Zelenski: EUA não têm plano de paz pronto para Ucrânia e Putin quer provocar guerra com Otan

Internacional
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"Não acho que haja um plano pronto nos Estados Unidos" para um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, declarou nesta sexta-feira, 14, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, em coletiva de imprensa nos arredores da Conferência de Segurança de Munique. Ele afirmou ter conversado com o presidente dos EUA, Donald Trump, e se mostrou disposto a organizar negociações de paz com os russos "a qualquer momento".

Zelenski destacou ainda que está "pronto para qualquer construção para parar" o presidente da Rússia, Vladimir Putin, mas revelou que ainda não teve qualquer reunião com autoridades russas e que as conversas só devem ocorrer após alinhar posições com aliados. "Estamos abertos, mas queremos agir de acordo com o direito internacional e de acordo com a prevenção de futuros medos para o mundo inteiro", afirmou.

O presidente ucraniano acusou Putin de estar preparando uma guerra contra a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), com suposto início em 2026, reiterando alegações feitas ontem de que o presidente russo não pretende alcançar a paz de fato na região.

Segundo o SkyNews, Zelesnki também defendeu durante a coletiva que governos da Europa devem se unir sobre a questão da Ucrânia para se protegerem. O presidente ucraniano disse que o apoio é cada vez mais urgente, conforme as ofensivas da Rússia no campo de batalha aumentam. De acordo com ele, mais de 3 mil soldados norte-coreanos podem ser enviados para a linha de frente na região de Kursk. Zelenski afirmou ainda que o país precisa de um exército de mais de 1 milhão de soldados com armas modernas para se proteger, caso sua adesão à Otan não seja aprovada.

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A base do governo barrou, nesta quinta-feira, 16, a convocação de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na CPMI do INSS. Ele é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindinapi), uma das entidades na mira da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, por descontos ilegais a aposentados.

Embora ocupe cargo de dirigente, Frei Chico não está entre os investigados. O placar para barrar a convocação dele foi de 19 a 11.

A pauta da comissão tinha onze requerimentos para convocá-lo. Uma delas é de autoria do relator, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL). Um dia antes da sessão, ele pediu a prisão preventiva do presidente do sindicato, Milton Baptista de Souza, o Milton Cavalo. O parlamentar havia prometido que tomaria tal medida uma semana antes, quando o investigado depôs na CPMI e ficou em silêncio.

"O que importa é que os dados provados pela CGU e pela investigação CPMI permitiram saber que o sindicato meteu a mão com força no dinheiro do aposentado, do pensionista. E nós não podemos permitir a manutenção da impunidade. Assim como foi pedido prisão de todos os demais, faço questão de dizer que vou pedir a prisão preventiva do senhor Milton Cavalo e de muitos outros integrantes do Sindinapi", disse na ocasião.

A entidade registrou um salto de 563,9% no faturamento de 2020 a 2024 e chegou à receita de R$ 154,7 milhões. Segundo as investigações, uma empresa de familiares de dirigentes, a Gestora Eficiente, recebeu R$4,1 milhões em "comissões" por processar filiações de aposentados.

Frei Chico está na mira da CPMI desde o primeiro dia. Um acordo feito entre os membros o protegia. Até então, o acordo entre os integrantes da CPMI do INSS é o de não convocar para prestar depoimento as camadas inferiores do comando dos sindicatos e associações investigadas, a menos que haja um fato concreto que justifique a convocação.

"A oitiva de Frei Chico, como dirigente, é necessária para detalhar como o sindicato conseguiu tamanho incremento e se havia controle sobre os convênios firmados", argumenta Alfredo Gaspar.

Na semana passada, durante o depoimento de Milton Cavalo, Gaspar ameaçou usar o silêncio dele para justificar uma convocação de Frei Chico à CPMI, causando o protesto de governistas. O dirigente só quebrou o silêncio para responder ao ex-ministro de Lula e deputado do PT Paulo Pimenta (RS) sobre a atuação do irmão do presidente da República no sindicato.

"Contrariando o meu advogado, quero dizer que ele nunca teve esse papel administrativo no sindicato. só político, de representação sindical. Nada mais do que isso", disse. "Não precisei em nenhum momento solicitar a ele que abrisse qualquer porta do governo."

Filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) avalia que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS deve aprovar o requerimento de convocação de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Mesmo Frei Chico não estando sob investigação da Polícia Federal, o senador acredita que a comissão precisa ouvi-lo já que é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), entidade envolvida no escândalo.

Na prática, a oposição defende a convocação de Frei Chico também como uma maneira de tentar desgastar o presidente Lula e o governo, trazendo um parente próximo para a exposição das investigações da CPMI.

"Vamos convocar este anjinho…", ironizou Flávio.

"Segundo a Polícia Federal, o Sindnapi, que tem o irmão de Lula como vice-presidente, foi o sindicato que mais desviou dinheiro de aposentados. Em seis anos, movimentou cerca de R$ 1,2 bilhão", citou o senador, justificando a necessidade de convocação.

O Sindnapi era uma das entidades responsáveis por cadastrar aposentados junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e realizar descontos automáticos em suas aposentadorias. Segundo as investigações, o sindicato recebeu R$ 389 milhões por meio desses descontos, entre 2021 e 2025.

A defesa do Sindnapi, na ocasião, negou irregularidades nos descontos das aposentadorias e manifestou "absoluto repúdio e indignação com quaisquer alegações de que foram praticados delitos em sua administração ou que foram realizados descontos indevidos de seus associados". (Com Aguirre Talento)

A CPMI do INSS retirou de pauta, nesta quinta-feira, 16, os requerimentos de quebra do sigilo fiscal e telemático do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi de janeiro de 2023 a agosto deste ano, período em que esteve à frente da pasta. Os pedidos também incluíam o envio de relatórios de inteligência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).

O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), informou a medida após reunião a portas fechadas com os líderes do governo e da oposição a portas fechadas.

Três parlamentares protocolaram os requerimentos: os senadores Izalci Lucas (PL-DF) e Marcos Rogério (PL-RO) e o deputado federal Marcel Van Hattem (NOVO-RS).

Em fevereiro de 2023, Lupi publicou portaria em que avocou para si e seu gabinete a nomeação de servidores comissionados do INSS. Ele deu cargos a figuras apontadas pela Polícia Federal como participantes do esquema de descontos ilegais a aposentados, a exemplo de Geovani Batista Spiecker, ex-coordenador de suporte ao atendimento da Diretoria de Benefícios, e Jucimar Fonseca da Silva, ex-coordenador de pagamento de benefícios.

Segundo investigação realizada no âmbito da operação Sem Desconto, eles teriam facilitado descontos associativos em favor da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag).