Netanyahu diz que não descarta matar o líder supremo do Irã, Ali Khamenei

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O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou durante uma entrevista com a rede americana ABC News que não descarta a possibilidade de matar o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei. No fim de semana, vários veículos de imprensa reportaram que Israel planejava matar Khamenei na sexta-feira, 13, mas Donald Trump teria vetado o plano.

O premiê foi questionado durante a entrevista sobre esses relatos. Netanyahu então respondeu que "isso (a morte de Khamenei) não vai intensificar o conflito, vai acabar com o conflito."

O jornalista então perguntou se Israel realmente atacaria o líder supremo. Netanyahu disse que Israel estava "fazendo o que precisamos fazer". "Não vou entrar em detalhes, mas temos como alvo os principais cientistas nucleares deles. É basicamente a equipe nuclear de Hitler", acrescentou.

O premiê concedeu nesta segunda-feira, 16, a primeira entrevista coletiva desde o início do conflito. Questionado novamente se Israel buscava uma mudança de regime no Irã como parte de sua ofensiva em andamento, Netanyahu não respondeu diretamente. Mas afirmou que sempre havia a possibilidade de o governo iraniano entrar em colapso como resultado do ataque israelense.

"É impossível prever, mas pode ser o resultado de nossa ação poderosa", disse. Mais tarde, acrescentou: "Estamos mudando a face do Oriente Médio, e isso pode levar a mudanças de longo alcance dentro do próprio Irã."

Israel iniciou seus ataques contra o Irã na última quinta-feira, mirando principalmente as centrais nucleares iranianas. Mas agora, o país parece ter expandido seus alvos, ao mirar centrais de energia, fábricas e aviação. Com isso, Israel pretende enfraquecer o Estado iraniano, prejudicar ainda mais a economia já abalada do país e, possivelmente, provocar uma mudança de regime, de acordo com analistas e ex-funcionários.

Israel também atingiu e incendiou a sede da televisão estatal iraniano enquanto âncoras transmitiam ao vivo.

No último domingo, agências de notícias e jornais noticiaram que o presidente americano rejeitou um plano apresentado por Israel aos EUA para matar o líder supremo do Irã. "Os iranianos já mataram algum americano? Não. Até que o façam, não vamos nem falar em ir atrás de sua liderança política", disse uma um alto funcionário do governo americano citando Trump.

Os israelenses informaram ao governo Trump nos últimos dias que haviam desenvolvido um plano confiável para matar Khamenei. Após ser informada sobre o plano, a Casa Branca deixou claro às autoridades israelenses que Trump era contra a iniciativa dos israelenses.

O governo Trump está desesperado para impedir que a operação militar de Israel, que visa decapitar o programa nuclear do Irã, exploda em um conflito ainda mais amplo e viu o plano de matar Khamenei como uma ação que inflamaria o conflito e potencialmente desestabilizaria a região.

O porta-voz de Netanyahu, Omer Dostri, mais tarde chamou os relatos sobre o plano israelense de matar Khamenei de "falsos".

Israel e Irã entraram no quarto dia de conflito, com ataques contínuos de ambos os lados. No Irã, pelo menos 224 pessoas já foram mortas, disse o porta-voz do Ministério da Saúde, Hossein Kermanpour. O gabinete do primeiro-ministro israelense relatou 24 mortes no total.

Nesta segunda, Israel alertou aos moradores de parte de Teerã para saírem antes de novos ataques à capital. O alerta foi feito pouco antes do ataque à televisão iraniano. Enquanto isso, o Irã disparou uma nova onda de ataques com mísseis contra Israel, matando pelo menos oito pessoas. Teerã alertou para que Israel se prepare para "o pior ataque de sua história". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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A Polícia Federal divulgou nota nesta segunda-feira, 10, manifestando preocupação a proposta de alteração no projeto antifacção apresentada pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP). Em nota divulgada no site da corporação, a PF diz que o texto retira atribuições do órgão de investigação criminal.

"A proposta original, encaminhada pelo Governo do Brasil, tem como objetivo endurecer o combate ao crime e fortalecer as instituições responsáveis pelo enfrentamento às organizações criminosas. Entretanto, o texto em discussão no Parlamento ameaça esse propósito ao introduzir modificações estruturais que comprometem o interesse público", diz a nota.

Segundo a PF, o relatório do deputado Derrite, cujo nome não é citado na nota, "o papel institucional histórico da Polícia Federal no combate ao crime - especialmente contra criminosos poderosos e organizações de grande alcance - poderá sofrer restrições significativas".

A proposta do deputado, aponta a PF, obrigaria a instituição só poderia entrar em investigações a pedido de governos estaduais, "o que constitui um risco real de enfraquecimento no combate ao crime organizado".

"Essa alteração, somada à supressão de competências da Polícia Federal, compromete o alcance e os resultados das investigações, representando um verdadeiro retrocesso no enfrentamento aos crimes praticados por organizações criminosas, como corrupção, tráfico de drogas, desvios de recursos públicos, tráfico de pessoas, entre outros", diz a nota.

A PF diz que, pelas regras propostas pelo deputado, as operações recentes contra o crime organizado não teriam ocorrido se as regras do texto de Derrite já estivessem valendo.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes solicitou à Receita Federal a regularização do Cadastro de Pessoa Física (CPF) do ex-deputado federal Daniel Silveira, que pretende obter a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).

Atualmente, Silveira cumpre pena em regime semiaberto, já podendo progredir para aberto, pois já cumpriu metade dos oito anos de condenação impostos pela Suprema Corte em 2022. Ele foi condenado por ameaças ao Estado Democrático de Direito e tentativa de interferência em processo judicial.

A liberação do CPF ocorreu após a defesa de Silveira alegar a necessidade de regularização do documento para obter a carteira de trabalho e poder, eventualmente, trabalhar.

Em despacho, Moraes destacou que "considerando que a alegação da defesa é contraditória com a informação obtida junto à Receita Federal, que aponta a situação de regularidade do CPF do apenado, esclareça-se o pedido formulado", dando prazo de cinco dias para resposta.

Além disso, a defesa solicitou a liberação do CPF para inscrição no portal Gov.br e a abertura de conta salário em banco.

Mesmo no regime semiaberto, Silveira segue sujeito a restrições como proibição de uso de redes sociais, monitoramento por tornozeleira eletrônica, passaporte cancelado, comparecimento semanal à Justiça e permanência obrigatória no Estado do Rio de Janeiro.

O ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República no governo de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, apontado como integrante do "núcleo 2" da trama golpista, lançou uma campanha virtual de arrecadação de recursos para custear advogados nos Estados Unidos. A iniciativa foi anunciada no último domingo, 9, em publicação no X (antigo Twitter), feita pelo advogado Jeffrey Chiquini.

Segundo Chiquini, a vaquinha foi criada por um grupo de apoiadores e amigos de Filipe Martins para arrecadar recursos destinados a custear os honorários de advogados criminalistas nos Estados Unidos. Segundo ele, a iniciativa também pretende ajudar nas despesas decorrentes das restrições que o ex-assessor enfrenta "há quase três anos".

Chiquini disse ainda que todo o valor arrecadado será destinado exclusivamente ao ex-assessor de Jair Bolsonaro e defendeu o engajamento dos apoiadores. Ele afirmou que o objetivo é "levar todos os responsáveis pela fraude no sistema migratório americano à Justiça dos EUA" e pediu que as pessoas "acessem o site, ajudem a divulgar e apoiem com o que puderem".

Preso preventivamente desde fevereiro de 2024, Filipe Martins passou seis meses detido no Paraná antes de ser autorizado a cumprir prisão domiciliar, decisão tomada diante do risco de fuga ao exterior. A ordem de prisão foi fundamentada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no fato de o nome do ex-assessor constar na lista de passageiros da comitiva do então presidente Jair Bolsonaro, que deixou o Brasil rumo a Orlando em 30 de dezembro de 2022.

Desde então, a defesa de Martins argumenta que, embora seu nome apareça na relação oficial do voo, ele não embarcou e permaneceu no País durante aquele período.

A vaquinha foi anunciada após as recentes decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF. O magistrado havia determinado o afastamento da defesa de Martins por perda de prazo processual, mas recuou da decisão dias depois. O episódio gerou reação de perfis da extrema-direita nas redes sociais, que acusaram o STF de "cerceamento de defesa".

Apesar das manifestações, a Procuradoria-Geral da República (PGR) reuniu documentos e depoimentos que, segundo a denúncia, implicam diretamente Martins na tentativa de golpe de Estado.

Uma das principais provas citadas é a reunião de 7 de dezembro de 2022, na qual o então presidente Jair Bolsonaro teria apresentado aos comandantes das Forças Armadas uma minuta de decreto com medidas de exceção, considerada pela Polícia Federal como base jurídica para a execução do golpe.

Martins é réu no STF e será julgado em dezembro, nos dias 9, 10, 16 e 17, junto com outros integrantes do chamado "núcleo 2" da trama golpista, grupo composto por ex-assessores e aliados diretos de Bolsonaro que teriam sido responsáveis por ações de articulação e apoio logístico ao plano.