Reino Unido investe 14,2 bilhões de libras em usina nuclear e promete 'era dourada' para setor

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O governo britânico anunciou nesta segunda-feira, 9, um pacote bilionário para impulsionar a energia nuclear no país, com destaque para a construção da usina Sizewell C. O projeto, que receberá 14,2 bilhões de libras em investimentos públicos, deve gerar 10 mil empregos e fornecer energia limpa para até 6 milhões de residências.

A Sizewell C, que deve entrar em operação na década de 2030, já possui 330 milhões de libras em contratos firmados com empresas da região. Segundo o governo, 70% dos fornecedores serão britânicos, um total de 3,5 mil empresas, gerando empregos em setores como construção civil e hotelaria.

O plano inclui ainda 2,5 bilhões de libras para pesquisas em fusão nuclear, tecnologia considerada revolucionária para produção de energia limpa, e 6 bilhões de libras para modernizar a base industrial de submarinos nucleares, item prioritário para a defesa nacional.

Segundo comunicado do governo, o Reino Unido que não inaugura uma usina nuclear desde 1995. Com a Sizewell C, o país quer reduzir custos no setor e atrair investimentos privados. Paralelamente, o governo ainda liberou 420 milhões de libras para a siderúrgica Sheffield Forgemasters, garantindo 700 empregos e criando 900 novas vagas.

A medida, apresentada pela ministra das Finanças do Reino Unido, Rachel Reeves, marca o maior programa nuclear do Reino Unido em três décadas e visa reduzir a dependência de combustíveis fósseis e baratear contas de luz. O secretário de Energia, Ed Miliband, pontuou que o país precisa "de uma era dourada da energia nuclear para garantir segurança energética e combater a crise climática".

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Enquanto Jair Bolsonaro estava no Supremo Tribunal Federal (STF) se preparando para seu interrogatório na ação penal sobre tentativa de golpe de Estado, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro compareceu a um evento contra o aborto na Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 10. O encontro teve canções evangélicas e bonecos que simulavam fetos.

O 2.º Grande Encontro em Defesa da Vida, que ocorreu na manhã desta terça-feira, 10, teve a presença do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e da senadora Damares Alves (Republicanos-DF).

No site da Câmara, o evento foi descrito como "um esforço conjunto reafirmar os princípios fundamentais da dignidade humana e da proteção à vida".

Durante a reunião, líderes religiosos e parlamentares discursaram contra o aborto. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) exibiu uma representação de um feto, como comumente faz no Congresso Nacional.

Após o evento, a ex-primeira-dama seguiu para a Marcha pela Vida na companhia da deputada Chris Tonietto (PL-RJ), que organizou a reunião. Na ocasião, a congressista pediu um minuto de silêncio "em nome de todos os bebês abortados, na nossa Terra de Santa Cruz".

A ex-primeira-dama é apontada como uma opção da direita à Presidência e ao Senado. Bolsonaro segue inelegível até 2030, e Michelle pode ser uma alternativa, principalmente pela aproximação com os evangélicos e com as mulheres.

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após o ex-chefe do Executivo federal dirigir uma piada ao ministro Alexandre de Moraes durante interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 10.

"Posso fazer uma brincadeira?", começou o ex-presidente. "Eu gostaria de convidá-lo para ser meu vice em 2026", completou. Para a pergunta, Moraes respondeu "eu declino", enquanto os presentes riram. Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Lindbergh Farias, em seu perfil no X (antigo Twitter), considerou a declaração uma tentativa de desmoralizar o ministro. "Jair Bolsonaro, inelegível por decisão do TSE, agora diz que convidaria Alexandre de Moraes para ser seu vice em 2026. A fala não é piada - é provocação", escreveu.

De acordo com o deputado, a "piada" rebaixa Moraes "à condição de adversário político, quando ele é ministro do STF e relator do julgamento que o colocará atrás das grades". "É a velha tática: atacar a Justiça, desacreditar seus julgadores e posar de perseguido", disse.

Farias ainda ressaltou as ameaças que os ministros enfrentavam nos planos golpistas. "Jair Bolsonaro disse que 'não houve plano para matar ninguém', apenas debate sobre 'hipóteses constitucionais'. Mas a minuta previa estado de sítio sem fundamento real, prisão de ministros e novas eleições", ele detalha.

Jair Bolsonaro interage com Moraes na qualidade de réu pela primeira vez

O interrogatório é a primeira ocasião em que Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes interagem nas posições de réu e juiz, respectivamente. O ex-presidente afirmou ser "bastante desagradável estar perante a Vossa Excelência nessa circunstância".

Durante o depoimento, Bolsonaro pediu desculpas aos ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso pelas acusações e ataques que fez durante o seu mandato, além criticar os "malucos" que defendiam em seu governo o Ato Institucional n.º 5.

A defesa do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, voltou a pedir nesta terça-feira, 10, a revogação de sua prisão preventiva.

O documento foi enviado nesta noite ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), logo após o interrogatório do general, o último dos oito réus do "núcleo crucial" da trama golpista a prestar depoimento.

O advogado José Luís de Oliveira Lima, que coordena a defesa de Braga Netto, argumenta que, com o fim da instrução do processo, não há mais justificativa para mantê-lo preso.

"A custódia cautelar do general Braga Netto se mostra ainda mais injustificada no atual momento processual, em que já foram ouvidas todas as testemunhas e realizados todos os interrogatórios, simplesmente não subsiste nenhum suposto risco cogitável à instrução processual", diz o pedido.

A defesa pede a revogação da preventiva, "ainda que com a imposição de medidas cautelares alternativas".

Braga Netto foi preso preventivamente em dezembro de 2024 por suspeita de tentar obstruir a investigação sobre o plano golpista. Segundo a Polícia Federal, ele tentou conseguir informações sigilosas sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid para repassar a outros investigados e também alinhou versões com aliados. A defesa nega.

Contato liberado

Com a conclusão dos interrogatórios dos réus do "núcleo crucial" da trama golpista, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou a decisão que os impedia de manter contato.

Com isso, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados podem conversar novamente.

A decisão foi anunciada na noite desta terça-feira, 10, após o depoimento do general Walter Braga Netto, o último dos oito réus interrogado no STF. Foram dois dias de audiências.

O processo da trama golpista entra agora na fase final. A partir desta terça, as defesas já podem pedir a produção de provas complementares. Na sequência, será aberto o prazo para a Procuradoria-Geral da República (PGR) e os advogados apresentarem as alegações finais, última etapa antes do julgamento.