Trump diz que irá visitar a Califórnia, castigada por incêndios, na sexta-feira

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste domingo, 19, que vai visitar a Califórnia na próxima sexta-feira, 24. O Estado é afetado por grandes incêndios, que analistas avaliam ter causado a perda de até US$ 150 bilhões.

"Juntos, vamos reconstruir Los Angeles", prometeu Trump, em discurso no ginásio Capital One Arena, em Washington. Ele toma posse nesta segunda-feira, 20, como o 47º presidente americano.

Na sua fala, Trump exaltou a escolha de Los Angeles como sede das Olimpíadas de 2028, bem como uma das cidades-sede da Copa do Mundo de Futebol Masculino de 2026.

Trump disse também que, por terem "roubado" a sua eleição em 2020, ele será o presidente dos Estados Unidos durante os dois eventos esportivos. O republicano alega, sem apresentar provas, fraude no processo eleitoral de 2020, quando perdeu para o democrata Joe Biden. "Eu consegui as Olimpíadas e eu consegui a Copa do Mundo de Futebol", declarou.

Em outra categoria

O estrategista político Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump, comparou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a juízes nazistas da década de 1930 e afirmou que as eleições presidenciais brasileiras de 2026 serão as mais importante do mundo.

Em entrevista concedida neste domingo, 19, a um canal brasileiro no YouTube, Bannon também declarou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) precisa retornar ao poder e mencionou a existência de uma comunidade internacional disposta a ajudar o Brasil. Bolsonaro, no entanto, está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023.

"É escandaloso o juiz do Supremo, e as pessoas devem saber e prever. Os brasileiros sabem que este homem é radical. Ele é como um juiz nazista dos anos 1930. Ele eventualmente precisa ser removido do cargo. Precisamos vencer em 2026. Sua justiça é mais corrupta que a de Lula. [...] Mesmo Lula sendo ruim, seu sistema judicial é mais corrupto que ele, e o juiz do Supremo Tribunal talvez seja um dos mais corruptos e uma das pessoas mais demoníacas do mundo. É por isso que é tão importante que o povo brasileiro vença em 2026 e restaure o presidente Bolsonaro na Presidência [...] A eleição mais importante do mundo é a eleição do Brasil", disse.

O STF foi procurado para comentar as declarações, mas não houve resposta até a publicação desta matéria.

As declarações foram feitas durante um almoço organizado por Bannon, que reuniu integrantes da comitiva de parlamentares brasileiros que estão nos Estados Unidos para acompanhar a cerimônia de posse de Trump, marcada para esta segunda-feira, 20.

"No War Room [programa de comentários políticos comandado por Steve Bannon], estamos aqui para agir, e a comunidade de soberania internacional está pronta para apoiar vocês de qualquer maneira. Tínhamos pessoas confirmadas para este evento. Mais de 2 mil pessoas querem ver Bolsonaro hoje. Todos querem vir aqui para ver o presidente Bolsonaro", completou.

Bolsonaro tentou comparecer à posse de Trump, mas teve o pedido de restituição do passaporte negado por Moraes, que é relator do inquérito que investiga a suposta participação do ex-presidente em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Desde fevereiro de 2024, o passaporte dele está apreendido por decisão de Moraes no âmbito da Operação Tempus Veritatis.

Bannon também criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusando-o de "vender a Amazônia" e de "corrupção". "Ele está traindo os brasileiros agora mesmo, vendendo a Amazônia ao Partido Comunista Chinês", disse.

Quem é Steve Bannon?

Steve Bannon é um estrategista político norte-americano que teve um papel central na campanha presidencial de Donald Trump em 2016. Após a vitória de Trump, Bannon foi nomeado estrategista-chefe da Casa Branca em 2017.

Bannon também é conhecido por apoiar líderes de extrema direita em todo o mundo, incluindo Viktor Orbán, na Hungria. Em 2024, ele foi condenado a quatro meses de prisão por se recusar a cooperar com a investigação sobre o ataque ao Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021. Bannon começou a cumprir a pena em julho do ano passado e foi libertado em outubro, um mês antes da eleição presidencial americana.

Ligações com o Brasil

No Brasil, Bannon é conhecido por ser aliado da família Bolsonaro e é considerado uma referência para os filhos do ex-presidente, de quem se tornou conselheiro político. Em janeiro de 2023, ele utilizou as redes sociais para estimular os atos golpistas em Brasília. Também usou seu perfil do Gettr - uma rede social de extrema direita - para chamar os golpistas de "lutadores da liberdade" e para disseminar informações falsas sobre o processo eleitoral do Brasil.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já classificou o americano como "ícone do combate ao marxismo cultural". O parlamentar, inclusive, tentou que o pai se consultasse com Bannon sobre como se portar depois de ter perdido as eleições de 2022.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, será empossado nesta segunda-feira, 20. A cerimônia terá a presença de integrantes da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de parlamentares brasileiros. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não irá ao evento, e o governo brasileiro será representado por Maria Luiza Viotti, embaixadora do País em Washington.

Bolsonaro não irá à posse pois está com o passaporte retido pela investigação por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A defesa do ex-presidente pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a devolução do documento, mas teve o pedido negado pelo ministro Alexandre de Moraes.

Neste sábado, 18, Bolsonaro afirmou que se sentia constrangido por não poder ir à posse do aliado. O ex-presidente concedeu entrevista coletiva no Aeroporto de Brasília, onde acompanhou o embarque aos Estados Unidos da sua mulher, Michelle Bolsonaro (PL), que irá ao evento. Filho do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também acompanhará a posse.

O parlamentar teve encontros em Washington com o presidente argentino, Javier Milei, e com o expoente da extrema direita americana Steve Bannon. Também neste fim de semana, esteve em um jantar promovido pelo futuro vice-presidente, J.D. Vance, e em um baile de gala para celebrar a comunidade latino-americana e espanhola nos Estados Unidos. No local, encontrou o filho de Trump, Donald Trump Jr, que perguntou pelo ex-presidente Bolsonaro.

Além de Eduardo, 19 deputados federais confirmaram ao Estadão que estarão presentes na posse, além do senador Jorge Seif (PL-SC). O número é menor do que os 39 parlamentares de oposição que manifestaram interesse em comparecer ao evento.

Nenhum dos parlamentares está em missão oficial como representante do Poder Legislativo. Dessa forma, os custos com translado e diárias não foram arcados com recursos públicos.

Veja a lista:

1) Deputado Adilson Barroso (PL-SP)

2) Deputada Bia Kicis (PL-DF)

3) Deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB)

4) Deputado Capitão Alden (PL-BA)

5) Deputada Carla Zambelli (PL-SP)

6) Deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO)

7) Deputada Coronel Fernanda (PL-MT)

8) Deputado Coronel Ulysses (União Brasil-AC)

9) Deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP)

10) Deputado Giovani Cherini (PL-RS)

11) Deputado Joaquim Passarinho (PL-PA)

12) Senador Jorge Seif (PL-SC)

13) Deputado Luiz Philippe de Orleans (PL-SP)

14) Deputado Marcel van Hattem (Novo-RS)

15) Deputado Marcos Pollon (PL-MS)

16) Deputado Maurício do Vôlei (PL-MG)

17) Deputado Mauricio Marcon (Podemos-RS)

18) Deputado Messias Donato (Republicanos-ES)

19) Deputado Sargento Gonçalves (PL-RN)

20) Deputada Silvia Waiãpi (PL-AP)

21) Deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)

Morreu neste domingo, 19, aos 91 anos, o ex-comandante do Exército general Gleuber Vieira. Ele esteve à frente da instituição militar de 1999 a 2003, durante o segundo governo de Fernando Henrique Cardoso, e foi o último a ocupar o cargo de ministro do Exército antes da criação do Ministério da Defesa.

Nascido em 8 de dezembro de 1933, no Rio de Janeiro, e formado como aspirante a oficial de artilharia pela Academia Militar das Agulhas Negras em 1954, Gleuber Vieira atingiu o mais alto posto da hierarquia militar ao assumir, entre 1º de janeiro e 10 de junho de 1999, o cargo de ministro do Exército - sendo o último a ocupar essa função antes da reformulação da estrutura das Forças Armadas.

Com a criação do Ministério da Defesa, assumiu, em 10 de junho de 1999, o posto de primeiro Comandante do Exército, função que desempenhou até 1º de janeiro de 2003. Durante seu comando, o Brasil ampliou a participação em missões de paz da ONU, incluindo operações em Moçambique e Angola. Ele também implementou mudanças institucionais, como a abertura dos Colégios Militares, do Instituto Militar de Engenharia e da Escola de Saúde do Exército para mulheres.

O general do Exército foi ainda autor de publicações, entre elas História Oral do Exército na Segunda Guerra Mundial (2001), e idealizou a Fundação Cultural Exército Brasileiro (Funceb), criada para preservar a história militar e fortalecer sua conexão com a sociedade.

Em nota, o Exército lamentou o falecimento: "Prestamos nossas homenagens e expressamos as mais sinceras condolências à família, aos amigos e a todos que tiveram o privilégio de conviver com este grande líder. Que sua memória inspire futuras gerações de brasileiros a servir com honra e dedicação à Pátria".