Polícia de Minnesota encontra carro usado por suspeito de atirar em legisladores

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A polícia recuperou uma lista com nomes de vários legisladores e outros oficiais no falso carro de polícia que um suspeito usou nos ataques a tiros contra dois legisladores em Minnesota.

O chefe de polícia de Brooklyn Park, Mark Bruley, disse que os escritos recuperados identificaram muitos legisladores e outros oficiais. Os escritos foram descobertos quando os oficiais vasculharam um carro falso de polícia que acreditam ter sido usado pelo suspeito.

A democrata Melissa Hortman, ex-presidente da Câmara de Minnesota, e seu marido foram baleados e mortos no início do sábado em sua casa em Brooklyn Park.

Um segundo legislador estadual, o senador democrata John Hoffman e sua esposa, foram baleados várias vezes em Champlin, cidade a 14 quilômetros de Brooklyn Park, um trajeto que demora 15 minutos de carro para ser feito. Oficiais dizem que tanto Hortman quanto Hoffman estavam na lista encontrada no carro do suspeito.

"Quando fizemos uma busca no veículo, havia um manifesto que identificava muitos legisladores e outros oficiais. Nós imediatamente fizemos alertas para o Estado. Tomamos ação em alertá-los e fornecer segurança onde necessário", disse Bruley. As autoridades estavam ativamente à procura de um suspeito nas horas seguintes aos tiroteios.

O governador Tim Walz disse que Hortman e Hoffman foram deliberadamente visados. "Todos nós, em Minnesota e pelo país, devemos nos posicionar contra todas as formas de violência política", disse Walz em uma coletiva de imprensa no sábado. "Aqueles responsáveis por isso serão responsabilizados."

Quem foram os alvos do ataque

Na época de sua morte, Melissa Hortman era a democrata de mais alto escalão na legislatura estadual. Ela também já presidiu a Câmara local. Foi eleita pela primeira vez em 2004. A ex-deputada e seu marido tinham dois filhos.

John Hoffman, também democrata, foi eleito pela primeira vez em 2012 e representa um distrito ao norte de Minneapolis. Ele e sua esposa têm uma filha.

Entenda as investigações

Drew Evans, superintendente do Bureau de Aplicação Criminal, disse que as autoridades estavam ativamente à procura do suspeito. Autópsias serão feitas para determinar a extensão das lesões, mas Hortman e seu cônjuge morreram de ferimentos de bala, disse Evans.

O Comissário de Segurança Pública, Bob Jacobson, disse que o suspeito estava se passando por policial. "O suspeito explorou a confiança que nossos uniformes representam. Essa traição é profundamente perturbadora para aqueles de nós que usam a insígnia com honra e responsabilidade", disse ele.

O chefe de polícia, Mark Bruley, disse que o suspeito fugiu pelos fundos da casa de Hortman após uma troca de tiros com a polícia. "O suspeito estava vestido como um oficial uniformizado e operando um veículo que "parecia exatamente com um carro SUV de esquadrão. Estava equipado com luzes, luzes de emergência e parecia exatamente como um veículo policial", disse o comissário.

Políticos se manifestam

O presidente Donald Trump afirmou em um comunicado da Casa Branca que o FBI se juntaria à investigação. "Nossa procuradora-geral, Pam Bondi, e o FBI estão investigando a situação, e eles vão processar qualquer pessoa envolvida com todo o rigor da lei. Tal violência horrenda não será tolerada nos Estados Unidos da América. Deus abençoe as grandes pessoas de Minnesota, um lugar verdadeiramente maravilhoso!"

A Presidente da Câmara de Minnesota, Lisa Demuth, uma republicana de Cold Spring, chamou o ataque de "maligno" e disse estar "desolada além das palavras" pelos assassinatos de Hortman e seu marido, Mark. "Com a resposta das forças de segurança em andamento e os detalhes ainda emergindo, peço simplesmente a todos os habitantes de Minnesota que, por favor, elevem em oração as vítimas deste ataque horrível, bem como o pessoal das forças de segurança que ainda está trabalhando para apreender o autor," disse Demuth em comunicado.

Os tiroteios aconteceram em um momento em que líderes políticos em todo o país foram atacados, assediados e intimidados durante um período de profundas divisões políticas.

A organização Giffords, que luta pela prevenção da violência e é liderada pela ex-deputada Gabrielle Giffords, divulgou um comunicado. "Minha família e eu conhecemos muito bem o horror de um tiroteio direcionado", afirmou a entidade. "Um ataque contra legisladores é um ataque à própria democracia americana. Os líderes devem falar e condenar o extremismo violento que fomenta e que ameaça tudo o que este país representa."

Giffords foi baleada na cabeça em 2011 por um atirador que matou seis pessoas e feriu outras 12. Ela renunciou ao Congresso em janeiro de 2012 para focar em sua recuperação.

Em outra categoria

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes solicitou à Receita Federal a regularização do Cadastro de Pessoa Física (CPF) do ex-deputado federal Daniel Silveira, que pretende obter a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).

Atualmente, Silveira cumpre pena em regime semiaberto, já podendo progredir para aberto, pois já cumpriu metade dos oito anos de condenação impostos pela Suprema Corte em 2022. Ele foi condenado por ameaças ao Estado Democrático de Direito e tentativa de interferência em processo judicial.

A liberação do CPF ocorreu após a defesa de Silveira alegar a necessidade de regularização do documento para obter a carteira de trabalho e poder, eventualmente, trabalhar.

Em despacho, Moraes destacou que "considerando que a alegação da defesa é contraditória com a informação obtida junto à Receita Federal, que aponta a situação de regularidade do CPF do apenado, esclareça-se o pedido formulado", dando prazo de cinco dias para resposta.

Além disso, a defesa solicitou a liberação do CPF para inscrição no portal Gov.br e a abertura de conta salário em banco.

Mesmo no regime semiaberto, Silveira segue sujeito a restrições como proibição de uso de redes sociais, monitoramento por tornozeleira eletrônica, passaporte cancelado, comparecimento semanal à Justiça e permanência obrigatória no Estado do Rio de Janeiro.

O ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República no governo de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, apontado como integrante do "núcleo 2" da trama golpista, lançou uma campanha virtual de arrecadação de recursos para custear advogados nos Estados Unidos. A iniciativa foi anunciada no último domingo, 9, em publicação no X (antigo Twitter), feita pelo advogado Jeffrey Chiquini.

Segundo Chiquini, a vaquinha foi criada por um grupo de apoiadores e amigos de Filipe Martins para arrecadar recursos destinados a custear os honorários de advogados criminalistas nos Estados Unidos. Segundo ele, a iniciativa também pretende ajudar nas despesas decorrentes das restrições que o ex-assessor enfrenta "há quase três anos".

Chiquini disse ainda que todo o valor arrecadado será destinado exclusivamente ao ex-assessor de Jair Bolsonaro e defendeu o engajamento dos apoiadores. Ele afirmou que o objetivo é "levar todos os responsáveis pela fraude no sistema migratório americano à Justiça dos EUA" e pediu que as pessoas "acessem o site, ajudem a divulgar e apoiem com o que puderem".

Preso preventivamente desde fevereiro de 2024, Filipe Martins passou seis meses detido no Paraná antes de ser autorizado a cumprir prisão domiciliar, decisão tomada diante do risco de fuga ao exterior. A ordem de prisão foi fundamentada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no fato de o nome do ex-assessor constar na lista de passageiros da comitiva do então presidente Jair Bolsonaro, que deixou o Brasil rumo a Orlando em 30 de dezembro de 2022.

Desde então, a defesa de Martins argumenta que, embora seu nome apareça na relação oficial do voo, ele não embarcou e permaneceu no País durante aquele período.

A vaquinha foi anunciada após as recentes decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF. O magistrado havia determinado o afastamento da defesa de Martins por perda de prazo processual, mas recuou da decisão dias depois. O episódio gerou reação de perfis da extrema-direita nas redes sociais, que acusaram o STF de "cerceamento de defesa".

Apesar das manifestações, a Procuradoria-Geral da República (PGR) reuniu documentos e depoimentos que, segundo a denúncia, implicam diretamente Martins na tentativa de golpe de Estado.

Uma das principais provas citadas é a reunião de 7 de dezembro de 2022, na qual o então presidente Jair Bolsonaro teria apresentado aos comandantes das Forças Armadas uma minuta de decreto com medidas de exceção, considerada pela Polícia Federal como base jurídica para a execução do golpe.

Martins é réu no STF e será julgado em dezembro, nos dias 9, 10, 16 e 17, junto com outros integrantes do chamado "núcleo 2" da trama golpista, grupo composto por ex-assessores e aliados diretos de Bolsonaro que teriam sido responsáveis por ações de articulação e apoio logístico ao plano.

A defesa de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), protocolou no último domingo, 9, um pedido de suspeição contra o magistrado no julgamento que apura o vazamento de mensagens sigilosas de gabinetes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do TSE.

A peça protocolada solicita a suspensão imediata de todos os atos praticados por Alexandre de Moraes no processo, especialmente os pedidos de prisão e extradição do ex-assessor, que se encontra na Itália. Também é solicitada a redistribuição de todos os processos que envolvam os dois.

Os advogados alegam que Moraes tem "interesse pessoal" no processo e que pratica "perseguição pessoal" contra Tagliaferro, que apresentam no documento como "perseguido político e torturado pelo Estado brasileiro". Também afirmam que o magistrado é "vítima, juiz, investigador, acusador e inquisidor".

Ainda segundo a defesa, ao negar que o julgamento do recebimento da denúncia contra Tagliaferro fosse realizado de forma presencial, Moraes comprometeu o direito de defesa e as prerrogativas dos advogados.

"A decisão do suspeitíssimo relator, que parece 'ter medo' de enfrentar os argumentos da Defesa, e se esconde atrás de uma tela de computador, merece ser cassada, diante da notória afronta aos dispositivos constitucionais supracitados", escrevem.

O julgamento do recebimento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Eduardo Tagliaferro começou no dia 7 e segue até esta sexta-feira, 14. Três dos quatro ministros da Primeira Turma já votaram a favor do recebimento, o que formou maioria para torná-lo réu.

A denúncia atribui a ele quatro crimes: violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação sobre organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

O caso envolve o vazamento de mensagens de juízes auxiliares de Moraes no STF e no TSE e a acusação de tentativa de obstrução de investigações sobre a trama golpista.

Os diálogos foram divulgados à imprensa no que ficou conhecido como "Vaza Toga", e a Polícia Federal concluiu nas investigações que Tagliaferro foi responsável pelos vazamentos. Durante as eleições de 2022, ele chefiava a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE.

As mensagens vazadas revelaram que a AEED foi acionada para munir inquéritos de Moraes no STF. Tagliaferro também afirma que Moraes adulterava documentos para justificar operações da Polícia Federal.

A PGR sustenta que o ex-assessor atuou em sintonia com grupos investigados nos inquéritos das fake news, da tentativa de golpe e das chamadas milícias digitais.

Suas ações tiveram, segundo a PGR, objetivo de "atender a interesses ilícitos de organização criminosa responsável por disseminar noticias fictícias contra a higidez do sistema eletrônico de votação e a atuação do STF e TSE, bem como pela tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito".