Influenciador diz ter perdido US$ 1 milhão em criptomoeda indicada por Milei

Internacional
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Na última sexta-feira, 14, o presidente argentino Javier Milei publicou no X que a criptomoeda $LIBRA incentivaria o crescimento da Argentina, deixando um link para o investimento. O ativo teve um aumento de 10 vezes após a publicação, mas despencou nas horas seguintes. Milhares de investidores perderam o dinheiro investido, incluindo o influenciador Ape (@ApeMP5), que afirma ter perdido US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,70 milhões).

Ape é um influenciador financeiro focado na compra de memecoins, que são criptomoedas inspiradas em memes ou tendências da internet. Essas moedas virtuais normalmente são altamente voláteis e ganham popularidade por meio de influenciadores e comunidades online. No seu perfil no X, Ape publicou um vídeo gritando majoritariamente em inglês, mas com trechos em espanhol, dizendo que Milei fez ele perder tudo com a criptomoeda que divulgou.

"Estou falido! Estou completamente falido! Eu vou te encontrar, [Javier Milei]: você me destruiu, eu não tenho nada! Tenho que vender meu Rolex, tive que vender tudo! Fui roubado, todos vocês me roubaram! E eu vou te encontrar, eu vou te encontrar!", diz ele no vídeo. Ape joga um jarro de vidro na parede de um ambiente que aparece em outros vídeos do influenciador, que é usado em outras ocasiões para explodir uma garrafa de refrigerante e quebrar um espelho.

Posteriormente, o jovem compartilhou outro desabafo. "Como consegui perder tanto dinheiro com a mentira da Argentina? Um milhão de dólares! Qual é o nome do presidente? Nem sequer sei o nome dele. Não sei para onde foi meu dinheiro."

Com cerca de 66,7 mil seguidores, não há indicações de sua nacionalidade no perfil. No entanto, ao criticar Milei, Ape fala trechos em espanhol fluente, e diz na publicação que é hispanofalante.

Ele aproveitou o momento para criticar outros casos de similares de criptomoedas, citando Cuba e África. "Por que permitimos que esses países pobres simplesmente venham aqui, criem criptomoedas e roubem?", afirma ele em vídeo.

O próprio influencer avisa sobre memecoins

Ape também publicou que está envolvido em um projeto para que os impactados pela moeda virtual tenham seus recursos de volta. Ele não especificou como isso aconteceria, mas disse que irá aparecer na televisão argentina nesta segunda-feira, 17. Na publicação, ele ressaltou que Milei o bloqueou no X.

Ape tem um aviso em sua página no X em que alerta para o alto risco de se investir em criptomoedas, especialmente memecoins. "Esteja ciente de que inesperadas e rápidas flutuações de mercado podem resultar em perdas financeiras substanciais. Considere consultar um consultor financeiro antes de se envolver em qualquer investimento envolvendo criptomoedas", diz um trecho do extenso aviso.

No documento, Ape ressalta que o conteúdo do seu perfil não deve ser entendido como conselho financeiro e que sua atuação é puramente para entretenimento.

Outros influenciadores, como Thread Guy e Clemente, também afirmaram terem perdido recursos com a criptomoeda.

Entenda o caso

No X, Milei divulgou a memecoin $LIBRA, o que levou a uma valorização relâmpago do ativo virtual. Após a postagem, a criptomoeda começou a se valorizar de forma muito rápida, atingindo valor próximo a US$ 5 mil em poucas horas. Após a disparada por conta do alto volume de investimento, os desenvolvedores da moeda passaram então a vender seus ativos, o que fez com que a moeda perdesse praticamente todo seu valor.

A venda em massa após a valorização fez com que a moeda entrasse em colapso. De acordo com o La Nacion, o volume de recursos movimentados pelas compras e vendas chegou a US$ 4,5 bilhões no intervalo de duas horas.

Em meio ao colapso da criptomoeda, Milei apagou a mensagem e publicou uma nova em suas redes sociais na madrugada de sábado. Nela, argumenta que não tinha detalhes sobre a criptomoeda que acabara de divulgar. Milei agora está envolto em uma polêmica que faz com que a oposição passe a falar de impeachment, além de sofrer uma investigação anunciada pelo próprio governo para esclarecer o caso.

Em outra categoria

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou neste sábado, 8, a pauta da Casa para a próxima semana, com a inclusão do projeto de lei antifacção - texto encaminhado pelo governo ao Congresso na esteira da megaoperação que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro. A proposta é relatada pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de segurança de São Paulo.

Motta marcou a primeira sessão deliberativa da Casa da semana para terça-feira, 11, às 13h55. A sessão será semipresencial, conforme decidido pelo presidente da Câmara em atenção a pedido de líderes partidários. Isso significa que os deputados poderão votar a distância nas sessões dessa semana, sem precisarem estar em Brasília.

A pauta também contém outros projetos relacionados à Segurança Pública, como o que aumenta a destinação da arrecadação com jogos de apostas de quota fixa (bets) para o financiamento da segurança pública. O relator de tal projeto é o deputado Capitão Augusto (PL-SP).

Outro projeto na lista de serem debatidos pelos parlamentares é o que condiciona a progressão de regime, a saída temporária e a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva à coleta de material biológico para obtenção do perfil genético do preso. O relator é o deputado Arthur Maia (União-BA).

Ainda consta na pauta a discussão de um projeto que altera o Código Tributário Nacional para tratar de normas gerais para solução de controvérsias, consensualidade e processo administrativo em matéria tributária e aduaneira. A tramitação em regime de urgência da proposta foi aprovada no último dia 21. O relator é o deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).

O sócio-fundador da SPX Capital, Rogério Xavier, alertou neste sábado, 8, para a situação fiscal explosiva do Brasil. Com o juro real perto de 11% e o atual nível de endividamento, o País corre risco de quebrar se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) for reeleito e não mudar suas políticas. Por outro lado, pode virar a página caso eleja um candidato de centro-direita, escapando do duelo Lula versus Jair Bolsonaro e colocando um ponto final no ciclo pós-ditadura.

"O País quer uma coisa diferente dessa oferta que foi nos dada nos últimos anos, que aponte para o futuro. Chega de Bolsonaro, chega de Lula, está bom", disse Xavier, durante painel na conferência MBA Brasil 2025, em Boston, nos Estados Unidos.

Segundo ele, Lula e Bolsonaro representam um período "do nós contra eles" que o Brasil vive desde o fim da ditadura. "Temos uma alternativa de acabar com esse ciclo já no ano que vem", disse, sem mencionar um candidato específico. Na sua visão, qualquer candidato da direita hoje pode ser a 'cara' do centro-direita nas eleições de 2026, mas que ainda não é hora de se colocar. "Vai apanhar", afirmou.

Xavier prevê uma eleição "super acirrada", em que não será possível saber o vencedor das urnas nem 24 horas antes do pleito. E, nesse ambiente, a situação fiscal d Brasil pode se deteriorar ainda mais, com o governo petista gastando mais para vencer a disputa. Na sua visão, "o Brasil está em risco".

"A gente está criando um endividamento muito alto e que é explosivo. 11% de juro real para um país que já tem uma dívida desse tamanho, a gente quebra", alertou. "A gente está se aproximando muito perto do encontro com a dívida", acrescentou. Uma eventual piora da situação fiscal do Brasil pode levar credor da dívida brasileira a questionar a vontade do País de honrá-la. "Dívida é capacidade vontade. A capacidade está ficando em dúvida e já tem um pouco de dúvida se (o governo) tem muita vontade de pagar mesmo".

Ao falar a estudantes brasileiros de MBA no exterior, ele analisou o histórico dos partidos políticos no Brasil para reforçar a cobrança da sociedade por uma proposta nova. Na sua visão, o PT "morreu", assim como o PSDB perdeu relevância nacional. No entanto, o Partido dos Trabalhadores tem o Lula, que é "muita coisa", mas demonstra um "egoísmo brutal" ao continuar sendo presidente e não dar oportunidade para outros.

"A reeleição é um câncer no Brasil. O incentivo do político é se reeleger. Virou uma profissão", criticou o gestor. "O político deveria servir as pessoas, servir o povo. Não se servir", emendou.

Segundo ele, é importante que o ciclo pós-ditadura termine para que o Brasil aponte para o futuro. Mesmo que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tenha surpreendido para cima nos últimos anos, sob a ótica de crescimento, quando comparado a outros emergentes, o Brasil "ficou para trás", na sua visão. "O Brasil nunca teve horizonte, nunca teve previsibilidade", concluiu.

*A repórter viajou a convite da MBA Brasil

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai destinar R$ 100 milhões para um plano nacional para enfrentamento aos desastres naturais que será desenvolvido juntamente com a Marinha e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). A parceria foi oficializada em Belém, nesta sexta-feira, 7, durante cerimônia que homenageou Pedro Teixeira, militar português do período colonial que liderou a primeira expedição fluvial subindo o rio Amazonas.

Estiveram presentes o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; o Comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen; a diretora do Cemaden, Regina Célia Alvalá; e a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos. A cerimônia ocorreu no espaço interno do navio Atlântico, ancorado no porto de Belém e que funcionará como base de operações e apoio logístico das Forças Armadas durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30).

A ideia da parceria é unir esforços técnicos, científicos e institucionais para fortalecer a capacidade nacional de prevenção, monitoramento e resposta aos eventos climáticos extremos, cada vez mais recorrentes.

"Estamos tendo desastres extremos cada vez mais frequentes e intensos. Estamos desenvolvendo esforços de prevenção, com programa de descarbonização e outras iniciativas. Mas nós também temos que nos preparar para a resposta.

Salvar vidas em primeiro lugar e recuperar as estruturas, as comunicações, a economia", afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. De acordo com Mercadante, a expectativa é de que, com base nas estudos que serão realizados, o plano nacional esteja concluído em outubro do próximo ano.