Tarifas de Trump não são guerra comercial, mas contra as drogas, diz diretor da casa Branca

Internacional
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O diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Kevin Hassett, afirmou que a política tarifária de Donald Trump "não é uma guerra comercial, é uma guerra contra as drogas". Em entrevista à CNBC, ele também destacou que "muitas negociações" ocorreram durante o fim de semana para tentar evitar a imposição de tarifas contra outros países parceiros comerciais.

"Nas nossas conversas ao longo do fim de semana, uma das coisas que notamos é que os mexicanos estão muito sérios em fazer o que o presidente Trump disse na ordem executiva - se tornar muito mais agressivos na guerra contra as drogas", afirmou Hassett. O diretor observou que o Canadá "parece ter interpretado mal" a ordem executiva do republicano, interpretando-a erroneamente como uma guerra comercial.

Quando questionado sobre a possibilidade de Trump reconsiderar a aplicação das tarifas caso os países reforçassem a segurança nas fronteiras com os EUA, Hassett foi claro: "Não é isso que estou dizendo. Há todo esse fentanil sendo enviado pelas fronteiras. A resposta dos nossos vizinhos não foi, 'ei, vamos te ajudar a resolver esse problema.' Em vez disso, foi, 'pode ir em frente e construir um muro'."

Hassett também reafirmou que a agenda de Trump envolve cortes de impostos, desregulamentações e políticas de "perfurar, perfurar, perfurar" em relação ao petróleo. Ele criticou a análise isolada das políticas tarifárias, afirmando que "olhar para elas por si só e dizer que Trump vai criar inflação, basicamente significa que você receberia um 'F' na minha aula de introdução à economia".

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O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira, 25, para condenar a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, mas a uma pena de 1 ano e seis meses. Com o voto, há maioria pela condenação, mas o tamanho da pena segue indefinido.

Fux já havia sinalizado que abriria divergência por considerar exagerada a dosimetria proposta por Alexandre de Moraes (relator), que votou para condenar Débora a 14 anos de prisão em regime inicial fechado. Flávio Dino acompanhou o relator.

Estão pendentes os votos de Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. O julgamento ocorre no plenário virtual da Primeira Turma do STF.

Débora é acusada de ter pichado a frase "Perdeu, mané" na estátua da Justiça, que fica em frente ao prédio da Corte, durante os atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) atribui cinco crimes à cabeleireira - golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. São crimes associados aos atos de vandalismo e depredação na Praça dos Três Poderes.

Fux votou pela condenação apenas por deterioração de patrimônio tombado. O ministro considerou que não há provas da participação de Débora no quebra-quebra. "Há prova apenas da conduta individual e isolada da ré, no sentido de pichar a estátua da justiça utilizando-se de um batom", escreveu Fux.

Débora está em prisão domiciliar com tornozeleira, após passar dois anos presa preventivamente na Penitenciária Feminina de Rio Claro, em São Paulo, desde a oitava fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal em março de 2023. A operação investigou os radicais e os financiadores dos atos de vandalismo.

Se a proposta de pena apresentada por Fux prevalecer, a cabeleireira não terá mais tempo de prisão a cumprir, porque o período em que ficou presa preventivamente no processo é abatido da sentença final.

Em depoimento, a cabeleireira confirmou que vandalizou a escultura com batom vermelho. Ela afirmou que agiu no "calor do momento" após um homem ter pedido a ela que terminasse de escrever a frase no monumento. Também disse que não sabia do valor simbólico e financeiro da estátua.

A frase "Perdeu, mané" é uma referência à resposta que o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, deu a um bolsonarista que o abordou em Nova York contestando a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.

A prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992) foi mantida após audiência de custódia na manhã desta sexta, 25, por videoconferência.

A audiência de custódia é um procedimento padrão. Ela serve para o juiz avaliar a legalidade do cumprimento do mandado de prisão. São analisados aspectos como o tratamento dispensado ao preso.

Por enquanto, o ex-presidente vai continuar preso na superintendência da Polícia Federal em Maceió. A defesa pediu sua transferência para o regime domiciliar, mas o requerimento ainda não foi analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Aos 75 anos, o ex-presidente tem "comorbidades graves" e faz uso de remédios contínuos, segundo a defesa. O advogado Marcelo Bessa também alega no pedido que Collor não oferece "periculosidade".

"Destaque-se que a Suprema Corte tem reconhecido, em inúmeros precedentes, a possibilidade de concessão de prisão domiciliar a pessoas idosas, sobretudo quando acometidas de comorbidades graves e ausente risco concreto à ordem pública ou à efetividade da execução penal", diz o pedido.

O ex-presidente foi condenado a 8 anos e 6 meses de prisão, em maio de 2023, pelo próprio STF, mas não havia começado a cumprir a pena porque aguardava os recursos.

Nesta quinta-feira, 24, Moraes determinou a execução da sentença por considerar que não é mais possível reverter a condenação do ex-presidente e que os recursos agora são meramente "protelatórios".

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresenta evolução clínica compatível com uma recuperação "normal" de pós-operatório, segundo o boletim médico divulgado nesta sexta-feira, 25. O ex-chefe do Executivo federal foi submetido a novas tomografias de tórax e abdome nesta quinta-feira, 24, e os médicos não identificaram complicações e descartaram a necessidade de novos procedimentos.

Ainda de acordo com o informe divulgado pelo Hospital DF Star, Bolsonaro não apresentou novos episódios de picos de elevação da pressão arterial. O ex-presidente segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no hospital em Brasília e não há previsão de alta.

O documento informa que foram "tomadas medidas" para o controle das alterações dos exames realizados anteriormente no fígado de Bolsonaro.

O ex-presidente segue em jejum oral, realizando sessões de fisioterapia motora, assim como medidas de prevenção de trombose venosa. Segundo os médicos, segue a recomendação de não receber visitas. Ele está internado desde o dia 13, depois de um procedimento cirúrgico no abdome.

O boletim médico anterior, divulgado na quinta-feira, apontou que Jair Bolsonaro havia apresentado "piora clínica" e seria submetido a novos exames de imagens.

Bolsonaro recebeu, no último dia 23, intimação para que faça a defesa prévia na ação penal em que é acusado de tramar um golpe de Estado. O ex-presidente fez críticas ao fato de o início do prazo legal, de cinco dias, ser contado mesmo com ele internado na UTI. A notificação foi realizada após Bolsonaro participar de uma live no dia anterior, segundo o Supremo Tribunal Federal (STF).

Nos últimos dias e em ocasiões diferentes, o ex-presidente também recebeu a visita do pastor evangélico Silas Malafaia e do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.