Israel anuncia que não cumprirá prazo de retirada de tropas no Líbano acordado com Hezbollah

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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que as tropas israelenses não cumprirão o prazo deste domingo (26) para a retirada do sul do Líbano, colocando o acordo de cessar-fogo com o Hezbollah em situação de crise.

Em comunicado, o gabinete do premiê afirmou que "o processo de retirada das Forças de Defesa de Israel (IDF) está condicionado ao desdobramento do exército libanês no sul do Líbano e à aplicação completa e eficaz do acordo, enquanto o Hezbollah recua para além do rio Litani". O texto também destacou que "o cessar-fogo ainda não foi totalmente implementado" e que "o processo de retirada gradual continuará, em plena coordenação com os Estados Unidos".

Israel acusa o Líbano de não cumprir sua parte no acordo, especialmente no que diz respeito à presença militar libanesa ao sul do rio Litani, região localizada a cerca de 30 km da fronteira israelense.

O governo israelense reforçou que não comprometerá a segurança de seus cidadãos. "O Estado de Israel não colocará em risco seus assentamentos e cidadãos e insistirá no cumprimento total dos objetivos das operações militares no norte", concluiu a nota.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse na manhã desta quarta-feira, 2, que considera a possibilidade de ser preso preventivamente. Em entrevista à emissora de rádio AuriVerde Brasil, ele diz que o País vive uma "completa insegurança jurídica".

Bolsonaro falou sobre um pedido de prisão preventiva feita por vereadora do PT e encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Moraes solicitou que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, analisasse o caso. O Ministério Público emitiu parecer contrário à prisão nesta quarta-feira, 2.

Os autores do pedido de prisão enviado ao STF são a vereadora do Recife Liana Cristina (PT) e Victor Fialho Pedrosa, servidor do gabinete dela. Os dois argumentam que Bolsonaro cometeu os crimes de obstrução de justiça, organização criminosa e incitação ao crime ao convocar apoiadores para a manifestação realizada na Praia de Copacabana no último dia 16. O pedido de análise da PGR é uma praxe da Corte.

Durante a entrevista, Bolsonaro, se defendeu e afirmou que não está provocando nada contra si mesmo: "Até já avisei quem trabalha comigo, dirigindo meu carro, para nem passar perto de embaixadas. Alguns me criticaram lá atrás, achando que eu ia fugir para a Embaixada da Hungria".

Perguntado sobre se acredita que existe a possibilidade de que ele seja preso em decorrência do pedido enviado à Suprema Corte, o ex-presidente confirmou. "Existe. Nós vivemos uma completa insegurança jurídica", afirmou, mencionando ter recebido cartas de pessoas presas pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, que chama de "presos políticos", para ilustrar o suposto risco jurídico. Ele reforçou não ter incentivado os ataques à Praça dos Três Poderes.

Em decisão do STF da semana passada, o ex-presidente e sete de seus aliados próximos se tornaram réus no processo que investiga uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Eles vão responder por cinco crimes, que incluem organização criminosa armada e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Após faltar ao ato bolsonarista esvaziado no Rio de Janeiro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) têm sido uma das principais vozes a convocar os apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) a irem à próxima manifestação em favor dele, no domingo, dia 6, em São Paulo. Mais uma vez, a principal pauta será a anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

Em um vídeo divulgado em seus perfis nas redes sociais, Michelle aparece usando uma camiseta branca com a frase "anistia já!", escrita com batom. Outras bolsonaristas, como as deputadas Bia Kicis (PL-DF), Caroline de Toni (PL-SC) e Rosana Valle (PL-SP), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), a mulher do pastor Silas Malafaia, Elizete Malafaia, a vice-governadora do DF Celina Leão (PP), e influenciadoras de direita também gravaram declarações usando a mesma vestimenta.

A estratégia adotada pelos bolsonaristas tem sido condensar a pauta em uma pessoa e um símbolo: a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos e um batom. A mulher ficou conhecida por pichar a frase "perdeu, mané" usando batom vermelho na estátua "A Justiça", em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante os atos golpistas do 8 de Janeiro, e está em prisão domiciliar desde a última sexta-feira, 28, por decisão do ministro Alexandre de Moraes.

No vídeo, Michelle diz que, diferentemente do batom removido da estátua, "as marcas profundas causadas pela injustiça de homens" jamais serão apagadas. Outras frases de impacto como "o batom, que para eles é uma arma, para nós é um símbolo da renovação das nossas forças" e "o batom dará nova vida aos nossos lábios e de nossa boca sairão vozes que ecoarão mundo todo" também foram declamadas pelas oposicionistas.

Nesta quarta-feira, 2, Bolsonaro afirmou em entrevista à Rádio Auriverde Brasil que "não faz movimento em Brasília porque o povo tem medo", mas que "na Paulista, é diferente". "A Michelle vai ter um discurso voltado para a questão familiar, mostrar que uma criança que está crescendo sem os pais sofre muito, mais do que o pai preso", disse.

Bolsonaro tem atribuído ao Congresso Nacional a responsabilidade de "salvar" Débora de uma condenação criminal por meio da aprovação de anistia, da qual também poderia se beneficiar. Ela é ré por crimes como associação criminosa armada e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

A pena sugerida por Moraes em seu voto, de 14 anos de prisão em regime inicial fechado, é criticada pelos bolsonaristas, mas também dentro da Corte. O ministro Luiz Fux, que pediu mais tempo para avaliar o caso, afirmou que vê a pena como exacerbada.

O deputado distrital Iolando (MDB-DF) apresentou no fim do mês de março um projeto para criar o "Dia de Combate à Cristofobia" no Distrito Federal. A proposta será analisada pelas Comissões da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

O texto prevê a celebração da data anualmente, na terça-feira que antecede a Semana Santa, entre março e abril. Na justificativa, o deputado define como cristofobia "qualquer manifestação de intolerância, preconceito, discriminação, hostilidade ou violência praticada contra indivíduos ou grupos em razão de sua crença ou prática da fé cristã".

Segundo ele, o projeto está alinhado a iniciativas semelhantes aprovadas recentemente nas cidades de São Paulo e Sorocaba e tem caráter educativo. Caberia ao Poder Executivo realizar eventos e campanhas para enfatizar a prevenção e o combate à "intolerância contra cristãos".

O texto afirma que a instituição do Dia de Combate à Cristofobia não visa privilegiar uma religião em detrimento de outras, mas "sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre a gravidade da intolerância religiosa em todas as suas formas". Outras religiões não são mencionadas.

Na última semana, vereadores da cidade de São Paulo derrubaram um veto de quase dez anos atrás para aprovar a criação do Dia do Combate à Cristofobia no dia 25 de dezembro. O texto segue agora para promulgação da Prefeitura.

De autoria do ex-vereador Eduardo Tuma (PSDB), o projeto tinha sido aprovado pelos vereadores em junho de 2016, mas foi vetado pelo então prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) em julho daquele mesmo ano, considerado um "desserviço aos esforços em prol da convivência pacífica com a pluralidade democrática".

"Com efeito, ao pretender vitimizar e conferir uma espécie de deferência especial a grupo que, na realidade, é majoritário na sociedade brasileira, o projeto demonstra a intenção de provocar os defensores dos direitos das minorias", citou Haddad em suas razões para o veto.

Em Sorocaba, interior de São Paulo, a data foi inserida no calendário oficial no mês de março e será celebrada no dia 3 de abril. A proposta teve autoria do vereador Dylan Dantas (PL) e busca, segundo ele, promover a conscientização contra qualquer forma de discriminação ou violência praticada contra cristãos. No dia, serão autorizados eventos e campanhas que promovam a valorização da fé cristã.