Conheça a inspiração para o Domo Dourado, sistema de defesa anunciado por Donald Trump

Internacional
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O plano do presidente dos EUA, Donald Trump, para um Domo Dourado (Golden Dome) que protegeria os Estados Unidos contra mísseis de longo alcance foi inspirado, ao menos em parte, pelas defesas antimísseis em múltiplas camadas de Israel.

Trump anunciou o conceito de US$ 175 bilhões no Salão Oval na terça-feira, 20, dizendo que o sistema colocaria armas dos EUA no espaço pela primeira vez e estaria "totalmente operacional" até o final de seu mandato, no início de 2029 - embora um funcionário norte-americano familiarizado com o programa tenha dito que pode levar mais tempo.

"Uma vez totalmente construído, o Domo Dourado será capaz de interceptar mísseis mesmo que sejam lançados do outro lado do mundo, ou até mesmo do espaço, e teremos o melhor sistema já construído", disse Trump.

As defesas em várias camadas de Israel, frequentemente chamadas coletivamente de Domo de Ferro (Iron Dome), desempenharam um papel crucial na proteção do país contra foguetes e mísseis lançados pelo Irã e por grupos militantes aliados no conflito desencadeado pelo ataque do grupo terrorista Hamas em 7 de outubro de 2023.

O sofisticado sistema, desenvolvido ao longo de décadas com considerável apoio dos EUA, é capaz de detectar disparos inimigos e só entra em ação se o projétil estiver em rota para atingir uma área populosa ou infraestrutura militar ou civil sensível.

Líderes israelenses dizem que o sistema não garante 100% de proteção, mas atribuem a ele a prevenção de grandes danos e inúmeras mortes.

Veja a seguir um panorama do sistema de defesa aérea em camadas de Israel:

Arrow (Seta ou Flecha)

Desenvolvido com os EUA, é projetado para interceptar mísseis de longo alcance. O Arrow, que opera fora da atmosfera, foi usado para interceptar mísseis lançados por rebeldes houthis apoiados pelo Irã no Iêmen e pelo próprio Irã em dois confrontos diretos no ano passado.

David's Sling (Funda de Davi)

Também desenvolvido com os EUA, é destinado à interceptação de mísseis de médio alcance, como os que o grupo militante Hezbollah, do Líbano, possui. Foi acionado em várias ocasiões durante a guerra contra o Hezbollah, que terminou com um cessar-fogo no ano passado.

Iron Dome (Domo de Ferro)

Desenvolvido por Israel com apoio dos EUA, é especializado em derrubar foguetes de curto alcance. Interceptou milhares de foguetes desde que foi ativado no início da década passada - incluindo salvas lançadas pelo Hamas e pelo Hezbollah. Israel afirma que sua taxa de sucesso é superior a 90%.

Iron Beam (Raio de Ferro)

Israel está desenvolvendo um novo sistema para interceptar ameaças com tecnologia a laser. O país afirma que esse sistema será revolucionário, pois será muito mais barato de operar do que os sistemas atuais.

Segundo a mídia israelense, uma única interceptação pelo Domo de Ferro custa cerca de US$ 50 mil, enquanto os outros sistemas podem custar mais de US$ 2 milhões por míssil. As interceptações com o Raio de Ferro, por outro lado, custariam apenas alguns dólares cada, de acordo com autoridades israelenses - mas o sistema ainda não está operacional.

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O Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 10, traz Portaria da Secretaria-Geral da Presidência da República, que instituiu o Programa "Governo na Rua" e cria o Grupo de Trabalho Técnico com a finalidade de estudar, diagnosticar e propor projetos de atuação para ampliar a política de participação social. "O Programa tem como finalidade primordial promover a ampliação e o aprofundamento da participação social e da democracia, por meio da atuação direta nos territórios", diz o artigo 2º da portaria assinada pelo ministro Guilherme Boulos.

A ideia do programa é promover escuta ativa, diálogo social e divulgação direta das políticas públicas no País, "de modo a fortalecer a presença do governo federal junto à sociedade e ampliar o acesso das pessoas aos serviços e programas públicos". As diretrizes do Programa são: transversalidade das políticas públicas; inclusão e diversidade; equidade territorial; inovação na participação social; e promoção da cidadania.

Já o Grupo de Trabalho Técnico será instituído para a fase de estudo, diagnóstico e desenho do Programa. Caberá ao grupo fazer um diagnóstico de problemas e análise para verificar se os modelos atuais de implementação e participação social são coerentes com as diretrizes do governo.

Terá ainda que analisar os arranjos de implementação das políticas públicas federais nos Estados, municípios e no Distrito Federal; propor princípios, diretrizes e orientações para o funcionamento e a articulação de mecanismos e instâncias democráticas de diálogo e participação social. Caberá ao grupo de trabalho apresentar proposta de norma para a execução e institucionalização do Programa "Governo na Rua" como programa permanente da Secretaria-Geral da Presidência.

A Portaria define ainda o prazo de 60 dias para o Grupo de Trabalho Técnico, prorrogáveis por igual período, para apresentar o relatório final com as propostas de diretrizes e o ato normativo de institucionalização e execução do programa.

Três dos quatro ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram pelo recebimento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Eduardo Tagliaferro, que foi assessor de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com isso, será aberta uma ação penal e ele será transformado em réu.

Ele foi acusado de agir contra a legitimidade do processo eleitoral e atuar para prejudicar as investigações de atos como os de 8 de janeiro de 2023. Tagliaferro está na Itália. O governo brasileiro já iniciou um processo de extradição contra ele.

A votação começou no plenário virtual na sexta-feira, 7, e deve ser oficialmente encerrada na próxima sexta-feira, 14. Votaram até agora Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin. Falta o voto de Cármen Lúcia.

O ex-assessor responderá por quatro crimes: revelar ou facilitar a divulgação de um fato que o servidor público tem conhecimento em razão do seu cargo e que deve permanecer secreto; coação no curso de processo judicial; tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito; e tentar impedir ou dificultar investigação contra organização criminosa.

"A participação do denunciado manifestou-se de forma engendrada com a organização criminosa que atuava com o objetivo de praticar golpe de Estado, reforçando a campanha de deslegitimação das instituições mediante vazamento de informações sigilosas e criação de ambiente de intimidação institucional", escreveu Moraes no voto.

Após instaurada a ação penal, as investigações serão aprofundadas, com a produção de provas e o depoimento do acusado, de testemunhas de defesa e de testemunhas de acusação. Ao fim das apurações, a Primeira Turma vai realizar o julgamento final, que pode ser pela condenação ou absolvição do réu.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disse no sábado, 8, que o Congresso Nacional está "de joelhos em frente ao Supremo Tribunal Federal" e que o Judiciário governa o País. Ela também defendeu o nome do marido, Jair Bolsonaro, como "única opção" para 2026, ignorando o fato de ele estar inelegível.

"A gente tem visto um Congresso de joelhos em frente ao STF, isso é uma tristeza para a gente, porque, hoje, só quem governa é o Judiciário", disse Michelle em um evento do PL Mulher em Londrina (PR). "Os nossos deputados aprovam leis e se não tiver em concordância, eles anulam", concluiu.

No dia anterior, a defesa de Jair Bolsonaro saiu derrotada do julgamento de um recurso à condenação do ex-presidente por tentativa de golpe de Estado. Ele deve começar a cumprir a pena de 27 anos e três meses de prisão ainda neste ano.

Herança política de Bolsonaro ainda indefinida

Michelle está cotada para ser candidata a presidente da República em 2026, mas Bolsonaro ainda não bateu o martelo sobre quem será seu herdeiro político. Dentro da família, Michelle sofre a concorrência do senador Flávio Bolsonaro, um dos filhos do ex-presidente.

Com a disputa interna da direita indefinida, a ex-primeira-dama preferiu dizer que "a única opção para presidente da República da direita chama-se Jair Messias Bolsonaro". Ela disse que, se isso não acontecer, será "o verdadeiro golpe que o Judiciário está dando no povo de bem, no povo brasileiro".

No mesmo evento, Michelle disse que o marido "tem vivido dias muito difíceis". Segundo ela, Bolsonaro sofre de soluços desde que passou pela última cirurgia. "Ele chega a exaustão, ele tem vários problemas de saúde decorrente dessa última cirurgia, por ele não ter tido tempo para se recuperar, paz de espírito para se recuperar, um ambiente favorável", afirmou.

Apesar dos lamentos, Michelle demonstrou no discurso esperança com dias melhores. "Um abismo foi puxando o outro. Ele tem vivido dias muito difíceis, tendo todos os seus direitos violados. Mas essa injustiça vai acabar, eu creio", declarou.