EUA definem plano para entrada na guerra e Irã prevê contra-ataque

Internacional
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Iranianos e americanos dão sinais de estarem prontos para uma guerra aberta. Segundo revelou nesta quarta-feira, 18, o Wall Street Journal, Donald Trump aprovou os planos de ataque, mas adiou a ordem para dar uma última chance à diplomacia. De acordo com o New York Times, o Irã preparou mísseis e aparato militar para atacar bases dos EUA no Oriente Médio.

O alvo principal dos EUA, segundo o Wall Street Journal, citando assessores do presidente americano, seria a instalação de enriquecimento de urânio em Fordow. Israel não atacou o local, enterrado sob uma montanha, porque não tem bombas capazes de penetrar no terreno. Por isso, precisa do apoio dos americanos e de suas bombas antibunker.

Ontem, enquanto israelenses e iranianos seguiam a rotina de bombardeios, o conflito foi marcado pelas ameaças do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, e pela indecisão de Trump, que não sabe se entra ou não na guerra. "O envolvimento dos EUA terá consequências irreparáveis", disse o aiatolá.

Já Trump parecia confuso durante evento na Casa Branca. Ele afirmou que não havia tomado nenhuma decisão final sobre atacar ou não as instalações nucleares do Irã. "Tenho ideias sobre o que fazer", disse. "Gosto de tomar a decisão final um segundo antes."

Um pouco mais cedo, Trump demonstrou a mesma indecisão em conversa com jornalistas nos jardins da Casa Branca. "Talvez eu faça isso (ataque o Irã). Talvez não faça. Quer dizer, ninguém sabe o que vou fazer."

Alto risco

Os comentários enigmáticos estão sendo escrutinados atentamente em todo o mundo em busca de pistas sobre a guerra. A perspectiva de envolvimento direto dos EUA aumenta os temores de uma conflagração mais ampla no Oriente Médio e vem provocando divisões entre os aliados republicanos do presidente.

Os EUA têm cerca de 40 mil homens espalhados em bases no Oriente Médio, muitas extremamente vulneráveis a ataques do Irã. As primeiras a serem atacadas, segundo o New York Times, citando dois funcionários iranianos, seriam as bases americanas no Iraque.

Autoridades dos EUA admitem que o Irã não precisa de muita preparação para atacar as bases americanas na região. As forças armadas iranianas têm mísseis que alcançariam facilmente alvos dos EUA em Bahrein, Catar e Emirados.

Por isso, os americanos vêm aumentando rapidamente sua presença no Oriente Médio. Mais de 30 aeronaves de reabastecimento foram enviadas para a Europa - e poderiam ser usadas para auxiliar os caças que protegem as bases. Um terceiro destróier chegou ontem no leste do Mar Mediterrâneo e um terceiro porta-aviões está navegando em direção ao Mar Arábico.

Reforço

Embora o Pentágono tenha garantido que o reforço é defensivo, ele torna muito mais rápido um ataque americano, caso Trump decida se juntar aos israelenses. A movimentação, porém, também pode ser uma tática para pressionar o Irã a capitular ou fazer concessões.

Os dois lados continuaram o fogo cruzado ontem pelo sexto dia seguido. O ministro israelense da Defesa, Israel Katz, disse que a força aérea destruiu a sede da polícia de Teerã. O regime iraniano disparou ontem uma quantidade menor de mísseis, todos interceptados. O número de mortos no Irã passou de 450, de acordo com grupos que monitoram o conflito. Em Israel, 24 pessoas morreram em ataques iranianos.

A agência iraniana Tasnim acusou ontem Israel de um novo ataque hacker, que teria afetado suas transmissões por satélite. Nos últimos dias, o Irã impôs restrições ao acesso à internet após acusar Israel de "sequestrar" a rede para fins militares". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O novo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, afirmou na tarde deste sábado, 8, em São Paulo, que governadores bolsonaristas "preferem fazer demagogia com sangue, ao tratar todo mundo da comunidade como se fosse bandido". Boulos disse que essa é a visão dos governadores do Rio, Cláudio Castro (PL), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de outros chefes de Executivo estadual apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ele lançou no Morro da Lua, região de Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, o Projeto Governo na Rua, que tem a finalidade de ouvir a população e levar as manifestações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Boulos declarou também que a questão do combate ao crime é antiga, mas que Luiz Inácio Lula da Silva é quem tomou a iniciativa de tentar resolver com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública e o projeto de lei antifacção. Conforme o ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência, com essas propostas aprovadas, o governo federal terá mais atribuições e responsabilidades para o enfrentamento ao crime.

"A gente acredita que o combate ao crime tem que fazer da maneira correta, como a Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal, para pegar o peixe grande, não o bagrinho. O peixe grande está na Avenida Faria Lima, não na favela", acredita.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou neste sábado, 8, a pauta da Casa para a próxima semana, com a inclusão do projeto de lei antifacção - texto encaminhado pelo governo ao Congresso na esteira da megaoperação que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro. A proposta é relatada pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de segurança de São Paulo.

Motta marcou a primeira sessão deliberativa da Casa da semana para terça-feira, 11, às 13h55. A sessão será semipresencial, conforme decidido pelo presidente da Câmara em atenção a pedido de líderes partidários. Isso significa que os deputados poderão votar a distância nas sessões dessa semana, sem precisarem estar em Brasília.

A pauta também contém outros projetos relacionados à Segurança Pública, como o que aumenta a destinação da arrecadação com jogos de apostas de quota fixa (bets) para o financiamento da segurança pública. O relator de tal projeto é o deputado Capitão Augusto (PL-SP).

Outro projeto na lista de serem debatidos pelos parlamentares é o que condiciona a progressão de regime, a saída temporária e a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva à coleta de material biológico para obtenção do perfil genético do preso. O relator é o deputado Arthur Maia (União-BA).

Ainda consta na pauta a discussão de um projeto que altera o Código Tributário Nacional para tratar de normas gerais para solução de controvérsias, consensualidade e processo administrativo em matéria tributária e aduaneira. A tramitação em regime de urgência da proposta foi aprovada no último dia 21. O relator é o deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).

O sócio-fundador da SPX Capital, Rogério Xavier, alertou neste sábado, 8, para a situação fiscal explosiva do Brasil. Com o juro real perto de 11% e o atual nível de endividamento, o País corre risco de quebrar se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) for reeleito e não mudar suas políticas. Por outro lado, pode virar a página caso eleja um candidato de centro-direita, escapando do duelo Lula versus Jair Bolsonaro e colocando um ponto final no ciclo pós-ditadura.

"O País quer uma coisa diferente dessa oferta que foi nos dada nos últimos anos, que aponte para o futuro. Chega de Bolsonaro, chega de Lula, está bom", disse Xavier, durante painel na conferência MBA Brasil 2025, em Boston, nos Estados Unidos.

Segundo ele, Lula e Bolsonaro representam um período "do nós contra eles" que o Brasil vive desde o fim da ditadura. "Temos uma alternativa de acabar com esse ciclo já no ano que vem", disse, sem mencionar um candidato específico. Na sua visão, qualquer candidato da direita hoje pode ser a 'cara' do centro-direita nas eleições de 2026, mas que ainda não é hora de se colocar. "Vai apanhar", afirmou.

Xavier prevê uma eleição "super acirrada", em que não será possível saber o vencedor das urnas nem 24 horas antes do pleito. E, nesse ambiente, a situação fiscal d Brasil pode se deteriorar ainda mais, com o governo petista gastando mais para vencer a disputa. Na sua visão, "o Brasil está em risco".

"A gente está criando um endividamento muito alto e que é explosivo. 11% de juro real para um país que já tem uma dívida desse tamanho, a gente quebra", alertou. "A gente está se aproximando muito perto do encontro com a dívida", acrescentou. Uma eventual piora da situação fiscal do Brasil pode levar credor da dívida brasileira a questionar a vontade do País de honrá-la. "Dívida é capacidade vontade. A capacidade está ficando em dúvida e já tem um pouco de dúvida se (o governo) tem muita vontade de pagar mesmo".

Ao falar a estudantes brasileiros de MBA no exterior, ele analisou o histórico dos partidos políticos no Brasil para reforçar a cobrança da sociedade por uma proposta nova. Na sua visão, o PT "morreu", assim como o PSDB perdeu relevância nacional. No entanto, o Partido dos Trabalhadores tem o Lula, que é "muita coisa", mas demonstra um "egoísmo brutal" ao continuar sendo presidente e não dar oportunidade para outros.

"A reeleição é um câncer no Brasil. O incentivo do político é se reeleger. Virou uma profissão", criticou o gestor. "O político deveria servir as pessoas, servir o povo. Não se servir", emendou.

Segundo ele, é importante que o ciclo pós-ditadura termine para que o Brasil aponte para o futuro. Mesmo que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tenha surpreendido para cima nos últimos anos, sob a ótica de crescimento, quando comparado a outros emergentes, o Brasil "ficou para trás", na sua visão. "O Brasil nunca teve horizonte, nunca teve previsibilidade", concluiu.

*A repórter viajou a convite da MBA Brasil