EUA emitem alerta de 'riscos severos' e pedem que americanos não viajem à Venezuela

Internacional
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O Departamento de Estado dos Estados Unidos emitiu nesta terça-feira, 27, um alerta máximo para seus cidadãos sobre os "riscos severos" de viajar à Venezuela. A Venezuela recebeu o nível mais alto de advertência, "Nível 4: Não Viaje", devido a perigos graves que incluem "detenção injusta, tortura durante a detenção, terrorismo, sequestro, práticas policiais injustas, crimes violentos, agitação civil e atendimento médico inadequado".

Segundo comunicado, "os cidadãos americanos na Venezuela enfrentam um risco significativo e crescente de detenção injusta". "As forças de segurança venezuelanas têm detido cidadãos americanos por até cinco anos sem respeito ao devido processo legal, em condições duras, incluindo tortura, frequentemente com base apenas na nacionalidade ou no passaporte americano".

O alerta destaca ainda que não há embaixada ou consulado dos EUA operando na Venezuela. "As autoridades venezuelanas não notificam o governo dos Estados Unidos quando cidadãos americanos são detidos, nem permitem que funcionários americanos os visitem", cita.

O governo dos EUA ressalta que "americanos que viajam para a Venezuela para visitar entes queridos ou familiares de cônjuges enfrentam os mesmos riscos que outros viajantes" e que "familiares de cidadãos americanos muitas vezes são detidos junto com eles". Além disso, "a dupla cidadania, visto venezuelano, viagens passadas à Venezuela ou trabalho no país não protegem os americanos do risco de detenção pelo regime de Maduro".

O Departamento de Estado dos EUA recomenda que qualquer cidadão americano na Venezuela deixe o país imediatamente e que "quem possuir cidadania ou qualquer status de residência americano deve sair da Venezuela sem demora, incluindo aqueles que viajam com passaporte venezuelano ou de outro país".

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O Partido dos Trabalhadores (PT) aprovou ontem uma carta na qual pede que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva suspenda relações diplomáticas e comerciais com o governo de Benjamin Netanyahu, de Israel. Na abertura do 17º Encontro do PT, na noite desta sexta-feira, em Brasília, o senador e atual presidente nacional do PT, Humberto Costa, leu a carta de apoio ao povo palestino e reafirmou a posição histórica do PT em defesa da causa.

"Não é possível virar os olhos às mortes de crianças em Gaza pelos bombardeios de Israel há mais de 20 meses, e agora pela fome e doenças produzidas pelo bloqueio israelense. São crianças, um terço dos 55 mil palestinos mortos em Gaza e na Cisjordânia", descreve a carta. "O governo de Benjamin Netanyahu é acusado de 'crimes de guerra' até por ex-embaixadores e ex-primeiros-ministros israelenses. Os crimes agora incluem assassinar civis desarmados e famintos, que buscam auxílio humanitária e recebem balas e bombas."

O documento destaca que, no último dia 5 de junho, o presidente Lula declarou que, na região, não se trata de uma guerra, mas de "um genocídio premeditado". "Todavia, ainda há no mundo inteiro quem compre, venda e subsidie o complexo industrial-militar de Israel, como se isso fosse normal", afirma o texto, acrescentando que a militância presente no Encontro Nacional do PT "declara sua irrestrita solidariedade ao povo palestino".

"De acordo com os compromissos históricos do PT que todos reivindicamos, endossamos a nota do Conselho Nacional de Direitos Humanos de 6 de junho de 2025, e solicitamos ao presidente Lula para que intervenha em favor da suspensão de relações diplomáticas e comerciais com o governo de Netanyahu", reforça o documento.

Com a presença de cerca de mil delegados e delegadas do Brasil, o 17º Encontro Nacional do PT começou ontem e deve seguir até amanhã, com lideranças petistas presentes para debater os rumos do partido e os desafios do próximo período. Além de Humberto Costa, estiveram presentes na abertura do evento o presidente eleito, Edinho Silva, e os dirigentes Romênio Pereira, Mônica Valente, Valter Pomar e Misiara, além do embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben.

O jornalista e colunista do Estadão José Roberto Guzzo morreu na manhã deste sábado, 2, aos 82 anos. Guzzo foi vítima de um infarto. Segundo a família, ele já sofria de problemas crônicos coronários, pulmonares e dos rins.

Guzzo era colunista do Estadão desde junho de 2021 e fundador da revista Oeste.

"Estou muito triste porque hoje morreu senão o maior e melhor jornalista de todos os tempos, um dos maiores e melhores jornalistas que o Brasil já teve", disse Roberto Guzzo, filho dele.

Carreira

Guzzo iniciou sua carreira como repórter do jornal Última Hora de São Paulo, em 1961. Cinco anos depois, foi trabalhar no Jornal da Tarde, que acabara de ser lançado pelo Grupo Estado, do qual foi correspondente em Paris.

Foi na Editora Abril, porém, que Guzzo trabalhou a maior parte da carreira. Em 1968, fez parte da equipe fundadora da Veja, como editor de Internacional, e depois foi correspondente em Nova York. Cobriu a guerra do Vietnã e acompanhou a visita pioneira do então presidente americano, Richard Nixon, à China, em 1972. Foi o único jornalista brasileiro presente ao encontro de Nixon com o líder chinês Mao Tsé-tung.

Em 1976, aos 32 anos, Guzzo assumiu a direção da Veja, que ocupou até 1991. Neste período, a publicação saiu do vermelho e sua circulação passou de 175 mil exemplares para quase 1 milhão, o que a levou ao quarto lugar no ranking das maiores revistas semanais de informação do mundo, atrás apenas das americanas Time e Newsweek e da alemã Der Spiegel. Por sua habilidade de transformar um texto enfadonho em algo agradável de ler apenas com retoques pontuais, ganhou o apelido de "mão peluda" na redação.

Em 1988, passou a acumular a direção da Veja com o cargo de diretor-geral da Exame, encarregado de reinventar a revista. Deixou a Veja em 1991, encerrando um ciclo na revista. Depois de um ano sabático, voltou à ativa, dedicando-se exclusivamente à Exame, primeiro como diretor editorial e depois como publisher. Nos 11 anos em que esteve à frente da revista, transformou-a na publicação mais rentável, em termos relativos, da Abril.

O percentual de brasileiros a favor da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado foi de 52%, em abril, para 48% no final de julho, segundo pesquisa Datafolha divulgada na sexta-feira, 1º. Já a quantidade de brasileiros que avaliam que Bolsonaro não deveria ser preso foi de 42% para 46% no mesmo período. Com isso, a diferença entre os que são a favor e contra a pena foi de 10 pontos percentuais para 2 p.p.. A diferença, no entanto, é considerada uma oscilação no limite da margem de erro. Tanto em abril como em julho, 6% disseram não saber opinar sobre o tema.

O Datafolha ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais nos dias 29 e 30 de julho. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou menos.

A pesquisa ainda mostra que 51% dos entrevistados acreditam que o ex-presidente não vai ser preso, ante 40% que avaliam que o desfecho será de cadeia.

Bolsonaro já cumpre medidas restritivas, como o uso de tornozeleira eletrônica, determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, depois da ofensiva do presidente americano Donald Trump para livrar o aliado político do processo. O ex-presidente brasileiro ainda será julgado na Corte por participação na suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Veja os dados

Respostas à pergunta: "Considerando o que foi revelado pelas investigações sobre a tentativa de golpe em 2022 e seus desdobramentos até o momento, na sua opinião, Jair Bolsonaro deveria ou não ser preso?"

- "Sim, deveria": 48% (eram 52% em abril)

- "Não deveria": 46% (eram 42%)

- "Não sabe": 6% (mesmo índice em abril)

Respostas à pergunta: "E na sua opinião, Jair Bolsonaro vai ou não ser preso?"

- "Sim, vai ser preso": 40% (eram 41% em abril)

- "Não vai ser preso": 51% (eram 52% em abril)

- "Não sabe": 8% (eram 7%)