Mulher é encontrada após sobreviver por semanas em montanhas remotas cobertas por neve nos EUA

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Quando o resort Vermilion Valley, na Califórnia (EUA), fechou para o inverno (do hemisfério norte, verão no Brasil), a equipe deixou as portas das cabanas destrancadas para o caso de um caminhante rebelde precisar de abrigo durante as frequentes tempestades de neve nas montanhas. Essa decisão pode ter salvado a vida de Tiffany Slaton, mulher de 27 anos que ficou desaparecida por quase três semanas em uma região selvagem remota.

O proprietário Christopher Gutierrez viu uma porta de cabana entreaberta e um par de sapatos por perto quando chegou na manhã de quarta-feira, 14, para começar a reabrir o resort para a primavera. De repente, uma jovem mulher apareceu na porta.

"Ela apareceu, não disse uma palavra, apenas correu e tudo o que queria era um abraço", disse Gutierrez em uma entrevista coletiva na noite de quarta-feira. "Foi um momento bastante surreal, e foi quando percebi de quem se tratava."

Era Tiffany, cujos pais haviam comunicado o desaparecimento em 29 de abril, depois de não terem tido notícias dela por mais de uma semana. O escritório do xerife do condado de Fresno iniciou uma busca e os policiais e voluntários vasculharam mais de 1.550 quilômetros quadrados da Sierra National Forest, sem sorte. As buscas foram dificultadas pela neve pesada que bloqueou muitas estradas.

Na segunda-feira, 12, o gabinete do xerife anunciou que estava diminuindo os esforços de busca. Dois dias depois, ela saiu da cabana. Gutierrez deu a Tiffany um sanduíche de manteiga de amendoim e geleia e ligou para as autoridades, que a levaram para um hospital para avaliação. Ela estava com fome e desidratada, mas em boas condições, disseram autoridades locais.

'Três semanas é algo inédito'

O porta-voz do xerife, Tony Botti, disse que esse foi o período de tempo mais longo que ele já viu alguém desaparecer na natureza e sobreviver. "Três semanas é algo inédito", disse ele. "Isso mostra a tenacidade de Tiffany, que ela é uma lutadora".

Graças a pistas dadas pelo público, os investigadores determinaram que Tiffany havia sido vista por volta de 20 de abril perto de Huntington Lake, a mais de 32 quilômetros a sudoeste, em terreno acidentado.

Mas as autoridades não forneceram detalhes sobre quando ou onde a caminhada de Tiffany começou, quais eram seus planos e que rota ela tomou para chegar ao resort Vermilion Valley Resort, que fica na Sierra Nevada, a meio caminho entre os parques nacionais de Yosemite e Sequoia/Kings Canyon.

Botti disse que os oficiais do xerife planejavam entrevistar Tiffany para saber os detalhes de sua experiência e como ela sobreviveu em condições de gelo em altitudes superiores a 1.981 metros.

'A vida é uma aventura'

Do outro lado do país, em Jeffersonville (Geórgia), seus pais estavam fazendo compras quando receberam a notícia de que a filha havia sido encontrada. "Eu simplesmente peguei alguém e disse: 'Posso abraçar você? E abracei", disse sua mãe, Fredrina Slaton. "Eu estava chorando e abraçando."

O pai de Tiffany, Bobby Slaton, disse que "uma tonelada de peso foi tirada". Ele agradeceu à equipe de busca e resgate e a todos os membros da comunidade que ajudaram no esforço para encontrá-la.

As autoridades do xerife disseram que os limpa-neves limparam uma passagem importante na montanha na quarta-feira, o que permitiu que Gutierrez acessasse o resort no Lago Edison pela primeira vez este ano. Gutierrez disse que teve que passar cerca de uma hora e meia quebrando o gelo antes de conseguir entrar na propriedade.

Os pais de Tiffany disseram que ela foi criada com amor ao ar livre e sempre enfatizaram a importância de ser capaz de se defender em uma situação difícil. "Portanto, é bom saber, como pais, que todas as coisas que ensinamos a ela, ela realmente fez", disse sua mãe. "Acreditamos que a vida é uma aventura."

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

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O novo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, afirmou na tarde deste sábado, 8, em São Paulo, que governadores bolsonaristas "preferem fazer demagogia com sangue, ao tratar todo mundo da comunidade como se fosse bandido". Boulos disse que essa é a visão dos governadores do Rio, Cláudio Castro (PL), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de outros chefes de Executivo estadual apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ele lançou no Morro da Lua, região de Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, o Projeto Governo na Rua, que tem a finalidade de ouvir a população e levar as manifestações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Boulos declarou também que a questão do combate ao crime é antiga, mas que Luiz Inácio Lula da Silva é quem tomou a iniciativa de tentar resolver com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública e o projeto de lei antifacção. Conforme o ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência, com essas propostas aprovadas, o governo federal terá mais atribuições e responsabilidades para o enfrentamento ao crime.

"A gente acredita que o combate ao crime tem que fazer da maneira correta, como a Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal, para pegar o peixe grande, não o bagrinho. O peixe grande está na Avenida Faria Lima, não na favela", acredita.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou neste sábado, 8, a pauta da Casa para a próxima semana, com a inclusão do projeto de lei antifacção - texto encaminhado pelo governo ao Congresso na esteira da megaoperação que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro. A proposta é relatada pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de segurança de São Paulo.

Motta marcou a primeira sessão deliberativa da Casa da semana para terça-feira, 11, às 13h55. A sessão será semipresencial, conforme decidido pelo presidente da Câmara em atenção a pedido de líderes partidários. Isso significa que os deputados poderão votar a distância nas sessões dessa semana, sem precisarem estar em Brasília.

A pauta também contém outros projetos relacionados à Segurança Pública, como o que aumenta a destinação da arrecadação com jogos de apostas de quota fixa (bets) para o financiamento da segurança pública. O relator de tal projeto é o deputado Capitão Augusto (PL-SP).

Outro projeto na lista de serem debatidos pelos parlamentares é o que condiciona a progressão de regime, a saída temporária e a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva à coleta de material biológico para obtenção do perfil genético do preso. O relator é o deputado Arthur Maia (União-BA).

Ainda consta na pauta a discussão de um projeto que altera o Código Tributário Nacional para tratar de normas gerais para solução de controvérsias, consensualidade e processo administrativo em matéria tributária e aduaneira. A tramitação em regime de urgência da proposta foi aprovada no último dia 21. O relator é o deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).

O sócio-fundador da SPX Capital, Rogério Xavier, alertou neste sábado, 8, para a situação fiscal explosiva do Brasil. Com o juro real perto de 11% e o atual nível de endividamento, o País corre risco de quebrar se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) for reeleito e não mudar suas políticas. Por outro lado, pode virar a página caso eleja um candidato de centro-direita, escapando do duelo Lula versus Jair Bolsonaro e colocando um ponto final no ciclo pós-ditadura.

"O País quer uma coisa diferente dessa oferta que foi nos dada nos últimos anos, que aponte para o futuro. Chega de Bolsonaro, chega de Lula, está bom", disse Xavier, durante painel na conferência MBA Brasil 2025, em Boston, nos Estados Unidos.

Segundo ele, Lula e Bolsonaro representam um período "do nós contra eles" que o Brasil vive desde o fim da ditadura. "Temos uma alternativa de acabar com esse ciclo já no ano que vem", disse, sem mencionar um candidato específico. Na sua visão, qualquer candidato da direita hoje pode ser a 'cara' do centro-direita nas eleições de 2026, mas que ainda não é hora de se colocar. "Vai apanhar", afirmou.

Xavier prevê uma eleição "super acirrada", em que não será possível saber o vencedor das urnas nem 24 horas antes do pleito. E, nesse ambiente, a situação fiscal d Brasil pode se deteriorar ainda mais, com o governo petista gastando mais para vencer a disputa. Na sua visão, "o Brasil está em risco".

"A gente está criando um endividamento muito alto e que é explosivo. 11% de juro real para um país que já tem uma dívida desse tamanho, a gente quebra", alertou. "A gente está se aproximando muito perto do encontro com a dívida", acrescentou. Uma eventual piora da situação fiscal do Brasil pode levar credor da dívida brasileira a questionar a vontade do País de honrá-la. "Dívida é capacidade vontade. A capacidade está ficando em dúvida e já tem um pouco de dúvida se (o governo) tem muita vontade de pagar mesmo".

Ao falar a estudantes brasileiros de MBA no exterior, ele analisou o histórico dos partidos políticos no Brasil para reforçar a cobrança da sociedade por uma proposta nova. Na sua visão, o PT "morreu", assim como o PSDB perdeu relevância nacional. No entanto, o Partido dos Trabalhadores tem o Lula, que é "muita coisa", mas demonstra um "egoísmo brutal" ao continuar sendo presidente e não dar oportunidade para outros.

"A reeleição é um câncer no Brasil. O incentivo do político é se reeleger. Virou uma profissão", criticou o gestor. "O político deveria servir as pessoas, servir o povo. Não se servir", emendou.

Segundo ele, é importante que o ciclo pós-ditadura termine para que o Brasil aponte para o futuro. Mesmo que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tenha surpreendido para cima nos últimos anos, sob a ótica de crescimento, quando comparado a outros emergentes, o Brasil "ficou para trás", na sua visão. "O Brasil nunca teve horizonte, nunca teve previsibilidade", concluiu.

*A repórter viajou a convite da MBA Brasil