Enviado dos EUA chega à Rússia e se reúne com Putin para discutir cessar-fogo e relação

Internacional
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O enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, chegou à Rússia em meio aos esforços do governo Trump para destravar as negociações de paz sobre a guerra na Ucrânia, paralisadas nas últimas semanas. Ele desembarcou nesta sexta-feira, 11, em São Petersburgo, e o Kremlin confirmou que Witkoff e o presidente russo, Vladimir Putin, se encontraram mais cedo e iniciaram uma reunião para discutir os termos de um possível cessar-fogo, além de propostas para normalizar as relações entre os dois países.

Nas últimas semanas, Donald Trump tem demonstrado frustração com Moscou diante da lentidão nas conversas.

A Ucrânia sinalizou disposição para aceitar um cessar-fogo de 30 dias, caso a Rússia adote a mesma medida, como discutido em encontros recentes com autoridades americanas.

Moscou, porém, rejeitou a proposta e tem arrastado as negociações, numa estratégia para ganhar tempo, consolidar ganhos no campo de batalha e pressionar por concessões mais amplas.

Irã

Após a passagem pela Rússia, Witkoff deve seguir para o Oriente Médio, onde participará de negociações com o Irã sobre seu programa nuclear.

Trump já havia anunciado, em coletiva de imprensa ao lado do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, uma reunião com equipes iranianas marcada para este sábado.

Encontro com enviado russo

Segundo a agência estatal russa Tass, Witkoff se encontrou nesta sexta com o enviado russo Kirill Dmitriev. Dmitriev, que se tornou um interlocutor informal entre Moscou e Washington, esteve na capital americana na semana passada.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse, na ocasião, que Dmitriev recebeu uma mensagem para levar a Putin de que os EUA "precisam saber se vocês estão realmente comprometidos com a paz".

"Logo saberemos pelas respostas se eles estão dispostos a seguir com uma paz real ou se é apenas uma tática de adiamento", afirmou Rubio.

*Com informações da Dow Jones Newswires

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira, 28, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) "não merece o sacrifício do povo brasileiro.

A declaração ocorreu na inauguração da Usina Termelétrica GNA II, no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ).

Lula se refere à tarifa de 50% que será aplicada pelo governo Donald Trump aos produtos brasileiros. A medida deve entrar em vigor na sexta-feira, 1º de agosto.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para manter a prisão preventiva do coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro, por suspeitas de tentativa de interferência no acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.

Gonet se manifestou contra um recurso da defesa de Câmara solicitando sua liberdade. O ex-assessor foi preso no mês passado depois que o seu próprio advogado, Eduardo Kuntz, apresentou ao STF uma petição na qual relatou ter mantido conversas com Mauro Cid para tentar obter informações da delação premiada.

Procurado na manhã deste domingo (27), Kuntz não respondeu aos contatos. O espaço está aberto para manifestação.

Nos diálogos apresentados por Kuntz, mantidos com um perfil de Instagram que o advogado atribuiu a Mauro Cid, ele pediu ao tenente-coronel que deixasse Marcelo Câmara de fora dos seus depoimentos e também sugeriu a ele que trocasse de advogado e lhe contratasse.

"As capturas de tela anexadas por Luiz Eduardo de Almeida Santos Kuntz incluem mensagens enviadas pelo procurador ao suposto perfil de Mauro César Barbosa Cid, como: 'Poxa...pede para ele falar sobre o Câmara…vc sabe que ele não fez nada de errado' e 'Aquela história da Professora… o Câmara falou que se você disser que Professora é a Madre Tereza, ele passou a informação errada (…)'", escreveu Gonet.

Para o procurador-geral, "os trechos insinuam que Marcelo Costa Câmara não apenas conhecia a conversa conduzida por seu advogado, mas dela se beneficiou ao utilizá-la como argumento defensivo".

Gonet argumenta que esses elementos de prova indicam a existência de riscos concretos ao andamento do processo e à aplicação da lei penal, o que justifica a manutenção da prisão de Marcelo Câmara. A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar esses fatos.

"A pretensão do agravante de adquirir dados afetos a acordo de colaboração premiada então protegidos por sigilo evidenciam o concreto risco à conveniência da instrução criminal e à aplicação da lei penal", afirmou o procurador-geral da República.

O coronel já havia ficado preso entre janeiro e maio do ano passado depois que a Polícia Federal detectou que ele realizou ações de monitoramento dos passos do ministro Alexandre de Moraes. Câmara foi solto com a imposição de medidas cautelares, mas o ministro decretou a nova prisão após os fatos revelados por sua própria defesa.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou neste sábado, 26, que vive como "exilada política" na Itália e agradeceu ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) por ter pedido às autoridades do país europeu que a recebessem. Condenada por invadir o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ela deixou o País antes que a sentença pudesse ser cumprida.

"Eu queria dizer que hoje acordei com uma notícia muito boa, que é um vídeo do Flávio Bolsonaro falando por mim, pedindo por mim para a Giorgia Meloni [primeira-ministra da Itália], para o Matteo Salvini, que é o vice-primeiro-ministro daqui, pedindo para que me recebessem porque sou uma exilada política, sou uma perseguida política no Brasil", declarou Zambelli em vídeo publicado em seu perfil reserva no Instagram.

Os perfis oficiais da deputada, de sua mãe - Rita Zambelli -, e de seu filho foram retirados do ar após decisão judicial do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A nova conta já acumula mais de 11 mil seguidores e 40 publicações; a primeira postagem foi feita em 13 de junho.

Carla Zambelli está na Itália há quase dois meses, na tentativa de evitar o cumprimento de sua pena no Brasil. A parlamentar foi condenada a 10 anos de prisão e perda do mandato, acusada de ser mentora intelectual da invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

"Em tempos sombrios como este, em que sou alvo de uma perseguição política implacável, cada gesto de solidariedade tem um valor imenso", escreveu a parlamentar.

Na quinta-feira, 24, em entrevista ao portal Metrópoles, o filho "01" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu que o governo italiano "abra as portas" para Zambelli.