Boeing 787 cai em área residencial na Índia e mata mais de 260

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Um Boeing 787 Dreamliner da Air India se espatifou nesta quinta-feira, 12, em uma área residencial da cidade indiana de Ahmedabad, poucos minutos após decolar em direção a Londres. O acidente matou mais de 260 pessoas - 241 a bordo e pelos menos 28 em solo. Um britânico sobreviveu milagrosamente.

Vishakha Dabral, chefe da polícia local, confirmou a retirada de 269 corpos do local do acidente. O ministro do Interior da Índia, Amit Shah, disse que o calor intenso causado pela queima do combustível de aviação significava que havia sobrado pouca coisa do impacto. "Havia 125 mil litros de combustível dentro do avião", disse. Segundo ele, a contagem final de mortos só deve ser concluída após exames de DNA. Alguns meios, citando autoridades indianas, estimam que 290 pessoas podem ter morrido.

Resgate

Segundo a Air India, a lista de passageiros incluía 169 indianos, 53 britânicos, 7 portugueses e 1 canadense, além dos 12 tripulantes. Entre os mortos está o ex-ministro-chefe do Estado de Gujarat Vijay Ramniklal Rupani.

O avião caiu em uma faculdade de medicina a 1,6 quilômetro do aeroporto de Ahmedabad. O local servia de alojamento para médicos e instalações hospitalares. Pelo menos cinco estudantes que comiam no refeitório morreram. Minakshi Parikh, diretora da instituição, afirmou que 80 alunos estavam almoçando no local. "A maioria escapou, mas 10 ou 12 ficaram presos no incêndio", disse.

O nariz e um dos trens de pouso foram parar no refeitório. Testemunhas relataram que várias pessoas pularam do segundo e do terceiro andares do prédio da faculdade para escapar do calor das chamas.

Risco

Equipes de resgate passaram o dia revirando escombros em busca de sobreviventes e corpos. À medida que a noite caía, a fumaça não parava de subir do local do acidente. Máquinas pesadas trabalhavam para retirar os pedaços carbonizados da aeronave, operando com cuidado para evitar o colapso dos edifícios afetados pela queda do Boeing da Air India.

Investigadores tentam desvendar as causas do acidente. Ontem, autoridades indianas disseram que a aeronave provavelmente continuou se movendo lateralmente após a queda, antes de explodir. Seções do avião, incluindo a cauda, ficaram expostas na parte de fora do refeitório da faculdade de medicina.

Um vídeo gravado do telhado de um edifício a cerca de 800 metros do aeroporto de Ahmedabad mostra o Boeing perdendo altitude lentamente após a decolagem. Ele voa sobre um conjunto de prédios antes de desaparecer nas árvores. Nos segundos finais, há uma grande explosão no horizonte.

Com base em imagens do Boeing, especialistas preveem uma investigação complicada, agravada pelos riscos de estruturas instáveis e vazamentos de gás nos prédios atingidos pela aeronave. "Será um processo longo", afirmou Shawn Pruchnicki, ex-investigador e especialista em aviação da Universidade Estadual de Ohio. Segundo ele, a conclusão dos trabalhos pode levar um mês.

Precaução

Embora a prioridade ainda fosse encontrar sobreviventes nos escombros, a remoção dos destroços precisava ser feita com cuidado, porque a maioria dos edifícios corria o risco de desabar. As equipes médicas de emergência, segundo Pruchnicki, precisarão equilibrar velocidade e cuidado ao tentar retirar as partes do avião entrelaçadas com o concreto dos prédios, incluindo a cauda do Boeing 787, que ficou presa em um dos edifícios atingidos.

O Tata Group, proprietário da Air India e um dos maiores conglomerados do país, afirmou que vai pagar o equivalente a R$ 650 mil às famílias de cada vítima do acidente. "Também cobriremos as despesas médicas dos feridos e garantiremos que recebam todo o cuidado necessário."

Equipes do Escritório de Investigação de Acidentes Aéreos da Índia (AAIB) foram enviadas imediatamente para o local da queda para iniciar a análise dos destroços e das caixas-pretas. A Boeing deve participar das investigações, conforme os protocolos internacionais, por se tratar de uma aeronave fabricada nos EUA.

Choque

Em Londres, onde os passageiros deveriam desembarcar, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou que as imagens do acidente eram "devastadoras". O rei Charles III disse que ele e a rainha Camilla estavam "profundamente chocados".

O presidente dos EUA, Donald Trump, ofereceu apoio à Índia para investigar as causas do acidente. "Tudo o que pudermos fazer, faremos imediatamente", afirmou o presidente americano. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Polícia Federal divulgou nota nesta segunda-feira, 10, manifestando preocupação a proposta de alteração no projeto antifacção apresentada pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP). Em nota divulgada no site da corporação, a PF diz que o texto retira atribuições do órgão de investigação criminal.

"A proposta original, encaminhada pelo Governo do Brasil, tem como objetivo endurecer o combate ao crime e fortalecer as instituições responsáveis pelo enfrentamento às organizações criminosas. Entretanto, o texto em discussão no Parlamento ameaça esse propósito ao introduzir modificações estruturais que comprometem o interesse público", diz a nota.

Segundo a PF, o relatório do deputado Derrite, cujo nome não é citado na nota, "o papel institucional histórico da Polícia Federal no combate ao crime - especialmente contra criminosos poderosos e organizações de grande alcance - poderá sofrer restrições significativas".

A proposta do deputado, aponta a PF, obrigaria a instituição só poderia entrar em investigações a pedido de governos estaduais, "o que constitui um risco real de enfraquecimento no combate ao crime organizado".

"Essa alteração, somada à supressão de competências da Polícia Federal, compromete o alcance e os resultados das investigações, representando um verdadeiro retrocesso no enfrentamento aos crimes praticados por organizações criminosas, como corrupção, tráfico de drogas, desvios de recursos públicos, tráfico de pessoas, entre outros", diz a nota.

A PF diz que, pelas regras propostas pelo deputado, as operações recentes contra o crime organizado não teriam ocorrido se as regras do texto de Derrite já estivessem valendo.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes solicitou à Receita Federal a regularização do Cadastro de Pessoa Física (CPF) do ex-deputado federal Daniel Silveira, que pretende obter a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).

Atualmente, Silveira cumpre pena em regime semiaberto, já podendo progredir para aberto, pois já cumpriu metade dos oito anos de condenação impostos pela Suprema Corte em 2022. Ele foi condenado por ameaças ao Estado Democrático de Direito e tentativa de interferência em processo judicial.

A liberação do CPF ocorreu após a defesa de Silveira alegar a necessidade de regularização do documento para obter a carteira de trabalho e poder, eventualmente, trabalhar.

Em despacho, Moraes destacou que "considerando que a alegação da defesa é contraditória com a informação obtida junto à Receita Federal, que aponta a situação de regularidade do CPF do apenado, esclareça-se o pedido formulado", dando prazo de cinco dias para resposta.

Além disso, a defesa solicitou a liberação do CPF para inscrição no portal Gov.br e a abertura de conta salário em banco.

Mesmo no regime semiaberto, Silveira segue sujeito a restrições como proibição de uso de redes sociais, monitoramento por tornozeleira eletrônica, passaporte cancelado, comparecimento semanal à Justiça e permanência obrigatória no Estado do Rio de Janeiro.

O ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República no governo de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, apontado como integrante do "núcleo 2" da trama golpista, lançou uma campanha virtual de arrecadação de recursos para custear advogados nos Estados Unidos. A iniciativa foi anunciada no último domingo, 9, em publicação no X (antigo Twitter), feita pelo advogado Jeffrey Chiquini.

Segundo Chiquini, a vaquinha foi criada por um grupo de apoiadores e amigos de Filipe Martins para arrecadar recursos destinados a custear os honorários de advogados criminalistas nos Estados Unidos. Segundo ele, a iniciativa também pretende ajudar nas despesas decorrentes das restrições que o ex-assessor enfrenta "há quase três anos".

Chiquini disse ainda que todo o valor arrecadado será destinado exclusivamente ao ex-assessor de Jair Bolsonaro e defendeu o engajamento dos apoiadores. Ele afirmou que o objetivo é "levar todos os responsáveis pela fraude no sistema migratório americano à Justiça dos EUA" e pediu que as pessoas "acessem o site, ajudem a divulgar e apoiem com o que puderem".

Preso preventivamente desde fevereiro de 2024, Filipe Martins passou seis meses detido no Paraná antes de ser autorizado a cumprir prisão domiciliar, decisão tomada diante do risco de fuga ao exterior. A ordem de prisão foi fundamentada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no fato de o nome do ex-assessor constar na lista de passageiros da comitiva do então presidente Jair Bolsonaro, que deixou o Brasil rumo a Orlando em 30 de dezembro de 2022.

Desde então, a defesa de Martins argumenta que, embora seu nome apareça na relação oficial do voo, ele não embarcou e permaneceu no País durante aquele período.

A vaquinha foi anunciada após as recentes decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF. O magistrado havia determinado o afastamento da defesa de Martins por perda de prazo processual, mas recuou da decisão dias depois. O episódio gerou reação de perfis da extrema-direita nas redes sociais, que acusaram o STF de "cerceamento de defesa".

Apesar das manifestações, a Procuradoria-Geral da República (PGR) reuniu documentos e depoimentos que, segundo a denúncia, implicam diretamente Martins na tentativa de golpe de Estado.

Uma das principais provas citadas é a reunião de 7 de dezembro de 2022, na qual o então presidente Jair Bolsonaro teria apresentado aos comandantes das Forças Armadas uma minuta de decreto com medidas de exceção, considerada pela Polícia Federal como base jurídica para a execução do golpe.

Martins é réu no STF e será julgado em dezembro, nos dias 9, 10, 16 e 17, junto com outros integrantes do chamado "núcleo 2" da trama golpista, grupo composto por ex-assessores e aliados diretos de Bolsonaro que teriam sido responsáveis por ações de articulação e apoio logístico ao plano.