EUA: o que Trump já anunciou de tarifas contra outros países desde que assumiu a presidência

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Donald Trump, que assumiu seu novo mandato como presidente dos Estados Unidos em 20 de janeiro, aproveitou estas duas semanas no poder para impor tarifas sobre produtos importados. Desde quando assumiu, Trump já anunciou tarifas maiores aos produtos do Canadá, México e China, que figuram entre seus principais parceiros comerciais.

No sábado, dia 1º, Trump assinou três decretos para impor tarifas de 25% sobre produtos do México e do Canadá, além de taxar em 10% as importações da China. Veja abaixo o que já foi definido e o que ainda está em negociação em cada país.

China

Trump assinou uma ordem executiva para impor uma tarifa de 10% aos produtos importados da China, medida que começa a valer a partir desta terça-feira, 4. Em resposta, o Ministério do Comércio da China informou nesta terça que irá implementar tarifas de repressão contra os Estados Unidos: 15% sobre produtos de carvão e gás natural liquefeito e de 10% sobre petróleo bruto, máquinas agrícolas e carros de grande cilindrada. As medidas passam a valer a partir do dia 10 de fevereiro.

"O aumento unilateral de tarifas dos EUA viola seriamente as regras da Organização Mundial do Comércio", afirmou o órgão chinês em sua declaração. "Não é apenas inútil para resolver seus próprios problemas, mas também prejudica a cooperação econômica e comercial normal entre a China e os EUA." A China disse que apresentaria medida judicial contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC) para salvaguardar seus direitos e interesses. Está prevista uma conversa entre Trump e Xi Jinping para discutir as tarifas impostas.

México

Trump também anunciou tarifas de 25% sobre as importações do México, que deveriam entrar em vigor nesta terça-feira, 4. No entanto, a medida foi suspensa por um mês, segundo os governos dos dois países, após um acordo negociado entre o republicano e a presidente Claudia Sheinbaum na segunda-feira, 3.

Em troca da pausa na aplicação de tarifas contra suas exportações aos EUA, o México reforçará a fronteira com 10 mil homens da Guarda Nacional para combater o tráfico de drogas, especialmente de fentanil, um opioide sintético responsável pela maior parte das overdoses nos EUA nos últimos anos.

O governo republicano tem acusado México e Canadá de facilitarem a entrada de fentanil nos Estados Unidos, em um momento em que o país vivencia uma crise de opioides.

Além disso, os EUA concordaram em ampliar a fiscalização de armas traficadas na direção sul da fronteira.

Durante essa pausa de um mês nas tarifas, haverá negociações entre os dois países sobre segurança na fronteira e comércio, e um novo acordo que evite as tarifas pode ser alcançado, segundo o presidente americano.

Canadá

Trump também impôs aos produtos importados do Canadá uma tarifa de 25%, e uma tarifa de 10% ao petróleo. O presidente dos EUA havia prometido que as tarifas impostas às importações canadenses entrariam em vigor a partir desta terça-feira, 4. O Canadá retaliou no fim de semana ao anúncio de Trump com a aplicação de tarifas de 25% contra importações americanas.

No entanto, as decisões foram suspensas, segundo o Canadá, após uma ligação entre Trump e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, na segunda-feira, 3.

Trudeau afirmou no início da noite da segunda-feira que as tarifas de 25% impostas pelos Estados Unidos serão adiadas por pelo menos 30 dias após o canadense prometer mais cooperação na fronteira.

"As tarifas propostas serão pausadas por pelo menos 30 dias enquanto trabalhamos juntos", disse Trudeau. Ele afirmou que o Canadá seguiria adiante com seu plano de reforço de fronteira de 1 bilhão de dólares canadenses (US$ 680,9 milhões), e implantaria tecnologia e equipe adicionais.

O premiê canadense ainda disse que o Canadá nomearia um "czar do fentanil" e iria "listar cartéis como terroristas, garantir vigilância 24 horas por dia, 7 dias por semana na fronteira, lançar uma Força de Ataque Conjunta Canadá-EUA para combater o crime organizado, o fentanil e a lavagem de dinheiro".

Logo após o anúncio de Trudeau, Trump confirmou na rede Truth Social que ele pausará a ameaça de impor tarifas "para ver se um acordo econômico final com o Canadá pode ser estruturado".

Colômbia

Há pouco mais de uma semana, EUA e Colômbia tiveram um conflito que não culminou na imposição de tarifas - ficou na ameaça.

A Colômbia, parceira comercial de longa data dos EUA, anunciou no dia 26 de janeiro, que não aceitaria seus cidadãos deportados dos EUA em voos militares. Em retaliação, Trump anunciou de imediato a fixação de tarifas de importação de 25% sobre os produtos colombianos, além da suspensão de vistos para o presidente colombiano, Gustavo Petro, aliados políticos e parentes e sanções bancárias e financeiras contra o país. Após o anúncio das sanções, Petro se pronunciou em seu perfil no X, em publicação direcionada a Trump, inflando ainda mais a polêmica.

No dia, 27, a Colômbia recuou sobre receber os deportados e "concordou com todos os termos do presidente Trump", disse a secretária de imprensa Karoline Leavitt.

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O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), respondeu às declarações do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre o rompimento do parlamentar com o PT, e afirmou que o presidente tem agido de forma reservada e equivocada na tramitação de projetos legislativos.

"Considero imatura a posição do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. Política não se faz como clube de amigos. Minhas posições políticas são transparentes e previsíveis", iniciou Lindbergh.

Ele continuou: "Sempre atuei de forma clara e com posições coerentes, nunca de maneira reservada ou equivocada, como agiu o presidente da Câmara na derrubada do IOF, na PEC da Blindagem e na escolha do deputado Guilherme Derrite como relator de um projeto de lei de autoria do Poder Executivo".

"Se há uma crise de confiança na relação entre o governo e o presidente da Câmara, isso tem mais a ver com as escolhas que o próprio Hugo Motta tem feito. Ele que assuma as responsabilidades por suas ações e não venha debitar isso na minha atuação como líder da Bancada do PT", concluiu Lindbergh.

O desentendimento surgiu quando Motta afirmou que havia rompido relações com o PT. "Não tenho mais interesse em ter nenhum tipo de relação com o deputado Lindbergh Farias", declarou Motta à Folha de S.Paulo. A decisão foi confirmada pelo grupo de Motta ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

A crise já vinha se manifestando nas últimas semanas, com episódios de tensão durante a tramitação do "PL Antifacção". Segundo relatos, Lindbergh teria criado "mal-estar desnecessário", e Motta chegou a reagir com firmeza em uma reunião de líderes por considerar que o petista estava "atacando a Câmara".

Auxiliares da bancada do PT minimizam as consequências do rompimento entre Motta e Lindbergh, lembrando que a permanência do petista no cargo durará pouco tempo. O partido terá um novo líder a partir do início do próximo ano, o deputado Pedro Uczai (PT-SC).

A defesa de Anderson Torres apresentou nesta segunda-feira, 24, uma solicitação ao Supremo Tribunal Federal para que, caso o ministro Alexandre de Moraes determine a execução antecipada da pena, o ex-ministro não seja enviado ao sistema prisional comum.

Os advogados pedem que Torres cumpra eventual prisão em local especial, como a Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal ou outra unidade equivalente, alegando risco pessoal em razão de ele ter sido delegado da PF e integrante do governo Jair Bolsonaro. A defesa também cita ameaças recentes e o uso contínuo de medicamentos.

Segundo os advogados, Torres está em acompanhamento psiquiátrico e utiliza antidepressivos, conforme prescrição médica anexada ao processo. Eles afirmam que o sistema prisional comum não oferece condições adequadas para o acompanhamento terapêutico necessário ao ex-ministro.

No mesmo documento, a defesa informou que pretende apresentar embargos infringentes até 3 de dezembro. Torres foi condenado na ação penal da trama golpista, e esta segunda-feira marca o último dia para apresentação de recursos após a publicação do acórdão que rejeitou os primeiros embargos de declaração.

O primeiro vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes (PL-TO), afirmou nesta segunda-feira, 24, que tem de duas a três semanas para votar o Orçamento e outros projetos já votados pela Câmara, como é o caso do projeto Antifacção.

"O ano não foi, do ponto de vista Legislativo, de muita produtividade e sintonia. Acho que vai votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento tudo junto. Ficou muito, muito apertado o calendário", disse, às margens de evento do Lide, em Roma.

Gomes acrescenta que em 2026 o cenário deve continuar desafiador, por ser ano eleitoral. "Dificilmente você verá pautas muito complicadas sendo votadas de maneira tranquila. Tudo o que for feito a partir de agora tem efeito no ano que vem, justamente o ano eleitoral", acrescentou.

Ao ser questionado sobre o estremecimento na relação entre o presidente da Câmara, Hugo Motta, e o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, o vice-presidente do Senado afirma que "nesse momento a coisa ficou tensa" e o momento pré-eleições costuma ser difícil, porque tem pouco tempo disponível para muita matéria fundamental.

"É só olhar, que quando as coisas andaram é porque havia uma clima mínimo de harmonia e respeito entre os presidentes da Câmara, Senado e Executivo", acrescentou.

Prisão de Bolsonaro

Em relação à prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, Gomes diz que a oposição está abalada e que não havia cenário de fuga. "Mas temos esperança de que isso se resolva", afirmou, pontuando que aguarda próximas reuniões de líderes para avaliar "o que dá para fazer nesse curto período de tempo".

Messias

Gomes considera que não é possível avaliar se Jorge Messias, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), será aprovado pelo Senado, ou não."Só vamos poder dar uma opinião mais clara depois que sentirmos esse ambiente", disse.

*A repórter viajou a convite do Lide