Mais de 25 mil pessoas são retiradas de áreas atingidas por incêndios florestais no Canadá

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Mais de 25 mil pessoas foram retiradas de províncias canadenses atingidas por incêndios florestais, que continuavam ativos neste domingo, 1, afetando a qualidade do ar em partes do Canadá e dos Estados Unidos.

A maior parte das pessoas foi retirada da província de Manitoba, região central do Canadá, que declarou estado de emergência na semana passada. As autoridades afirmam que o número de pessoas forçadas a sair de casa pode aumentar.

Os bombeiros enfrentam dificuldades para conter o fogo. Aeronaves lançadoras de água ficaram temporariamente impedidas de operar devido à fumaça densa e à presença de drones.

A fumaça do incêndios piorou a qualidade do ar e reduziu a visibilidade no Canadá e em alguns estados americanos na fronteira.

"Conforme os níveis de fumaça aumentam, os riscos à saúde também aumentam", alertou a Agência de Segurança Pública de Saskatchewan, província onde cerca de 8 mil pessoas foram realocadas.

O premiê de Saskatchewan, Scott Moe, disse que o clima quente e seco permitiu que os incêndios crescessem. Ele afirmou ainda que os recursos para combater o fogo e dar apoio às pessoas atingidas estão no limite.

"Os próximos quatro a sete dias são absolutamente críticos até que vejamos uma mudança no padrão climático e, idealmente, uma chuva forte no norte", disse Moe em entrevista coletiva no sábado.

O incêndio começou há uma semana perto de Creighton, em Saskatchewan, e rapidamente se espalhou para Manitoba.

Por toda província de Manitoba, alojamentos foram abertos para receber as pessoas que precisaram deixar suas casas. Um deles, em Winkler, fica a apenas 20 quilômetros da fronteira com os EUA. Com hotéis lotados, a cidade abriu prédios públicos para receber os desalojados.

"É muito triste ver nossas crianças dormindo no chão. As pessoas estão sentadas, esperando nos corredores, esperando do lado de fora, e agora o que precisamos é de união. As pessoas estão cansadas", disse Kyra Wilson da Assembleia dos Chefes de Manitoba, que representa os povos nativos.

A temporada de incêndios florestais no Canadá vai de maio a setembro. A pior temporada da história foi em 2023, quando a fumaça perigosa tomou grande parte da América do Norte durante meses.

Fumaça atinge os EUA

O Serviço Florestal do Departamento de Agricultura dos EUA enviou um avião-tanque para Alberta e anunciou que enviará 150 bombeiros e equipamentos para o Canadá.

Nos EUA, a qualidade do ar atingiu níveis "prejudiciais à saúde" neste domingo em Dakota do Norte e em pequenas regiões de Montana, Minnesota e Dakota do Sul, segundo o site AirNow da Agência de Proteção Ambiental dos EUA.

"Devemos esperar pelo menos mais algumas ondas de fumaça vinda do Canadá ao longo da próxima semana", disse Bryan Jackson, meteorologista do Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA.

Em outro ponto, um incêndio no estado americano de Idaho queimou pelo menos 40 hectares até domingo, levando ao fechamento de estradas, segundo o Departamento de Terras de Idaho.

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O novo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, afirmou na tarde deste sábado, 8, em São Paulo, que governadores bolsonaristas "preferem fazer demagogia com sangue, ao tratar todo mundo da comunidade como se fosse bandido". Boulos disse que essa é a visão dos governadores do Rio, Cláudio Castro (PL), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de outros chefes de Executivo estadual apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ele lançou no Morro da Lua, região de Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, o Projeto Governo na Rua, que tem a finalidade de ouvir a população e levar as manifestações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Boulos declarou também que a questão do combate ao crime é antiga, mas que Luiz Inácio Lula da Silva é quem tomou a iniciativa de tentar resolver com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública e o projeto de lei antifacção. Conforme o ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência, com essas propostas aprovadas, o governo federal terá mais atribuições e responsabilidades para o enfrentamento ao crime.

"A gente acredita que o combate ao crime tem que fazer da maneira correta, como a Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal, para pegar o peixe grande, não o bagrinho. O peixe grande está na Avenida Faria Lima, não na favela", acredita.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou neste sábado, 8, a pauta da Casa para a próxima semana, com a inclusão do projeto de lei antifacção - texto encaminhado pelo governo ao Congresso na esteira da megaoperação que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro. A proposta é relatada pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de segurança de São Paulo.

Motta marcou a primeira sessão deliberativa da Casa da semana para terça-feira, 11, às 13h55. A sessão será semipresencial, conforme decidido pelo presidente da Câmara em atenção a pedido de líderes partidários. Isso significa que os deputados poderão votar a distância nas sessões dessa semana, sem precisarem estar em Brasília.

A pauta também contém outros projetos relacionados à Segurança Pública, como o que aumenta a destinação da arrecadação com jogos de apostas de quota fixa (bets) para o financiamento da segurança pública. O relator de tal projeto é o deputado Capitão Augusto (PL-SP).

Outro projeto na lista de serem debatidos pelos parlamentares é o que condiciona a progressão de regime, a saída temporária e a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva à coleta de material biológico para obtenção do perfil genético do preso. O relator é o deputado Arthur Maia (União-BA).

Ainda consta na pauta a discussão de um projeto que altera o Código Tributário Nacional para tratar de normas gerais para solução de controvérsias, consensualidade e processo administrativo em matéria tributária e aduaneira. A tramitação em regime de urgência da proposta foi aprovada no último dia 21. O relator é o deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).

O sócio-fundador da SPX Capital, Rogério Xavier, alertou neste sábado, 8, para a situação fiscal explosiva do Brasil. Com o juro real perto de 11% e o atual nível de endividamento, o País corre risco de quebrar se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) for reeleito e não mudar suas políticas. Por outro lado, pode virar a página caso eleja um candidato de centro-direita, escapando do duelo Lula versus Jair Bolsonaro e colocando um ponto final no ciclo pós-ditadura.

"O País quer uma coisa diferente dessa oferta que foi nos dada nos últimos anos, que aponte para o futuro. Chega de Bolsonaro, chega de Lula, está bom", disse Xavier, durante painel na conferência MBA Brasil 2025, em Boston, nos Estados Unidos.

Segundo ele, Lula e Bolsonaro representam um período "do nós contra eles" que o Brasil vive desde o fim da ditadura. "Temos uma alternativa de acabar com esse ciclo já no ano que vem", disse, sem mencionar um candidato específico. Na sua visão, qualquer candidato da direita hoje pode ser a 'cara' do centro-direita nas eleições de 2026, mas que ainda não é hora de se colocar. "Vai apanhar", afirmou.

Xavier prevê uma eleição "super acirrada", em que não será possível saber o vencedor das urnas nem 24 horas antes do pleito. E, nesse ambiente, a situação fiscal d Brasil pode se deteriorar ainda mais, com o governo petista gastando mais para vencer a disputa. Na sua visão, "o Brasil está em risco".

"A gente está criando um endividamento muito alto e que é explosivo. 11% de juro real para um país que já tem uma dívida desse tamanho, a gente quebra", alertou. "A gente está se aproximando muito perto do encontro com a dívida", acrescentou. Uma eventual piora da situação fiscal do Brasil pode levar credor da dívida brasileira a questionar a vontade do País de honrá-la. "Dívida é capacidade vontade. A capacidade está ficando em dúvida e já tem um pouco de dúvida se (o governo) tem muita vontade de pagar mesmo".

Ao falar a estudantes brasileiros de MBA no exterior, ele analisou o histórico dos partidos políticos no Brasil para reforçar a cobrança da sociedade por uma proposta nova. Na sua visão, o PT "morreu", assim como o PSDB perdeu relevância nacional. No entanto, o Partido dos Trabalhadores tem o Lula, que é "muita coisa", mas demonstra um "egoísmo brutal" ao continuar sendo presidente e não dar oportunidade para outros.

"A reeleição é um câncer no Brasil. O incentivo do político é se reeleger. Virou uma profissão", criticou o gestor. "O político deveria servir as pessoas, servir o povo. Não se servir", emendou.

Segundo ele, é importante que o ciclo pós-ditadura termine para que o Brasil aponte para o futuro. Mesmo que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tenha surpreendido para cima nos últimos anos, sob a ótica de crescimento, quando comparado a outros emergentes, o Brasil "ficou para trás", na sua visão. "O Brasil nunca teve horizonte, nunca teve previsibilidade", concluiu.

*A repórter viajou a convite da MBA Brasil