Israel adia libertação de prisioneiros palestinos, alegando 'humilhação' de reféns israelenses

Internacional
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O governo de Israel adiou a libertação de 620 prisioneiros palestinos neste sábado, 22, após a libertação de seis reféns israelenses. Segundo Tel-Aviv, os sequestrados israelenses foram submetidos a "cerimônias humilhantes". O gabinete do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu afirmou que os palestinos só seriam libertados das prisões israelenses quando a "próxima libertação de reféns fosse assegurada, sem cerimônias humilhantes".

Veículos transportando prisioneiros palestinos já haviam saído das prisões quando Netanyahu ordenou a volta deles. O grupo terrorista Hamas apontou que o adiamento da libertação dos prisioneiros constituía uma violação do acordo de cessar-fogo.

Cinco dos seis reféns israelenses foram escoltados por terroristas armados e mascarados em frente a uma multidão. Além disso, o grupo terrorista Hamas divulgou um vídeo que mostra dois reféns israelenses que ainda não foram libertados, observando o retorno de outros sequestrados.

O grupo terrorista libertou os últimos seis reféns vivos esperados nesta primeira fase da trégua, faltando uma semana para o final da fase inicial. O anúncio de Israel colocou em xeque o futuro do cessar-fogo.

Cerimônia dos reféns

Omer Wenkert, Omer Shem Tov e Eliya Cohen foram libertados juntos. Shem Tov foi coagido a beijar a cabeça de dois terroristas do Hamas durante a cerimônia.

Em outro local de Gaza, Tal Shoham e Avera Mengistu foram entregues à Cruz Vermelha. Mengistu ficou na Faixa de Gaza por mais de dez anos. Ele cruzou a fronteira para o enclave palestino em 2014 e tem problemas de saúde mental.

Mais tarde, Hisham Al-Sayed, um israelense da comunidade beduína, foi libertado. Ele havia entrado sozinho em Gaza em 2015 e foi diagnosticado com esquizofrenia, segundo familiares.

Acordo de cessar-fogo

As discordâncias entre Israel e o grupo terrorista Hamas aumentam os receios de que a trégua seja encerrada na semana que vem. O Hamas afirmou que irá liberar quatro corpos de reféns na próxima semana. Depois disso, o acordo precisa ser negociado para chegar a uma segunda fase.

Pelo menos 62 reféns israelenses ainda estão na Faixa de Gaza. Metade dos sequestrados estão vivos, segundo o governo de Israel. As negociações para a segunda fase da trégua ainda não começaram, mas devem ser mais difíceis.

O Hamas disse que não libertará o resto dos sequestrados até que um cessar-fogo permanente seja atingido, com a saída total do Exército de Israel de Gaza. Netanyahu, com o apoio da administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirma estar empenhado em destruir as capacidades militares do Hamas.

Prisioneiros palestinos

Dos 620 prisioneiros palestinos que deveriam ser libertados neste sábado, 151 cumprem penas de prisão perpétua ou outras penas por ataques contra israelenses. Quase 100 deles seriam deportados.

Uma associação palestina pelos direitos dos prisioneiros disse que entre eles está Nael Barghouti, que passou mais de 45 anos na prisão por um ataque que matou um motorista de ônibus israelense.

Também deveriam ser libertados 445 homens, 23 adolescentes e uma mulher, todos capturados pelas tropas israelenses em Gaza sem acusação formal durante a guerra./com AP

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O novo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, afirmou na tarde deste sábado, 8, em São Paulo, que governadores bolsonaristas "preferem fazer demagogia com sangue, ao tratar todo mundo da comunidade como se fosse bandido". Boulos disse que essa é a visão dos governadores do Rio, Cláudio Castro (PL), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de outros chefes de Executivo estadual apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ele lançou no Morro da Lua, região de Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, o Projeto Governo na Rua, que tem a finalidade de ouvir a população e levar as manifestações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Boulos declarou também que a questão do combate ao crime é antiga, mas que Luiz Inácio Lula da Silva é quem tomou a iniciativa de tentar resolver com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública e o projeto de lei antifacção. Conforme o ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência, com essas propostas aprovadas, o governo federal terá mais atribuições e responsabilidades para o enfrentamento ao crime.

"A gente acredita que o combate ao crime tem que fazer da maneira correta, como a Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal, para pegar o peixe grande, não o bagrinho. O peixe grande está na Avenida Faria Lima, não na favela", acredita.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou neste sábado, 8, a pauta da Casa para a próxima semana, com a inclusão do projeto de lei antifacção - texto encaminhado pelo governo ao Congresso na esteira da megaoperação que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro. A proposta é relatada pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de segurança de São Paulo.

Motta marcou a primeira sessão deliberativa da Casa da semana para terça-feira, 11, às 13h55. A sessão será semipresencial, conforme decidido pelo presidente da Câmara em atenção a pedido de líderes partidários. Isso significa que os deputados poderão votar a distância nas sessões dessa semana, sem precisarem estar em Brasília.

A pauta também contém outros projetos relacionados à Segurança Pública, como o que aumenta a destinação da arrecadação com jogos de apostas de quota fixa (bets) para o financiamento da segurança pública. O relator de tal projeto é o deputado Capitão Augusto (PL-SP).

Outro projeto na lista de serem debatidos pelos parlamentares é o que condiciona a progressão de regime, a saída temporária e a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva à coleta de material biológico para obtenção do perfil genético do preso. O relator é o deputado Arthur Maia (União-BA).

Ainda consta na pauta a discussão de um projeto que altera o Código Tributário Nacional para tratar de normas gerais para solução de controvérsias, consensualidade e processo administrativo em matéria tributária e aduaneira. A tramitação em regime de urgência da proposta foi aprovada no último dia 21. O relator é o deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).

O sócio-fundador da SPX Capital, Rogério Xavier, alertou neste sábado, 8, para a situação fiscal explosiva do Brasil. Com o juro real perto de 11% e o atual nível de endividamento, o País corre risco de quebrar se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) for reeleito e não mudar suas políticas. Por outro lado, pode virar a página caso eleja um candidato de centro-direita, escapando do duelo Lula versus Jair Bolsonaro e colocando um ponto final no ciclo pós-ditadura.

"O País quer uma coisa diferente dessa oferta que foi nos dada nos últimos anos, que aponte para o futuro. Chega de Bolsonaro, chega de Lula, está bom", disse Xavier, durante painel na conferência MBA Brasil 2025, em Boston, nos Estados Unidos.

Segundo ele, Lula e Bolsonaro representam um período "do nós contra eles" que o Brasil vive desde o fim da ditadura. "Temos uma alternativa de acabar com esse ciclo já no ano que vem", disse, sem mencionar um candidato específico. Na sua visão, qualquer candidato da direita hoje pode ser a 'cara' do centro-direita nas eleições de 2026, mas que ainda não é hora de se colocar. "Vai apanhar", afirmou.

Xavier prevê uma eleição "super acirrada", em que não será possível saber o vencedor das urnas nem 24 horas antes do pleito. E, nesse ambiente, a situação fiscal d Brasil pode se deteriorar ainda mais, com o governo petista gastando mais para vencer a disputa. Na sua visão, "o Brasil está em risco".

"A gente está criando um endividamento muito alto e que é explosivo. 11% de juro real para um país que já tem uma dívida desse tamanho, a gente quebra", alertou. "A gente está se aproximando muito perto do encontro com a dívida", acrescentou. Uma eventual piora da situação fiscal do Brasil pode levar credor da dívida brasileira a questionar a vontade do País de honrá-la. "Dívida é capacidade vontade. A capacidade está ficando em dúvida e já tem um pouco de dúvida se (o governo) tem muita vontade de pagar mesmo".

Ao falar a estudantes brasileiros de MBA no exterior, ele analisou o histórico dos partidos políticos no Brasil para reforçar a cobrança da sociedade por uma proposta nova. Na sua visão, o PT "morreu", assim como o PSDB perdeu relevância nacional. No entanto, o Partido dos Trabalhadores tem o Lula, que é "muita coisa", mas demonstra um "egoísmo brutal" ao continuar sendo presidente e não dar oportunidade para outros.

"A reeleição é um câncer no Brasil. O incentivo do político é se reeleger. Virou uma profissão", criticou o gestor. "O político deveria servir as pessoas, servir o povo. Não se servir", emendou.

Segundo ele, é importante que o ciclo pós-ditadura termine para que o Brasil aponte para o futuro. Mesmo que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tenha surpreendido para cima nos últimos anos, sob a ótica de crescimento, quando comparado a outros emergentes, o Brasil "ficou para trás", na sua visão. "O Brasil nunca teve horizonte, nunca teve previsibilidade", concluiu.

*A repórter viajou a convite da MBA Brasil