Índia e Paquistão confirmam cessar-fogo após mediação dos Estados Unidos

Internacional
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste sábado ter conseguido um acordo de cessar-fogo entre Índia e Paquistão, que vêm escalando um conflito entre si nos últimos dias. O armistício foi confirmado logo em seguida pelos dois países, de acordo com a Associated Press.

Em uma publicação na rede social da qual é dono, Trump declarou ter havido uma "longa noite de conversas" mediada pelo seu governo.

"Depois de uma longa noite de conversas mediadas pelos Estados Unidos, tenho o prazer de anunciar que Índia e Paquistão concordaram em um completo e imediato cessar-fogo. Parabéns aos dois países pelo bom senso e grande inteligência", escreveu o americano.

O conflito entre Índia e Paquistão se intensificou neste sábado, 10, com os dois lados visando bases aéreas e se acusando mutuamente de atacar primeiro. O Paquistão disse que a índia lançou mísseis contra três bases aéreas no interior e, de imediato, a televisão estatal paquistanesa anunciou que a retaliação estava em andamento.

Foi o aumento mais grave das hostilidades até o momento, em um conflito desencadeado por um massacre a tiros no mês passado, pelo qual a Índia culpa o Paquistão. Após o bombardeio, ambos os lados afirmaram que não intensificarão as hostilidades caso o adversário cesse seus ataques.

O ministro das Relações Exteriores do Paquistão afirmou no sábado que seu país consideraria a redução da tensão se a Índia interrompesse novos ataques. No entanto, Ishaq Dar alertou que, se a Índia lançar novos ataques, "nossa resposta virá em seguida".

As tensões entre os rivais nucleares aumentaram desde o ataque terrorista que deixou 26 mortos na parte da Caxemira controlada pela Índia, em 22 de abril. Nova Délhi acusa Islamabad de apoiar o ataque, acusação que o Paquistão nega.

Na quarta-feira, a Índia atacou vários locais no Paquistão e na Caxemira paquistanesa, que descreveu como relacionados a militantes. Os bombardeios deixaram 31 mortos.

Na quinta-feira, a Índia afirmou ter frustrado ataques com drones e mísseis do Paquistão contra alvos militares em mais de uma dúzia de cidades e vilarejos, incluindo a cidade de Jammu, na Caxemira controlada pela Índia. O Paquistão negou ter realizado ataques com drones.

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma nesta terça-feira, 11, o julgamento que pode cassar o mandato do governador de Roraima, Antônio Denarium (PP), acusado de abuso de poder político e econômico.

Denarium foi condenado quatro vezes pelo Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) em 2023, por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2022. Ele permanece no cargo enquanto os recursos são analisados, situação que se mantém devido à suspensão temporária do processo.

O caso já havia sido pautado em agosto, mas a análise foi suspensa logo após o voto da relatora, ministra Isabel Gallotti, em razão de um pedido de vista do ministro André Mendonça.

Em nota, a assessoria do governador afirmou que continua "confiando na Justiça, nas instituições e em todos que, assim como nós, acreditam em um Estado melhor para viver, trabalhar e empreender".

Denarium destacou ainda os avanços do estado: "Um Estado que se destaca no Brasil com o maior crescimento do PIB, a maior redução do número de homicídios, com aumento da área plantada e do rebanho bovino", disse em publicação nas redes sociais.

Na sessão, também será julgado o vice-governador Edson Damião (Republicanos), acusado pelos mesmos crimes. A ministra Isabel Gallotti, apontou que o número de beneficiários do programa "Cesta da Família" aumentou 400% em 2022, passando de 10 mil para 50 mil pessoas atendidas.

Em seu voto, Gallotti destacou ainda o programa "Morar Melhor", voltado à reforma de moradias de famílias de baixa renda, afirmando que ele foi "um engenhoso expediente que culminou na criação de novos programas em ano eleitoral, com dividendos eleitorais em favor do candidato à reeleição ao governo do Estado".

A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu nesta segunda-feira, 10, em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a condenação dos deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA) e Pastor Gil (PL-MA), além do suplente de deputado Bosco Costa (PL-SE), por corrupção com emendas parlamentares.

Segundo a PGR, os deputados condicionaram a destinação de R$ 6,67 milhões em emendas ao município de São José de Ribamar, na região metropolitana de São Luís, ao pagamento de R$ 1,67 milhão em propinas. Os parlamentares negam irregularidades.

A Procuradoria afirma que as provas são "irrefutáveis" e que a autoria e a materialidade dos crimes estão comprovadas por diálogos e documentos obtidos na investigação.

"Embora os deputados Josimar e Bosco Costa tenham negado a autoria das emendas, aproveitando-se da baixa transparência dos dados públicos sobre a procedência desses recursos, as provas confirmam serem eles os responsáveis pelas destinações", diz a PGR.

O vice-procurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand, enviou ao STF os últimos argumentos da acusação no processo. As defesas ainda vão apresentar suas alegações finais, última etapa antes do julgamento. O relator do processo é o ministro Cristiano Zanin.

Além da condenação, a PGR pede a perda dos mandatos e o pagamento de uma indenização por danos morais coletivos.

A PGR afirma que Josimar Maranhãozinho "ostentava a posição de liderança" do suposto esquema e, nessa condição, "coordenava a destinação dos recursos patrocinados pelos demais congressistas" e depois distribuía as propinas.

"Não há dúvida de que os réus, sob a chefia do deputado Josimar, constituíram e integraram organização criminosa", diz a Procuradoria nas alegações finais.

Os repasses teriam ocorrido entre dezembro de 2019 e abril de 2020, de acordo com a denúncia. Na época, o prefeito de São José de Ribamar era José Eudes Sampaio Nunes. A PGR afirma que ele foi "insistentemente abordado para ceder à solicitação de propina".

As defesas vêm pedindo o arquivamento da ação por falta de provas.

O novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (Psol-SP), criticou a escolha do deputado Guilherme Derrite (PP-SP), ex-secretário de Segurança do governo paulista, como relator do projeto de lei antifacção.

"Colocar o Derrite como relator de um projeto do governo para o combate das facções criminosas me soa como uma provocação", disse Boulos, em entrevista depois de um painel sobre resíduos sólidos e crédito de carbono na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

Boulos criticou a escolha argumentando que o deputado está partidária, direta e eleitoralmente comprometido com quem tem se colocado como adversário do governo Lula. "Ele está, inclusive, comprometido com quem foi contra a PEC da Segurança Pública, que é o que permite que o governo federal atue de forma mais eficaz no combate ao crime organizado", disse o ministro.