Biden perdoa Fauci e Mark Milley em um esforço para se proteger contra 'vingança' de Trump

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O presidente dos EUA, Joe Biden, perdoou o dr. Anthony Fauci, o general aposentado Mark Milley e os membros do comitê da Câmara de Representantes responsáveis por investigar o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio, usando os poderes extraordinários de seu cargo em suas horas finais para se proteger contra uma potencial "vingança" do governo de Donald Trump.

A decisão de Biden veio depois que o republicano alertou sobre uma lista de inimigos repleta de pessoas que o cruzaram politicamente ou tentaram responsabilizá-lo por sua tentativa de anular sua derrota eleitoral de 2020 e seu papel na invasão do Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021. Trump selecionou indicados para o Gabinete que apoiaram suas mentiras eleitorais e que se comprometeram a punir os envolvidos nos esforços para investigá-lo.

É costume que um presidente conceda clemência no final de seu mandato, mas esses atos de misericórdia geralmente são oferecidos a americanos comuns que foram condenados por crimes. Biden usou o poder da maneira mais ampla e sem precedentes possível ao perdoar aqueles que ainda nem foram investigados, configurando um "perdão preventivo". E com a aceitação vem uma admissão tácita de culpa ou irregularidade, mesmo que aqueles que foram perdoados não tenham sido formalmente acusados de nenhum crime.

Fauci foi diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas do Instituto Nacional de Saúde por quase 40 anos e foi o principal conselheiro médico de Biden até sua aposentadoria em 2022.

Ele ajudou a coordenar a resposta da nação à pandemia de covid-19 e despertou a ira de Trump quando se recusou a apoiar as alegações infundadas do republicano. Já Mark Milley é o ex-presidente do Estado-Maior Conjunto que chamou Trump de fascista e detalhou a conduta do republicano em torno da insurreição de 6 de janeiro de 2021.

Biden também está estendendo perdões a membros e funcionários do comitê de 6 de janeiro, incluindo os ex-deputados Liz Cheney e Adam Kinzinger, ambos republicanos, bem como os policiais do Capitólio dos EUA e da polícia metropolitana de D.C. que testemunharam perante o comitê. Fonte: Associated Press

Em outra categoria

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, na abertura da reunião ministerial desta segunda-feira, 20, que "2026 já começou" e que seus adversários políticos "já estão em campanha".

"2026 já começou, não por nós, que temos que capinar, mas pelos adversários a eleição do ano que vem já começou. Eles já estão em campanha. Nós não podemos antecipar campanha porque temos de trabalhar e entregar ao povo o que ele precisa", declarou o presidente diante de seus ministros.

Lula afirmou, ainda, que o governo precisa ter a compreensão de que a população trabalhadora atualmente não tem os mesmos desejos que a dos anos 1980, quando o PT foi fundado.

"É importante que a gente compreenda que o povo com que estamos trabalhando hoje não é o povo dos anos 1980, que queria ter emprego em fábrica com carteira assinada. É um povo que está virando empreendedor e precisamos aprender a trabalhar com essa nova formação do povo brasileiro", afirmou.

O presidente afirmou que o governo seja "exigido". "Eu jamais reclamarei pelo fato de o povo nos cobrar. Reclamarei se não tivermos capacidade de entregar tudo aquilo que nos comprometemos", completou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realiza, nesta segunda-feira, 20, a primeira reunião ministerial do ano em um momento em que o Planalto se reorganiza para os próximos dois anos de governo, visando às eleições de 2026. A nova gestão da comunicação, comandada pelo ministro Sidônio Palmeira, terá como foco aumentar a popularidade de Lula, e tenta se recuperar após a derrota para a oposição sobre a fiscalização sobre transações via Pix.

O encontro ministerial está previsto para começar às 9h. Normalmente, esse tipo de evento é realizado no Palácio do Planalto, com longos discursos de Lula e falas de quase todos os seus ministros, que costumam fazer um balanço das pastas. Porém, desta vez, a agenda será na Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência.

Reuniões ministeriais são tidas como "freios de arrumação" para o presidente alinhar seus ministros em torno dos discursos e prioridades da gestão. Os 38 ministros são convocados, e outras autoridades como líderes do governo no Legislativo também costumam participar. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, por exemplo, retornou nesta segunda das férias para participar do encontro.

A reunião acontece em meio à recuperação da gestão após ter cedido à pressão da oposição e recuado sobre a norma do Pix que ampliava o monitoramento sobre transações financeiras. Na semana passada, após repercussão negativa, puxada principalmente por um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) viralizar sobre o tema, o governo anunciou a revogação da medida da Receita Federal.

Foi do próprio Lula a decisão, que ocorreu diante da constatação de que o governo tinha perdido a batalha da comunicação na população. Na avaliação de ministros, é preciso criar, o mais rápido possível, um método de pronta-resposta nas redes sociais, já que a gestão tem demorado para agir.

O episódio aconteceu na mesma semana que Sidônio Palmeira assumiu a Secretaria de Comunicação Social (Secom) no lugar de Paulo Pimenta. Marqueteiro da campanha vitoriosa de Lula em 2022, Sidônio assumiu a pasta para reformular a comunicação do governo e tentar deixar a gestão do petista mais popular visando à próxima eleição presidencial.

Ao indicar o publicitário para o cargo, Lula deu uma espécie de "carta branca" para Sidônio fazer as trocas que avaliar necessárias. O novo ministro mudou nomes que eram apadrinhados pela primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, como a então chefe da Secretaria de Estratégia e Redes (Seres) da Secom, Brunna Rosa, e a diretora do Departamento de Canais Digitais da Secretaria de Redes chefiada por Brunna, Priscila Calaf. Mesmo após esforços de Janja para realocá-las no governo, o que causou atrito com o novo ministro, Mariah Queiroz, que trabalhou com as redes sociais do prefeito reeleito do Recife, João Campos (PSB), é a nova chefe da Seres da Secom.

No Palácio do Planalto, o recuo do Pix foi recebido com lamentação e reacendeu preocupação sobre a comunicação para se chegar em 2026. Diante do cenário, se mostrou ainda mais importante uma licitação da comunicação digital do governo. A Secom, ainda sob Paulo Pimenta, tentou contratar empresas para prestar serviços no setor, mas a licitação de cerca de R$ 190 milhões foi barrada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por suspeitas de irregularidades. Nos últimos dias, o certame foi liberado pela Corte. Porém, Sidônio disse que enviará, ainda neste semestre, uma nova licitação.

Outro assunto que rondará o encontro são as mudanças que Lula deve fazer na chefia dos ministérios. Como mostrou o Estadão/Broadcast, a ideia do presidente é fazer uma reforma enxuta nesse primeiro momento mirando petistas e integrantes de seu campo político mais próximo que julga não estarem tendo bom desempenho. São aguardadas alterações também nas pastas comandadas por partidos aliados, mas só depois das eleições para presidente da Câmara e do Senado, no começo de fevereiro. Essas mudanças serão baseadas principalmente em negociações políticas.

Ministros como Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Cida Gonçalves (Mulheres) são cotados para mudarem de cargo. Também passou a ser citado como um possível remanejado o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que poderia ir para Saúde no lugar de Nísia Trindade.

A reunião ministerial desta segunda era esperada para ocorrer no final do ano passado. Porém, em dezembro, Lula foi operado às pressas em São Paulo após a identificação de uma hemorragia intracraniana, decorrente do acidente domiciliar sofrido em outubro. Dias depois, o presidente foi submetido a um novo procedimento para impedir sangramentos no cérebro.

Por conta da intercorrência, o chefe do Executivo optou por um almoço com ministros. Na ocasião, também foi convidado o então futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. No encontro, Lula disse que ia desacelerar sua rotina após os procedimentos médicos e pediu para os auxiliares continuarem mobilizados e divulgarem as ações do governo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que sua meta é evitar que o Brasil volte ao "neofascismo, neonazismo e autoritarismo", uma referência às características que o presidente atribui à gestão de Jair Bolsonaro.

"Queremos eleger um governo em 2026 para continuar processo democrático no Brasil. não queremos entregar o País de volta ao neofascismo, neonazismo e autoritarismo. Queremos entregar o País com mais educação", declarou Lula aos seus ministros, na abertura da reunião ministerial desta segunda-feira, 20.

O presidente disse, ainda, que sua gestão privilegia "a educação e o humanismo, não o algoritmo para fazer a cabeça das pessoas". Lula defendeu, ainda, que seu governo pretende "fazer com que o Brasil volte a ter uma democracia plena".