Não haveria vencedor em guerra comercial com os EUA, diz chefe de Relações Exteriores da UE

Internacional
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A chefe de Relações Exteriores da União Europeia (UE), Kaja Kallas, disse que não haveria um vencedor em uma eventual guerra comercial entre Europa e EUA. Neste domingo, 2, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou à BBC que novas tarifas a bens da UE irão "definitivamente acontecer".

"Ouvimos atentamente essas palavras e, obviamente, também estamos nos preparando do nosso lado", afirmou Kallas a repórteres nesta segunda-feira, 3, de acordo com transcrição da coletiva, antes de participar de uma reunião de cúpula informal da UE sobre defesa, em Bruxelas.

Kallas também destacou a interdependência entre EUA e UE, alertando que uma guerra comercial acabaria beneficiando a China. "Se os EUA iniciarem a guerra comercial, é a China que irá rir", disse. "Estamos muito interligados. Precisamos da América, e a América também precisa de nós", acrescentou.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou decreto que regulamenta o exercício de poder de polícia pela Funai em terras indígenas e em áreas de restrição usadas para a proteção dessa população.

De acordo com o texto publicado no Diário Oficial da União (DOU), a Funai tem poder de polícia para a prevenção e a dissuasão da violação ou da ameaça de violação a direitos dos povos indígenas; a prevenção e a dissuasão da ocupação ilegal de terceiros em terras indígenas; e a execução do consentimento de polícia, nos casos previstos em lei.

O decreto lista uma série de infrações aos direitos desses povos como o ingresso de não indígenas em terras indígenas, em desacordo com o disposto em lei; as práticas que atentem contra o patrimônio cultural, material e imaterial dos povos indígenas; as práticas que atentem contra o conhecimento tradicional dos povos indígenas; as edificações ilegais e as atividades agrossilvipastoris ou turísticas promovidas por terceiros em terras indígenas em desacordo com o disposto em lei; a remoção de grupos indígenas de suas terras; a violação ao usufruto exclusivo das riquezas naturais; a utilização imprópria da imagem dos indígenas ou de suas comunidades sem a devida autorização, inclusive para fins comerciais, promocionais ou lucrativos; e a dilapidação dos bens ou a descaracterização dos limites das terras indígenas, e os danos às placas e aos marcos delimitadores de terras indígenas ou a sua remoção.

A Funai poderá interditar ou restringir o acesso de terceiros a terras indígenas; expedir medida cautelar a infratores com prazo para cessação de condutas ou retirada voluntárias; determinar a retirada compulsória de terceiros das terras indígenas; restringir o acesso e o trânsito de terceiros nas terras indígenas e nas áreas em que se constate a presença de indígenas isolados; solicitar a colaboração de outros órgãos de controle e repressão; apreender bens ou lacrar instalações de particulares; e realizar, excepcionalmente, a destruição, a inutilização ou a destinação de bens utilizados na prática de infração.

O Poder Legislativo inaugura suas atividades de 2025 nesta segunda-feira, 3, agora sob a liderança dos novos presidentes do Congresso Nacional e Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Com apoio do PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao PL de Jair Bolsonaro, eles foram eleitos no sábado, dia 1º, com ampla votação, confirmando o favoritismo dos dois, que estarão à frente das Casas pelos próximos dois anos. Alcolumbre recebeu 73 votos e Motta, 444 votos. Eles sucedem a Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL), respectivamente.

Para marcar a abertura do Ano Legislativo, senadores e deputados participam de sessão solene às 16 horas desta segunda, que será realizada no Plenário da Câmara e deverá contar com a presença de autoridades e convidados dos três Poderes. A sessão será conduzida pelo presidente do Congresso. O presidente Lula não confirmou presença na solenidade, mas enviará a tradicional mensagem presidencial a ser lida na sessão. O documento deverá ser levado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, e conterá as propostas e ações prioritárias do governo para 2025.

A sessão também dará espaço para a mensagem do Poder Judiciário, prevista para ser lida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso.

Antes de entrarem para os discursos no plenário, os novos presidentes do Senado e da Câmara ainda participam de uma solenidade na parte externa do Congresso com as Forças Armadas. Na ocasião, o presidente do Senado passa a tropa em revista.

O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza nesta segunda-feira (3) às 14 horas a cerimônia que marca a abertura do Ano Judiciário de 2025. As sessões presenciais da Corte começam a partir de quarta-feira, 5, e a pauta de fevereiro prevê o julgamento de casos importantes das áreas tributária e trabalhista.

A cerimônia será conduzida pelo presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, e prevê também discursos do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, vai ao evento e fica a critério dele discursar ou não. No ano passado, Lula e o então presidente do Congresso, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fizeram falas em defesa da democracia.

Os presidentes recém-eleitos da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), foram convidados. Eles ainda não confirmaram presença. Logo depois da cerimônia no Supremo, o Congresso Nacional também realiza sessão solene de abertura do Ano Legislativo de 2025, com início marcado para as 16 horas.

Veja a pauta do Supremo Tribunal Federal prevista para fevereiro:

Tributação de lucros no exterior. Em 7 de fevereiro, o Supremo retoma julgamento que discute a incidência de IRPJ e CSLL sobre os lucros obtidos no exterior por controladas e coligadas de empresas brasileiras. Até o momento, o placar está empatado em 1 a 1. O caso concreto, que trata das controladas da Vale na Dinamarca, na Bélgica e em Luxemburgo, disputa R$ 22 bilhões. Embora a ação não tenha repercussão geral, ela preocupa a União porque pode alterar a jurisprudência do Supremo, que é favorável à União desde 2013. O julgamento será realizado no plenário virtual até o dia 14.

Execução trabalhista. Em 12 de fevereiro, os ministros retomam julgamento sobre a inclusão de empresas integrantes do mesmo grupo econômico na fase de cobrança de condenações trabalhistas. Havia quatro votos para permitir a cobrança de empresas que não participaram da fase de produção de provas do processo, mas com a ressalva de que esse procedimento deve observar o direito ao contraditório, à ampla defesa e ao devido processo legal. Como houve pedido de destaque do ministro Cristiano Zanin, o placar será reiniciado.

Funrural. Entre 14 e 21 de fevereiro, no plenário virtual, a Corte decide se confirma a decisão do ministro Gilmar Mendes que suspendeu todos os processos na Justiça que discutem a validade da sub-rogação do Fundo de Assistência do Trabalhador Rural (Funrural). A regra obriga empregadores rurais a recolher a contribuição em seu nome. A suspensão vale até o Supremo concluir o julgamento sobre o tema, que tem impacto estimado em R$ 17,2 bilhões, de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025.

ISS e PIS/Cofins na base do ISS. Também na sessão entre 14 e 21 de fevereiro, a 2ª Turma discute se o ISS deve incidir sobre valores que incluem o próprio imposto e o PIS/Cofins. A ação questiona uma lei de São Paulo e não tem repercussão geral, mas é relevante devido à formação de precedente. O argumento da Brazil Hospitality Group (BHG), que ajuizou o processo, é que a base de cálculo do ISS deve ser somente o preço do serviço prestado, e não a receita bruta auferida na operação. O relator, Gilmar Mendes, negou o pedido em decisão monocrática, e agora o colegiado vai analisar recurso contra a decisão de Gilmar.

Segurança jurídica. Para o dia 26, está previsto julgamento sobre o prazo para ajuizamento de ação rescisória (para desfazer uma sentença) após o Supremo se pronunciar em sentido contrário. Em regra, esse prazo é de dois anos a partir do "trânsito em julgado" (final da tramitação, quando não cabe mais recurso) da decisão. Quando a sentença questionada entra em conflito com um entendimento do Supremo, contudo, o prazo é maior: não começa a contar a partir do "trânsito em julgado", mas, sim, a partir da decisão do Supremo. É esse prazo estendido que vai ser discutido agora. A crítica feita ao prazo estendido é que, na prática, a "coisa julgada" pode ser alterada a qualquer momento.

Marco temporal. A comissão que busca um acordo sobre a Lei do Marco Temporal retoma os trabalhos neste mês e devem ser realizados quatro encontros. O prazo de conclusão é 28 de fevereiro. A comissão, criada em agosto, já fez 10 audiências e teve sua duração prorrogada em dezembro. O objetivo é propor ao Congresso um anteprojeto de lei para substituir a lei que recriou o marco temporal para a demarcação de terras indígenas. A norma foi promulgada após o Supremo concluir que a tese é inconstitucional, e caso foi parar no STF novamente. Diante do impasse, o relator, Gilmar Mendes, levou o caso para conciliação.