Justiça da Bolívia restitui mandado de prisão contra Evo

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A Justiça da Bolívia restituiu na sexta-feira (2) a ordem de captura contra o ex-presidente Evo Morales por um caso de tráfico envolvendo uma menor, que tinha sido anulada por uma juíza no início da semana. O líder indígena acusa o governo de Luis Arce de orquestrar uma perseguição judicial contra ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Político reagiram nas redes sociais às medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao senador Marcos do Val (Podemos-ES). Opositores do governo Lula discutem a possibilidade de derrubar a decisão do magistrado em plenário, enquanto governistas dizem que as medidas demonstram "justiça contra quem tenta sabotar a democracia".

O senador foi recebido no aeroporto de Brasília pela Polícia Federal (PF) na manhã desta segunda-feira, 4, 11 dias após anunciar que viajou aos Estados Unidos sem comunicar às autoridades. A partir de agora, Do Val passa a usar tornozeleira eletrônica e deve cumprir recolhimento noturno.

Do Val teve o passaporte apreendido por determinação de Moraes em agosto do ano passado. O senador é investigado por supostamente integrar grupo que promovia ataques contra agentes da PF que atuam em inquéritos junto ao STF e tentar arquitetar um plano para anular as eleições de 2022.

Além das medidas restritivas já citadas, o ministro determinou cancelamento de seu passaporte diplomático e bloqueio de suas contas bancárias, cartões e chaves Pix.

Senador e ex-vice-presidente na gestão de Jair Bolsonaro (PL), Hamilton Mourão (Republicanos-RS) chamou as medidas de "humilhantes e restritivas de liberdade", afirmando que são injustificadas.

"Entendo que, assim que o Senado for formalmente notificado pelo STF sobre as medidas impostas, cabe-nos requerer, em caráter urgente, solicitando que o colegiado máximo delibere acerca do relaxamento ou manutenção das mencionadas medidas restritivas de liberdade, que são equivalentes à prisão em flagrante, conforme precedente havido nesta casa nesse sentido", disse o senador.

Mourão citou o precedente aplicado no caso do então senador, hoje deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em maio de 2017 pelo crime de corrupção passiva e de embaraço a investigações, envolvendo caso de propina repassada pela J&F. O deputado foi absolvido em julho de 2023.

Em outubro daquele ano, após atritos entre os Poderes, o plenário decidiu que cabe ao Judiciário aplicar medidas cautelares a parlamentares, porém, em caso de afastamento direto ou indireto do cargo, é necessário o aval do Congresso. Do Val não foi afastado do cargo.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também defendeu o colega de plenário, afirmando que Do Val pode contar com ele para "derrubar as arbitrariedades no plenário do Senado imediatamente".

Flávio também compartilhou a nota de repúdio capitaneada pelo líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), afirmando que as medidas cautelares comprometem "exercício pleno do mandato de um representante eleito, afetando não apenas sua atuação pessoal, mas também a autoridade do Senado como instituição democrática".

Os senadores prometem procurar o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), "solicitando posicionamento institucional acerca dos reiterados abusos de autoridade cometidos pelo ministro".

O bolsonarista Jorge Seif (PL-SC) inferiu que as medidas aplicadas contra Do Val fazem dele um "senador zumbi" e disse que só falta "tirar a alma do capixaba".

Já políticos da base governista apontaram que o senador saiu do País sem autorização e, durante estadia nos Estados Unidos, publicou uma série de vídeos desafiando Moraes.

"'Vai ter fim trágico', disse Marcos do Val sobre Moraes. O fim que veio foi outro: tornozeleira eletrônica no pé. Não é perseguição. É justiça contra quem tenta sabotar a democracia", disse o presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT).

Freixo fez referência à frase dita por Do Val em agosto do ano passado, quando o senador descumpriu determinação de Moraes em não usar redes sociais, mesma decisão que apreendeu seu passaporte.

Vereador de Belo Horizonte (MG) e sobrinho da ex-presidente Dilma Rousseff, Pedro Rousseff (PT) compartilhou foto do senador apontando com símbolo de "arminha" para o ex-presidente Bolsonaro, e outra de um agente da PF de costas, com a legenda: "A semana começou muito bem!".

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) comparou a medida imposta ao senador com aquelas aplicadas a Bolsonaro no último dia 18.

O ex-presidente também passou a usar tornozeleira e tem hora marcada para estar em casa durante a semana. Ele é investigado no inquérito que tem como alvo o filho, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atua nos Estados Unidos contra o Brasil para ver o pai livre da Justiça.

"A PF adereçou seu tornozelo com um belo roteador Wi-Fi assim que ele desembarcou em Brasília. Conforme relatos, o senador ofereceu resistência e fez chilique", disse a deputada.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou nesta segunda-feira, 4, a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes. Em evento na Fundação Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, o futuro presidente da Corte disse que medida se trata de uma "interferência indevida" e "discórdia institucional".

"Divergência não é discórdia institucional", disse o ministro. "Eu entendo que punir um juiz por decisões que tenha tomado é um péssimo exemplo de interferência indevida. Ainda mais quando advém de um país estrangeiro contra um país soberano. Portanto, não me parece que seja um caminho dotado de alguma razoabilidade. Ao contrário, acho uma interferência evidentemente indevida, isso funciona como uma espécie de ameaça", afirmou.

Fachin fez a declaração em uma palestra sobre desafios na presidência do Supremo. O ministro assumirá o comando da Corte em setembro, com Alexandre de Moraes como vice.

Na última quarta-feira, 30, Moraes foi incluído pelo governo Donald Trump na lista de pessoas sancionadas pela Lei Magnitsky. A punição foi aplicada ao ministro por conduzir a ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aliado de Trump, acusado de planejar a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Moraes está impedido de entrar nos Estados Unidos, além de ser proibido de ter bens e contas em bancos americanos, realizar transferências internacionais e possuir cartões de crédito emitidos por bandeiras estrangeiras, como Visa e Mastercard.

Outros ministros do STF apoiaram Moraes em discursos em defesa da soberania nacional e do sistema de Justiça brasileiro.

Na retomada das atividades do Judiciário, na última sexta-feira, 1º, os magistrados prestaram solidariedade a Moraes e fizeram críticas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do comunicador Paulo Figueiredo, que têm ostentado nas redes sociais o lobby por sanções ao Brasil.

O presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Jean Lima, pediu demissão do cargo em carta enviada ao ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira. Segundo fontes do Palácio do Planalto, o documento chegou ao ministro na manhã desta segunda-feira, 4.

Jean Lima estava no cargo há dois anos. Ele substituiu o ex-presidente Hélio Doyle, demitido após o Estadão revelar, em outubro de 2023, que ele compartilhou um post que chamava apoiadores de Israel de "idiotas". O fato se deu no início do conflito no Oriente Médio, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotava uma postura neutra até então.

O ministro da Secom, na época, era Paulo Pimenta. Com a chegada de Sidônio, em janeiro deste ano, Jean foi mantido no cargo. Ainda não se sabe quem vai passar a comandar a EBC.

Jean Lima é doutor em Histórica Econômica e foi coordenador adjunto de Articulação Intergovernamental, coordenador executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social e secretário-adjunto na Secretaria de Governo do Distrito Federal. Ele também presidiu a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) e o Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (Ipedf).