio e, no mês passado, anunciou um avanço em um grande acordo comercial com quatro países da América do Sul. Ao mesmo tempo, o bloco está preparando uma combinação de incentivos e sanções para responder ao plano de Trump de usar tarifas como ferramenta de política doméstica e externa.

A Europa quer evitar uma guerra comercial em grande escala. Os EUA são o maior parceiro comercial da UE, com o comércio entre as duas economias movimenta aproximadamente US$ 8,7 trilhões, segundo a Câmara de Comércio Americana para a União Europeia.

Tarifas mais altas dos EUA sobre a China poderiam redirecionar produtos baratos para a Europa, criando um duplo golpe para os fabricantes domésticos do bloco. Os representantes da UE esperam neutralizar algumas dessas ameaças com propostas que podem incluir compromissos para comprar mais gás natural liquefeito e suprimentos de defesa americanos, além de uma oferta para se aliar a Trump no enfrentamento a Pequim. O bloco também poderia se comprometer a assumir uma parcela maior do ônus financeiro de apoiar a Ucrânia, e os estados-membros poderiam aumentar os gastos militares.

Caso essas propostas não surtam efeito, a UE preparou uma série de opções de retaliação, que, segundo diplomatas, poderiam incluir tarifas direcionadas a produtos de estados americanos politicamente sensíveis.

Os planos comerciais de Trump também podem se alinhar a tensões mais amplas com a UE, envolvendo segurança regional, apoio à Ucrânia e o interesse do presidente eleito na Groenlândia. Autoridades estão preparadas para discutir uma variedade de questões com a nova administração e buscarão posicionar a UE como um parceiro que pode ajudar Trump a alcançar alguns de seus objetivos.

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O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) defendeu neste sábado, 18, uma proposta de emenda à Constituição (PEC) sugerida por um aliado que, se aprovada pelo Congresso, pode beneficiá-lo nas eleições de 2026. A Constituição, hoje, estipula 35 anos como idade mínima para assumir os cargos de presidente, vice-presidente e senador. O projeto do deputado federal Eros Biondini (PL-MG), que está em fase de coleta de assinaturas para ser protocolado na Câmara, reduz a exigência de idade dessas funções para 30 anos.

Segundo a justificativa apresentada por Biondini, a proposta "visa promover maior inclusão e participação de jovens na política e em posições de liderança". "O cenário atual ainda limita a representatividade jovem em cargos decisórios, o que pode causar um distanciamento entre os representantes eleitos e as demandas das novas gerações", diz o parlamentar.

No X (antigo Twitter), Nikolas Ferreira relembrou que PECs não precisam de sanção presidencial após aprovação na Câmara e no Senado para entrarem em vigor. O deputado completa 30 anos em maio.

O projeto de Eros Biondini também reduz as idades mínimas para assumir outros cargos eletivos. Os atuais 30 anos exigidos para ser governador ou vice-governador passariam para 28, enquanto o mínimo de 21 anos para ser deputado federal, deputado estadual (ou distrital), prefeito e vice-prefeito passaria a ser de 20 anos.

Eros Biondini é pai da deputada estadual de Minas Gerais Chiara Biondini (PP). No momento em que concorreu ao cargo nas eleições de 2022, Chiara tinha 20 anos. Enquanto os demais eleitos assumiram o mandato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em 1º de fevereiro de 2023, Chiara tomou posse em 22 de fevereiro, no dia em que completou 21 anos. A mudança foi possível pois o Regimento Interno da Assembleia mineira permite a posse em até 30 dias a partir da primeira reunião da Casa.

Ao Estadão, Biondini admite a inspiração do projeto em seu colega de partido e bancada estadual, mas afirma que já defendia o "protagonismo dos jovens" na política. "Eu já tinha esse pensamento, avaliando a realidade da política no Brasil e a necessidade de atualização da legislação em função do protagonismo dos jovens. O fenômeno da repercussão e resultado do vídeo do Nikolas nos últimos dias só veio confirmar essa visão."

Nikolas publicou nesta semana um vídeo com críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à portaria da Receita Federal, posteriormente revogada, que ampliava o monitoramento de transações financeiras via Pix e cartão de crédito. A publicação viralizou e acumula mais de 315 milhões de visualizações.

O alcance do vídeo fez do mineiro o segundo político brasileiro mais seguido no Instagram, superando Lula. Interlocutores do Planalto admitiram à Coluna do Estadão que o viral de Nikolas foi o principal fator da crise que levou à revogação da norma.

A PEC de Eros Biondini ainda não está em tramitação na Câmara. PECs precisam de assinaturas de ao menos 171 deputados federais para serem pautadas na Casa. Biondini diz que ainda iniciará os contatos com parlamentares da oposição ao governo Lula, "mas a aceitação está ótima".

A expectativa é que o texto atinja as assinaturas necessárias até o dia 2 de fevereiro, retorno do recesso parlamentar. Protocolada a proposta, o primeiro passo da PEC seria a discussão na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.

"O nome do PL para a Presidência da República é Bolsonaro, mas em uma eventual situação de inelegibilidade, o que achamos absurdo, o Nikolas poderá ser o nosso nome para presidente do Brasil", afirma Eros Biondini.

Entre os cotados da direita para disputar a Presidência em 2026, aparecem nomes como os dos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), São Paulo, e Ronaldo Caiado (União), Goiás.

O ex-deputado federal e ex-presidente do PT, José Genoíno, está internado desde a última quinta-feira, 16, no hospital A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo, onde realizou na sexta-feira, 17, uma cirurgia de retirada de um tumor.

De acordo com o boletim médico, o procedimento "ocorreu dentro do esperado, sem complicações ou intercorrências e durou 4 horas". A cirurgia realizada por Genoíno foi na região do retroperitônio, que é uma membrana responsável pelo revestimento das vísceras da cavidade abdominal.

"Após o procedimento, José Genoíno Neto foi encaminhado, hemodinamicamente estável, para a UTI, onde permaneceu por cerca de 24h. Na manhã do dia 18/01/2025 o paciente teve alta da UTI e já retornou ao quarto onde permanecerá em observação", diz o comunicado assinado pelo médico Samuel Aguiar, que é líder do Centro de Referência de Tumores Colorretais.

Genoíno presidiu o PT entre 2003 e 2005, quando estourou o escândalo do mensalão. Ele foi denunciado pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha, em 2012. Dois anos depois, ele foi absolvido do crime de formação de quadrilha, mas foi mantida a condenação por corrupção passiva. Ainda no mesmo ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) extinguiu a pena do ex-deputado.

Atualmente, Genoíno tem se apresentado com uma voz crítica a algumas medidas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como o arcabouço fiscal.

O presidente da Argentina, Javier Milei, lamentou em declaração no último sábado, 18, a ausência de Jair Bolsonaro (PL) na cerimônia de posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. O evento está marcado para ocorrer nesta segunda-feira, 20, em Washington.

Em uma breve fala a jornalistas durante o baile de gala da pose de Trump, Milei culpou o "regime Lula" por ter barrado a presença do ex-presidente brasileiro no evento que une líderes aliados de Trump e chefes de Estado.

"(Bolsonaro) é um grande amigo e lamento muito que o regime de Lula não o tenha deixado vir (a este evento)", afirmou Milei. Porém, não houve interferência do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na decisão que barrou a participação de Bolsonaro na posse.

Partiu do ministrou Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o despacho que manteve a proibição de Bolsonaro deixar o País. O magistrado rejeitou a dois pedidos da defesa do ex-presidente pela devolução do seu passaportes para que ele pudesse comparecer à posse de Trump.

Moraes negou a petição original e o recurso dos advogados sob o argumento de que há risco real de "tentativa de evasão" de Bolsonaro "para se furtar à aplicação da lei penal". O ministro destacou que o ex-presidente tem defendido a fuga do País e o asilo no exterior para os diversos condenados pelos atos golpistas do 8 de Janeiro.

Bolsonaro disse no último sábado que está constrangido por não poder comparecer à cerimônia de posse de Trump. Ele acompanhou a mulher, Michelle Bolsonaro, até o portão de embarque do aeroporto de Brasília e chorou ao falar que se sente "perseguido". O ex-presidente será representado pela ex-primeira-dama e pelo filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Bolsonaro ainda disse esperar o apoio do líder norte-americano para reverter a sua inelegibilidade no Brasil. "Com toda certeza, se ele me convidou, ele tem a certeza que pode colaborar com a democracia do Brasil afastando inelegibilidades políticas, como essas duas minhas que eu tive", disse Bolsonaro.

O ex-presidente não detalhou como o Trump poderia alterar as decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o declararam inelegível por oito anos. Na avaliação de Bolsonaro, somente "a presença" do aliado dos EUA pode alterar a sua situação.

"(Trump) não vai admitir certas pessoas pelo mundo perseguindo opositores, o que chama de lawfare, que ele sofreu lá. Grande semelhança entre ele e eu", afirmou.