Ucrânia enviará delegação a Istambul para nova negociação de paz com a Rússia, diz Zelenski

Internacional
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A Ucrânia enviará uma delegação a Istambul para uma nova rodada de negociações diretas de paz com a Rússia na segunda-feira, 2, disse o presidente ucraniano Volodmir Zelenski. Em uma declaração no Telegram, Zelenski disse neste domingo, 1º, que o ministro da Defesa, Rustem Umerov, liderará a delegação ucraniana.

"Estamos fazendo tudo para proteger nossa independência, nosso Estado e nosso povo", disse.

As autoridades ucranianas já haviam solicitado ao Kremlin que fornecesse um memorando prometido definindo sua posição sobre o fim da guerra de mais de três anos antes da reunião. Moscou havia dito que compartilharia seu memorando durante as negociações.

Ataque russo

Mais cedo neste domingo, o Exército da Ucrânia disse que pelo menos 12 membros do serviço ucraniano foram mortos e mais de 60 ficaram feridos em um ataque de mísseis russos em uma unidade de treinamento do Exército. Uma comissão investigativa foi criada para descobrir as circunstâncias do ataque que levaram a essa perda de pessoal, disse o comunicado.

A unidade de treinamento está localizada na parte de trás da linha de frente ativa de 1.000 quilômetros, onde os drones russos de reconhecimento e ataque podem atacar. As forças ucranianas sofrem com a escassez de mão de obra e tomam precauções extras para evitar reuniões em massa, já que os céus da linha de frente estão saturados de drones russos em busca de alvos.

"Se for estabelecido que as ações ou a inação dos oficiais levaram à morte ou ao ferimento de militares, os responsáveis serão rigorosamente responsabilizados", disse a declaração das Forças Terrestres da Ucrânia.

Enquanto isso, ataques de drones ucranianos foram relatados em território russo neste domingo, inclusive na região siberiana de Irkutsk, a mais de 4.500 quilômetros a leste de Moscou.

É a primeira vez que um drone ucraniano é visto na região, disse o governador local Igor Kobzeva, enfatizando que ele não representa uma ameaça para os civis. Outros ataques de drones também foram registrados na região russa de Ryazan e na região ártica de Murmansk. Não houve registro de vítimas.

Pressão do norte

O Ministério da Defesa da Rússia disse neste domingo que assumiu o controle da aldeia de Oleksiivka, na região de Sumy, no norte da Ucrânia. As autoridades ucranianas em Sumy ordenaram evacuações obrigatórias em mais 11 assentamentos no sábado, à medida que as forças russas obtinham avanços na área.

Em discurso no sábado, o principal chefe do exército ucraniano, Oleksandr Syrskyi, disse que as forças russas estavam concentrando seus principais esforços ofensivos em Pokrovsk, Toretsk e Lyman, na região de Donetsk, bem como na área de fronteira de Sumy.

Em outra categoria

O novo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, afirmou na tarde deste sábado, 8, em São Paulo, que governadores bolsonaristas "preferem fazer demagogia com sangue, ao tratar todo mundo da comunidade como se fosse bandido". Boulos disse que essa é a visão dos governadores do Rio, Cláudio Castro (PL), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de outros chefes de Executivo estadual apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ele lançou no Morro da Lua, região de Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, o Projeto Governo na Rua, que tem a finalidade de ouvir a população e levar as manifestações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Boulos declarou também que a questão do combate ao crime é antiga, mas que Luiz Inácio Lula da Silva é quem tomou a iniciativa de tentar resolver com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública e o projeto de lei antifacção. Conforme o ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência, com essas propostas aprovadas, o governo federal terá mais atribuições e responsabilidades para o enfrentamento ao crime.

"A gente acredita que o combate ao crime tem que fazer da maneira correta, como a Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal, para pegar o peixe grande, não o bagrinho. O peixe grande está na Avenida Faria Lima, não na favela", acredita.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou neste sábado, 8, a pauta da Casa para a próxima semana, com a inclusão do projeto de lei antifacção - texto encaminhado pelo governo ao Congresso na esteira da megaoperação que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro. A proposta é relatada pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de segurança de São Paulo.

Motta marcou a primeira sessão deliberativa da Casa da semana para terça-feira, 11, às 13h55. A sessão será semipresencial, conforme decidido pelo presidente da Câmara em atenção a pedido de líderes partidários. Isso significa que os deputados poderão votar a distância nas sessões dessa semana, sem precisarem estar em Brasília.

A pauta também contém outros projetos relacionados à Segurança Pública, como o que aumenta a destinação da arrecadação com jogos de apostas de quota fixa (bets) para o financiamento da segurança pública. O relator de tal projeto é o deputado Capitão Augusto (PL-SP).

Outro projeto na lista de serem debatidos pelos parlamentares é o que condiciona a progressão de regime, a saída temporária e a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva à coleta de material biológico para obtenção do perfil genético do preso. O relator é o deputado Arthur Maia (União-BA).

Ainda consta na pauta a discussão de um projeto que altera o Código Tributário Nacional para tratar de normas gerais para solução de controvérsias, consensualidade e processo administrativo em matéria tributária e aduaneira. A tramitação em regime de urgência da proposta foi aprovada no último dia 21. O relator é o deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).

O sócio-fundador da SPX Capital, Rogério Xavier, alertou neste sábado, 8, para a situação fiscal explosiva do Brasil. Com o juro real perto de 11% e o atual nível de endividamento, o País corre risco de quebrar se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) for reeleito e não mudar suas políticas. Por outro lado, pode virar a página caso eleja um candidato de centro-direita, escapando do duelo Lula versus Jair Bolsonaro e colocando um ponto final no ciclo pós-ditadura.

"O País quer uma coisa diferente dessa oferta que foi nos dada nos últimos anos, que aponte para o futuro. Chega de Bolsonaro, chega de Lula, está bom", disse Xavier, durante painel na conferência MBA Brasil 2025, em Boston, nos Estados Unidos.

Segundo ele, Lula e Bolsonaro representam um período "do nós contra eles" que o Brasil vive desde o fim da ditadura. "Temos uma alternativa de acabar com esse ciclo já no ano que vem", disse, sem mencionar um candidato específico. Na sua visão, qualquer candidato da direita hoje pode ser a 'cara' do centro-direita nas eleições de 2026, mas que ainda não é hora de se colocar. "Vai apanhar", afirmou.

Xavier prevê uma eleição "super acirrada", em que não será possível saber o vencedor das urnas nem 24 horas antes do pleito. E, nesse ambiente, a situação fiscal d Brasil pode se deteriorar ainda mais, com o governo petista gastando mais para vencer a disputa. Na sua visão, "o Brasil está em risco".

"A gente está criando um endividamento muito alto e que é explosivo. 11% de juro real para um país que já tem uma dívida desse tamanho, a gente quebra", alertou. "A gente está se aproximando muito perto do encontro com a dívida", acrescentou. Uma eventual piora da situação fiscal do Brasil pode levar credor da dívida brasileira a questionar a vontade do País de honrá-la. "Dívida é capacidade vontade. A capacidade está ficando em dúvida e já tem um pouco de dúvida se (o governo) tem muita vontade de pagar mesmo".

Ao falar a estudantes brasileiros de MBA no exterior, ele analisou o histórico dos partidos políticos no Brasil para reforçar a cobrança da sociedade por uma proposta nova. Na sua visão, o PT "morreu", assim como o PSDB perdeu relevância nacional. No entanto, o Partido dos Trabalhadores tem o Lula, que é "muita coisa", mas demonstra um "egoísmo brutal" ao continuar sendo presidente e não dar oportunidade para outros.

"A reeleição é um câncer no Brasil. O incentivo do político é se reeleger. Virou uma profissão", criticou o gestor. "O político deveria servir as pessoas, servir o povo. Não se servir", emendou.

Segundo ele, é importante que o ciclo pós-ditadura termine para que o Brasil aponte para o futuro. Mesmo que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tenha surpreendido para cima nos últimos anos, sob a ótica de crescimento, quando comparado a outros emergentes, o Brasil "ficou para trás", na sua visão. "O Brasil nunca teve horizonte, nunca teve previsibilidade", concluiu.

*A repórter viajou a convite da MBA Brasil