Preocupações com espionagem aumentam após demissão de milhares de funcionários federais nos EUA

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Para a Rússia, China e outros adversários, a turbulência em Washington, à medida que o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), liderado por Elon Musk, desmantela as agências governamentais, representa uma oportunidade sem precedentes para recrutar insiders, de acordo com especialistas em segurança nacional e inteligência.

"Essas informações são muito valiosas e não é de se surpreender que a Rússia, a China e outras organizações - sindicatos criminosos, por exemplo - possam recrutar agressivamente funcionários do governo", alertou Theresa Payton, que foi diretora de informações da Casa Branca durante a presidência de George W. Bush e agora dirige sua própria empresa de segurança cibernética. Fonte: Associated Press

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O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) minimizou, nesta sexta-feira, 28, uma possível diferença de público entre o ato convocado por movimentos sociais neste domingo, 30, na Avenida Paulista, e a manifestação liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Rio de Janeiro, em defesa do projeto de anistia.

"A questão não é o tamanho do público. Nós não podemos deixar as ruas para o bolsonarismo e ficar na defensiva nesta pauta da anistia", disse o deputado em entrevista à CNN.

Boulos convocou apoiadores para o protesto contra a anistia, que será realizado a partir das 14h, com concentração na Praça Oswaldo Cruz. O ato é organizado por movimentos sociais como a Frente Povo Sem Medo, o MST e a UNE.

A manifestação é uma resposta ao evento organizado por apoiadores de Bolsonaro no último dia 16, em Copacabana, cujo mote foi a defesa da anistia. O protesto teve como objetivo mobilizar o debate público e pressionar o Congresso Nacional a avançar com projetos de lei que propõem o "perdão" a investigados e condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando os prédios dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidos e depredados.

Segundo levantamento do Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), a manifestação em Copacabana reuniu cerca de 18,3 mil pessoas, menos de 2% do público de um milhão que era esperado. O próprio ex-presidente comentou a baixa adesão: "A gente arrastava multidões pelo Brasil. Foi aqui, no 7 de Setembro, tinha mais gente do que agora", disse.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta sexta-feira, 28, uma medida provisória que estabelece um reajuste de 9% no soldo dos militares das Forças Armadas. O aumento, que era cobrado pelo Exército, pela Marinha e pela Aeronáutica desde o início da gestão do petista, será concedido de forma escalonada.

A partir de terça-feira, 1°, os militares vão ter um acréscimo de 4,5% no soldo. Os outros 4,5% serão acrescidos a partir do primeiro dia do ano de 2026. Os valores foram publicados no Diário Oficial da União (DOU).

Em 2019, ocorreu a aprovação da Reforma da Previdência e uma reestruturação das carreiras das Forças Armadas. Desde então, os militares passaram a se queixar que, enquanto a contribuição previdenciária aumentou, os valores dos soldos se mantiveram.

Outro argumento foi a assinatura de uma medida provisória, em setembro de 2023, onde Lula reajustou também em 9% os salários e as aposentadorias dos funcionários públicos federais. A cúpula das Forças Armadas, então, solicitou a mesma medida, a fim de garantir a isonomia entre civis e militares.

Em agosto de 2023, o ministro da Defesa, José Múcio, encaminhou a Lula o pedido de 9% de reajuste. Os militares também enviaram para Múcio estudos que recomendavam o aumento de 20% a 25% do soldo.

As patentes que recebem os soldos mais altos são almirante-de-esquadra, general e tenente-brigadeiro. Atualmente, eles recebem R$ 13.471. A partir de terça, o valor será de R$ 14.077. No próximo ano, passará a ser R$ 14.711. Além do soldo, os militares recebem gratificações e adicionais que fazem a remuneração bruta ultrapassar R$ 35 mil.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), colocou em prisão domiciliar a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, acusada de ter pichado com batom a frase "Perdeu, mané" na estátua da Justiça, que fica em frente ao prédio da Corte, durante os atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023. A decisão atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

"Na presente hipótese, estão presentes os requisitos legais necessários para a imposição das medidas cautelares", escreveu o ministro.

O procurador-geral Paulo Gonet defendeu o relaxamento da prisão preventiva pelo menos até que ela seja julgada. O julgamento da cabeleireira foi interrompido por um pedido da vista do ministro Luiz Fux e não tem prazo para ser retomado. O regimento interno do STF prevê que, em caso de vista, o processo precisa ser devolvido para julgamento em até 90 dias ou poderá ser liberado automaticamente para ser incluído novamente na pauta.

Em parecer enviado ao STF nesta sexta-feira, 28, Gonet menciona que Débora é mãe de dois filhos menores de 12 anos e que a investigação sobre sua participação no 8 de Janeiro já foi concluída.

"O encerramento da instrução processual e a suspensão do julgamento do feito, com imprevisão quanto à prolação de acórdão definitivo, aliados à situação excepcional prevista no art. 318, V, recomendam a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, ao menos até a conclusão do julgamento do feito, em observância aos princípios da proteção à maternidade e à infância e do melhor interesse do menor", disse na manifestação.

Moraes votou para condenar Débora a 14 anos de prisão em regime inicial fechado. A dosimetria da pena foi o que levou o ministro Luiz Fux a interromper o julgamento. Ele considerou a pena exagerada e vai propor uma sentença menos dura.

Débora está presa na Penitenciária Feminina de Rio Claro, em São Paulo, desde a oitava fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal em março de 2023. A operação investigou os radicais e os financiadores dos atos de vandalismo.

Em depoimento, a cabelereira confirmou que vandalizou a escultura com batom vermelho. Ela afirmou que agiu no "calor do momento" após um homem ter pedido a ela que terminasse de escrever a frase no monumento. Também disse que não sabia do valor simbólico e financeiro da estátua.