O Hamas libertou neste sábado, 25, quatro soldados mulheres israelenses mantidas como reféns em Gaza, em uma demonstração de força cuidadosamente coreografada para destacar o poder do grupo dentro do enclave. Horas depois, Israel soltou 200 prisioneiros palestinos para completar a troca, parte do acordo de cessar-fogo de seis semanas.
O governo israelense disse, em comunicado, que as mulheres haviam sido levadas de volta a Israel, onde se reuniram com suas famílias após mais de 15 meses em cativeiro. Na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, uma multidão de palestinos carregou os presos que retornaram, muitos dos quais haviam sido detidos por ataques mortais.
A troca é considerada um teste crucial para saber como a trégua de 42 dias entre Israel e Hamas - o primeiro estágio de um acordo de várias fases - se desenvolverá nas próximas semanas. Os mediadores esperam que o cessar-fogo leve a um fim permanente da guerra.
Exibição
O governo de Israel identificou as mulheres libertadas como Karina Ariev, Daniella Gilboa, Naama Levy, todas de 20 anos; e Liri Albag, de 19 anos. As quatro foram sequestradas da base militar perto de Gaza, onde estavam servindo durante o ataque do Hamas, em 7 de outubro de 2023, que matou 1,2 mil pessoas e deu início ao conflito.
Em cenas transmitidas ao vivo pela TV Al-Jazeera, a libertação de ontem foi marcada por gestos simbólicos, bem diferente do ritual básico da primeira leva de reféns, na semana passada - quando todas foram apenas transferidas de um veículo para o outro.
Desta vez, sob forte escolta de combatentes armados, as jovens foram levadas a um palco montado na Praça Palestina, e apresentadas a uma multidão, a quem tiveram de acenar. Em uma mesa no centro do palco, um representante encapuzado do Hamas assinou documentos ao lado de um representante da Cruz Vermelha. Ao fundo, uma faixa com os dizeres: "O sionismo não prevalecerá", em hebraico.
Após uma breve cerimônia, os homens do Hamas entregaram as mulheres à Cruz Vermelha, que as transportou para as forças israelenses. Daniel Hagari, porta-voz do Exército de Israel, afirmou que a libertação das quatro foi "um show de cinismo".
No centro de Tel-Aviv, parentes, amigos e simpatizantes se reuniram para assistir à libertação das reféns ao vivo. Eles aplaudiram, cantando os nomes das quatro, e choraram de alegria. "Após 477 dias tumultuados de dor, preocupação e ansiedade sem fim, finalmente pudemos abraçar nossa amada Karina", disse a família de Ariev, em comunicado.
Presos
Dos 200 prisioneiros palestinos libertados ontem, 70 não poderão retornar à Faixa de Gaza ou à Cisjordânia. Eles foram entregues às autoridades do Egito, um dos mediadores do cessar-fogo, e cruzaram a fronteira egípcia. Os detentos saíram da prisão de Ofer, na Cisjordânia, e de outra instalação perto de Bersheba, no sul de Israel.
Cerca de 120 dos prisioneiros estavam cumprindo penas de prisão perpétua por envolvimento em ataques contra israelenses. Entre os mais conhecidos que foram libertados estão Mohamed Odeh, Wael Qassim e Wissam Abbasi, que foram presos em 2002 por uma série de atentados em áreas civis. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Hamas liberta 4 reféns e Israel solta 200 palestinos como parte da trégua
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