Nigéria venderá para cidadãos unidades de conjunto habitacional confiscado de ex-diretor do BC

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O Ministério da Habitação da Nigéria passará a vender as unidades de um conjunto habitacional do ex-diretor do Banco Central do país, Godwin Emefiele, confiscado pela Comissão de Crimes Econômicos e Financeiros (EFCC).

O ministério disse que oferecerá as 753 unidades para venda ao público e para necessidades especiais do governo.

"Isso representa um marco significativo em nossa determinação coletiva de garantir que os ativos recuperados sejam utilizados de forma produtiva, beneficiando diretamente o povo nigeriano. O conjunto habitacional confiscado do ex-diretor do Banco Central é um exemplo disso", afirmou nesta terça, 20, o ministro da Habitação e Desenvolvimento Urbano, Arc Ahmed Dangiwa.

Em seus comentários de apresentação, o presidente da EFCC, Olanipekun Olukoyede, declarou que a entrega dos bens confiscados foi uma demonstração do impacto da luta contra crimes financeiros e corrupção na Nigéria.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou um vídeo nesta quarta-feira, 21, em que declara sua intenção de tentar disputar a Presidência da República em 2026, apesar de estar inelegível por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A declaração foi feita em março deste ano, quando questionado por jornalistas, mas foi republicada por Bolsonaro em sua conta na plataforma X (antigo Twitter).

Na gravação, o ex-presidente também afirma que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), buscará a reeleição.

"Nós dois seremos candidatos ano que vem. O Tarcísio para reeleição e eu para presidente. Se eu não aparecer como candidato é uma negação à democracia. Qual foi o crime que eu cometi? Me reunir com embaixadores? Ah, tenha santa paciência", disse Bolsonaro.

Na ocasião, Bolsonaro perguntou se "estamos no ritmo da Venezuela", quando questionado se a inelegibilidade decidida pelo STF o impediria de participar do pleito. Ele citou o caso da Romênia em que, segundo Bolsonaro, o candidato de direita foi retirado do pleito e a justiça confirmou sua inelegibilidade. "O povo não aceita o que a gente chama de 'lawfare', interferência política no destino de uma nação", finaliza.

Como mostrado pelo Estadão, um tribunal da Romênia anulou, em 6 de dezembro de 2024, o primeiro turno das eleições presidenciais do país, dias após alegações de que a Rússia realizou uma campanha online coordenada para promover o candidato de extrema direita que venceu a disputa.

A decisão sem precedentes do Tribunal Constitucional - que é final - ocorreu depois que o presidente Klaus Iohannis tirou a confidencialidade de informações de inteligência que alegavam que a Rússia realizou uma ampla campanha envolvendo milhares de contas de mídia social para promover Calin Georgescu em plataformas como TikTok e Telegram.

As declarações de Bolsonaro, agora republicadas, foram dadas durante uma visita ao Salão Nacional e Internacional das Motopeças, localizado na zona norte da cidade de São Paulo.

Bolsonaro esteve no evento acompanhado de Tarcísio e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Durante a visita, ele percorreu os estandes da feira, experimentou um capacete feito com grafeno, desenvolvido pela empresa que fundou junto com o filho em 2024, a Bravo Grafeno. Ele ainda elogiou Tarcísio, que foi seu ministro e seu indicado ao governo paulista na eleição de 2022.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) formou maioria ainda em junho de 2023, para tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível até 2030. Com os incisivos votos da ministra Cármen Lúcia e do ministro Alexandre de Moraes, a Corte formou um placar de 5 votos a 2 para enquadrar o ex-chefe do Executivo por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em razão da reunião em que atacou as urnas eletrônicas diante de diplomatas.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), confirmou na terça-feira, 20, que é pré-candidato à Presidência da República nas eleições de 2026. Leite se reuniu pela primeira vez com a bancada do partido na Câmara dos Deputados desde que se filiou ao PSD em 9 de maio, após deixar o PSDB.

"Sim, eu sou um pré-candidato à Presidência da República. Busco esse caminho. É uma aspiração legítima de quem foi prefeito, governador e quer contribuir para o melhor do Brasil", declarou o governador em coletiva depois da reunião.

Questionado sobre uma eventual disputa interna com o governador do Paraná, Ratinho Júnior, também considerado como pré-candidato pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, Leite desconversou.

"Vamos estar um ao lado do outro, buscando contribuir com esse caminho alternativo. Se ele se apresentar futuramente como um candidato com maior viabilidade e for até o fim na sua aspiração, então 'bora', vamos juntos. Não tenho problema nenhum com isso", disse Leite. A afirmação ressoa com outros momentos em que deu pistas de que entende Ratinho como "a frente" no processo de indicação à Presidência.

Kassab já deu declarações sinalizando apoio à pré-candidatura de Leite à Presidência. Contudo, a situação interna do partido é mais complexa, já que o governador do Paraná, Ratinho Júnior, já indicou que quer a indicação. O presidente do partido já afirmou que ambos podem ser colocados como pré-candidatos, sem manifestar preferência.

No mesmo dia, Ratinho reforçou seu interesse em concorrer, em entrevista à Jovem Pan. O governador paranaense fez elogios ao chefe estadual de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas afirmou que o PSD deveria lançar um candidato.

Nos bastidores, Kassab ainda trabalha a possibilidade de apoiar o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para a disputa da cadeira presidencial. Contudo, a indicação dele depende do aval de Jair Bolsonaro (PL), que segue afirmando que será candidato, apesar de ter sido condenado como inelegível e responder por outros processos no Supremo Tribunal Federal (STF).

A manutenção das duas candidaturas não parece gerar incômodo na cúpula do PSD, que entende que há um longo prazo para definir seu futuro. O partido deve reavaliar a questão no futuro, mas não dá indícios de que já tenha definido os critérios para avaliar qual nome será escolhido. A legenda não planeja realizar prévias ou eleições internas.

Possivelmente, Leite tenta manter seu nome em alta nas conversas de bastidores para valorizar seu capital político. O governador reeleito não descartou disputar vaga na Câmara ou no Senado.

O ex-presidente José Sarney criticou o uso das emendas parlamentares como ferramenta eleitoral, classificou como lamentável a polarização política e disse acreditar que "faltam muitas" lideranças políticas no País atualmente. O político participou do evento "40 anos de Democracia no Brasil", realizado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) nesta quarta-feira, 21.

"Não subsiste de maneira nenhuma que o País possa aceitar uma casa dividida. A população não aceita. Nós queremos união e, ao mesmo tempo, a solução dos nossos problemas de uma maneira consensual, não através do ódio", afirmou em conversa com jornalistas após o evento.

Sarney ainda ressaltou que existe uma politização do Judiciário e uma judicialização da política que se acentuaram ainda mais atualmente. Questionado se uma nova Constituinte poderia resolver os problemas do sistema político atual, Sarney respondeu que o País não tem, neste momento, "condições políticas para se fazer uma Constituinte, nem para mudar a Constituição".

Para ele, o texto atual, especialmente no que diz respeito aos direitos civis e humanos, "é muito bom" e "tem cumprido seu objetivo". "Eu acho que nós não temos mais condições nenhuma de ver qualquer golpe. Acho que golpe nunca mais nesse país", declarou.

Ao comentar a decisão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que aprovou nesta quarta-feira, 21, o fim da reeleição e mandatos de cinco anos para prefeitos, governadores e presidente da República, Sarney recorreu a pensamentos do ex-ministro europeu Alexis de Tocqueville. Segundo ele, o filósofo se opunha à reeleição porque, em sua interpretação, ela faz com que o presidente, ao assumir, já comece a governar pensando na recondução, o que seria muito danoso. "E no segundo mandato, já não tem objetivo nenhum, faz um governo pior do que no primeiro", afirmou.

Na avaliação de Sarney, a prioridade do País deve ser resolver o sistema eleitoral, que, segundo ele, tem enfraquecido o Congresso, contribuído para os ataques ao Legislativo e dificultado a formação de partidos sólidos.

Ele defende o fim do atual sistema proporcional com lista aberta, no qual o eleitor vota em uma pessoa e não diretamente no partido. Na visão do ex-presidente, esse modelo enfraquece as siglas, estimula interesses individuais e compromete o funcionamento institucional do Congresso. Para ele, essa dinâmica alimenta ainda a desconfiança sobre o Legislativo.

A saída, segundo Sarney, seria adotar o voto distrital e fortalecer os partidos. "Temos que criar partidos fortes. Eles são a sustentação da operação eleitoral", destacou.

Questionado sobre a postura de partidos de direita e centro-direita em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Sarney desconversou: "Na minha idade, na minha posição hoje no país, eu não quero me meter em qualquer, como se diz geralmente, bola dividida. Não tenho mais pernas para isso. Quero que encontrem uma solução que seja melhor para o país".

O ex-presidente Michel Temer (MDB) estava confirmado no evento, porém, não compareceu. Temer recentemente declarou que vê disposição de governadores de direita em se unirem e lançar candidatura única em 2026. A fala foi interpretada por bolsonaristas como uma sinalização que o ex-presidente vê Bolsonaro como carta fora do baralho para o ano que vem.