Trump diz que China pode ajudar EUA no fim da guerra entre Rússia e Ucrânia

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que a China pode ajudar o governo norte-americano a interromper a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, referindo-se à influência de Pequim no conflito.

Trump afirmou que o presidente da China, Xi Jinping, ligou para ele e que o conflito foi um dos temas abordados na ligação.

O republicano disse que pretende ter uma boa relação com a China nos próximos quatro anos de sua administração, repetindo que o que buscará é uma relação justa diante do déficit comercial americano com o país.

Em fala exibida virtualmente para líderes reunidos no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, Trump afirmou, nesta quinta-feira, que pretende se encontrar rapidamente com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para colocar um fim à guerra.

Durante o momento em que recebeu perguntas dos participantes do painel, o CEO da Blackstone, Stephen A. Schwarzman, ironizou comentários de Trump sobre necessidade de reduzir os preços do petróleo. "O príncipe da Arábia Saudita ficará feliz com seus comentários", afirmou.

Mais cedo na sua aparição, Trump chegou a dizer que pedirá à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para reduzir os preços do petróleo, um desdobramento que poderia servir como ferramento de convencimento para acabar com a guerra da Rússia contra a Ucrânia.

"O petróleo, taxas de juros precisam cair", disse.

Sobre o Oriente Médio, o republicano afirmou que houve muito progresso em relação ao conflito na região.

Trump repetiu ainda que seu governo se movimentará rapidamente em relação à desregulamentação, ao responder a uma pergunta da presidente executiva do Grupo Santander, Ana Botín, única mulher presente entre os convidados que puderam fazer perguntas ao mandatário americano.

Trump voltou a citar que nos EUA só haverá dois gêneros: o masculino e o feminino.

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A Justiça de Mato Grosso homologou acordo de não persecução cível do ex-procurador-geral do município de Cuiabá, Fernando Biral de Freitas, com o Ministério Público estadual no âmbito de uma ação de improbidade. A decisão foi tomada pela juíza Célia Regina Vidotti, da Vara Especializada em Ações Coletivas, depois que Fernando Freitas devolveu R$ 200 mil aos cofres públicos como parte de um acordo de delação premiada firmado no âmbito criminal.

O Estadão pediu manifestação do ex-chefe da Procuradoria-Geral de Cuiabá, o que não havia ocorrido até a publicação deste texto. O espaço está aberto.

Como consequência da homologação, a juíza revogou o bloqueio de bens de Fernando de Freitas. Ela julgou extinto o processo, com resolução de mérito, ou seja, o ex-procurador-geral se livrou da ação de improbidade movida pela Promotoria.

Prevalecem, no entanto, algumas sanções ao ex-procurador-geral de Cuiabá, como a suspensão de sua 'capacidade eleitoral ativa e passiva' pelo prazo de seis anos. Sua empresa, a F.B. de Freitas, fica proibida de fechar qualquer tipo de contrato com o poder público em todos os seus níveis e pelo mesmo período.

Fernando Biral de Freitas não é procurador de carreira. Por indicação, o então prefeito de Cuiabá, Chico Galindo, o nomeou para o cargo que ocupou entre abril de 2010 e dezembro de 2012.

Alvo da Operação Convescote, deflagrada em 2017, Freitas teria favorecido sua própria empresa, F.B. de Freitas, dentro de um convênio firmado entre a Assembleia Legislativa de Mato Grosso e a Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faespe).

A investigação estimou prejuízo de R$ 3 milhões aos cofres públicos.

A Convescote visou 'organização criminosa engendrada para saquear os cofres públicos, notadamente recursos públicos da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso e Tribunal de Contas do Estado', segundo os promotores do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) em Mato Grosso.

"Os desvios se davam por meio de fraude nos convênios firmados com a Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (FAESPE), Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Assistência à Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro (FUNRIO) e Associação Plante Vida", anotou o Gaeco, responsável pelo cerco aos investigados.

Ao dar seu aval ao acordo de Fernando Freitas, a juíza Célia Regina Vidotti destacou que a Lei 14.230/2021 'trouxe mudanças significativas' na Lei de Improbidade Administrativa - dentre elas, a possibilidade de celebração de acordo de não persecução cível em determinados casos e desde que por meio do pacto se obtenha, ao menos, o integral ressarcimento do dano e a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida obtida.

Vidotti anotou que 'a reparação do dano, proporcionalmente, já foi pactuada na colaboração premiada, devidamente homologada pelo juízo criminal'.

A juíza também decretou a revogação da ordem de indisponibilidade de bens de Freitas. O cumprimento das condições estabelecidas será fiscalizado em procedimento administrativo junto ao Ministério Público que 'adotará as providências estipuladas, em caso de inadimplemento de quaisquer das obrigações assumidas'.

A minuta do acordo foi subscrita pelo Estado de Mato Grosso, 'ente público lesado'. Além do crime de constituição de organização criminosa, há indicativos da prática de peculato e lavagem de dinheiro, segundo a Promotoria.

Segundo o Ministério Público, fases anteriores da Operação Convescote originaram denúncias contra 23 investigados. Investigações complementares 'indicaram o envolvimento de mais pessoas na organização criminosa, além de revelar que o desvio de recursos públicos é bem maior do que fora apurado anteriormente'.

COM A PALAVRA, O EX-PROCURADOR-GERAL DE CUIABÁ

A reportagem do Estadão pediu manifestação de Fernando Biral de Freitas, mas, até a publicação deste texto, ainda não havia recebido um retorno. O espaço está aberto (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.)

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) gravou um vídeo nesta sexta-feira, 25 no qual aparece em um parque de diversões na cidade de Orlando, nos Estados Unidos. Ele negou ter fugido do Brasil e disse que viajou ao país norte-americano para "curtir o recesso" com a filha do qual estava afastado há dois anos e meio

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ordenou a retenção do passaporte do senador na Operação Disque 100 em agosto do ano passado. Na ocasião, ele foi considerado suspeito de integrar um grupo que promovia ataques nas redes sociais contra agentes da Polícia Federal que atuavam em investigações junto ao STF.

Na gravação publicada em seu canal no YouTube, Marcos do Val afirma que entrou nos Estados Unidos com o passaporte diplomático e que não entregou o documento à Polícia Federal, como determinado inicialmente pelo ministro.

"Eu não tenho motivo para fugir. Não respondo a nenhum processo, não sou denunciado por nenhum crime. O que o Alexandre de Moraes fez, de tentar suspender meu passaporte, eu não entreguei à Polícia Federal porque é uma violação, um crime contra a Constituição", disse o parlamentar.

O Estadão pediu esclarecimentos à Polícia Federal sobre a situação dos passaportes de Marcos do Val, mas ainda não havia obtido um retorno até a publicação deste texto.

Na quinta-feira, 24, ele publicou nas redes sociais uma foto no aeroporto em que aparece segurando o passaporte diplomático brasileiro, que tem a cor vermelha, e na outra mão um passaporte similar ao utilizado por cidadãos americanos.

O senador afirmou ainda que por "excesso de zelo" comunicou ao STF, à Polícia Federal e ao Ministério da Justiça que iria viajar. "Eu estou aqui em Orlando curtindo esse recesso com a minha filha que ficou dois anos e meio afastada por conta do meu combate e desmascarar os crimes contra nossa Constituição e democracia", continuou ele.

A decisão de Moraes que reteve o passaporte de Marcos do Val confirmada pela Primeira Turma do STF em fevereiro. Desde então, o senador capixaba recorreu duas vezes ao colegiado na tentativa de reaver o documento, mas ambos os pedidos foram negados - o último deles em março.

As medidas cautelares foram determinadas porque ele, juntamente com os blogueiros Oswaldo Eustáquio e Allan dos Santos, estavam promovendo ataques nas redes sociais contra agentes da Polícia Federal. Em uma publicação nas redes sociais à época, Do Val publicou uma foto do delegado Fábio Shor com a legenda "procurado", insinuando que ele fosse um criminoso.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou que pessoas mais pobres votem em políticos da classe trabalhadora, e não em candidatos que representam as elites.

"É preciso parar com essa ideia. O pobre fala que vai votar no prefeito que é rico porque ele não vai roubar, porque já é rico. Ora, ele só é rico porque já roubou", disse o presidente durante evento em Osasco (SP).

Na cerimônia no bairro do Jardim Rochdale, Lula anunciou investimentos do programa PAC Seleções 2025 Periferia Viva - Urbanização de Favelas. Segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), serão destinados R$ 4,67 bilhões para ações em 49 territórios periféricos de 32 municípios de 12 Estados.

"O pobre fica com preconceito contra o pobre. Vou dizer uma coisa, esses deputados que estão aqui são verdadeiros heróis, porque, se juntarem todos os partidos de esquerda, chegamos a 130 deputados. O que leva uma pessoa que mora na periferia a votar num cara rico? Significa que a gente está colocando uma raposa para tomar conta do galinheiro", declarou.

Discurso do governo não é de 'nós contra eles', mas 'eles contra nós'

Segundo Lula, o discurso do governo não é de "nós contra eles", mas de "eles contra nós". O recurso discursivo do presidente foi uma forma de dizer que não são os pobres que estão se revoltando contra os ricos, mas os ricos que exploram os mais pobres.

"Não tem nós contra eles, são eles contra nós. O povo levanta de manhã, vai trabalhar, às vezes pega duas horas de ônibus, no fim do mês recebe um salário de merreca que não dá para fazer tudo. O povo é pacífico, espera no ponto de ônibus, ônibus vem lotado, não consegue pegar. Ainda aparece alguém para roubar o celular dele, é pobre roubando pobre, uma vida desgraçada", disse o presidente durante a cerimônia.

"Quando eu vejo uma mulher vendo seu celular e passa alguém e rouba, é um desgraçado de um pobre roubando o desgraçado de outro pobre", comentou.

Lula disse que o governo está "tentando diminuir o sofrimento desse povo". Citou ainda os desvios de recursos nos pagamentos de aposentados e afirmou que o governo começou a devolver o dinheiro aos beneficiários.

"Montaram uma quadrilha para roubar dinheiro de aposentados. Ontem, começamos a devolver o dinheiro que foi roubado para todos os aposentados lesados neste País", disse.

O presidente defendeu o aumento do salário mínimo acima da inflação, uma das principais marcas de suas gestões no Palácio do Planalto.

"Ficamos sete anos sem aumentar o salário mínimo. Voltei e já há dois anos aumento o salário mínimo de acordo com o crescimento do PIB. Se tem crescimento da produtividade, do País, quem é que trabalha? Quem mete a mão na massa? É o povo trabalhador, então é justo que tenha a receber o aumento do PIB. Vamos continuar aumentando o salário mínimo, a merenda, aquilo que é possível fazer."

"Se a gente não cuidar disso, para que ser presidente da República? Para governar para os ricos? Aí não sou eu, escolham outro para governar para os ricos", afirmou.

Durante o discurso do presidente, houve uma briga no local. Um homem xingou Lula e disse que ele deveria "ser preso" e foi agredido por um apoiador do presidente. Ele foi retirado por outros militantes do local.

O presidente da República disse que, em quase 80 anos de vida, nunca brigou e não xingou adversários em suas disputas políticas. Mencionou seu vice, Geraldo Alckmin, como exemplo disso. Mas também afirmou que "provocador não tem a menor chance" nos atos do governo.

"Eu vou fazer 80 anos em outubro. Nesses 80 anos, nunca briguei com ninguém. Fui candidato muitas vezes e nunca xinguei ninguém, nunca desrespeitei ninguém. O Alckmin é a prova disso, porque já foi meu adversário. Aprendi com a minha mãe analfabeta que respeito é bom, a gente gosta de dar e de receber. Mas vou falar, se teve aqui presente um provocador, nas coisas que eu fizer, provocador não tem a menor chance", declarou.

Lula disse, ainda, que "enquanto eu tiver força, saúde e disposição, essa gente que governou este País não volta mais para governar".