Ataques dos EUA ao Irã aumentam cancelamentos de voos e problemas nas viagens internacionais

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A entrada dos Estados Unidos na guerra de Israel contra o Irã fez com que as interrupções de viagens se acumulassem em todo o mundo. Após os bombardeios sem precedentes ordenados pelo presidente Donald Trump em três instalações nucleares e militares iranianas no fim de semana, o Irã lançou na segunda-feira, 23, um ataque com mísseis contra as forças dos EUA na Base Aérea de Al Udeid, no Catar. O Catar havia fechado seu espaço aéreo poucas horas antes, depois que os EUA e o Reino Unido também pediram a seus cidadãos na região que se abrigassem.

A região tem estado no limite após os ataques dos EUA no fim de semana - e desde que Israel iniciou a guerra com um bombardeio surpresa contra o Irã, que respondeu com seus próprios ataques com mísseis e drones, em 13 de junho.

Com a escalada dos ataques mortais entre Israel e o Irã, seções do espaço aéreo e aeroportos em toda a região foram temporariamente fechados. E as companhias aéreas cancelaram mais voos nos últimos dias, com algumas interrompendo rotas selecionadas até o meio da semana - especialmente no Catar e nos Emirados Árabes Unidos, do outro lado do Golfo Pérsico, em relação ao Irã.

Oriente Médio é o mais afetado

As companhias aéreas do Oriente Médio foram severamente afetadas com cancelamentos e atrasos. A Qatar Airways informou que seus voos foram suspensos devido ao fechamento do tráfego aéreo no Catar.

"A companhia aérea está trabalhando em estreita colaboração com as partes interessadas do governo e as autoridades relevantes para dar suporte aos passageiros afetados e retomará as operações quando o espaço aéreo for reaberto", disse, ao mesmo tempo em que alertou para a probabilidade de atrasos mesmo após a retomada das operações.

Uma equipe de terra adicional foi enviada ao Aeroporto Internacional de Hamad, em Doha, e a outros aeroportos importantes para ajudar os passageiros afetados, informou.

A Emirates suspendeu todos os voos para o Irã e o Iraque, incluindo os que atendem Bagdá e Basra, até a próxima segunda-feira, 30. Um número não especificado de aeronaves da Emirates foi redirecionado, mas a empresa continua algumas operações conforme programado, usando rotas bem distantes das áreas de conflito. Alguns voos podem sofrer atrasos.

A Etihad Airways, que está entre as principais companhias aéreas dos Emirados Árabes Unidos, suspendeu todos os voos entre Abu Dabi e Tel Aviv até 15 de julho, e também anunciou vários cancelamentos de voos regionais para segunda e terça-feira, 24, incluindo aqueles que conectam Abu Dabi de e para o Kuwait, Doha, Damã (Arábia Saudita) e Mascate (Omã).

A Gulf Air, a companhia aérea do Bahrein, estendeu o cancelamento de voos programados para a Jordânia até sexta-feira, 27.

"Como a segurança de seus passageiros e tripulantes continua sendo prioridade máxima, a Gulf Air continuará a monitorar de perto os acontecimentos na região e trabalhará com seus parceiros para ajudar a acomodar e redirecionar os passageiros afetados por esses cancelamentos de voos", afirmou.

Outras companhias aéreas cancelam e atrasam voos

A Singapore Airlines, por exemplo, cancelou alguns voos de e para Dubai a partir de domingo, 22, e até quarta-feira, 25, citando "uma avaliação de segurança da situação geopolítica no Oriente Médio".

A British Airways também suspendeu os voos de e para Doha até quarta-feira. "A segurança é sempre nossa maior prioridade", disse a British em um comunicado, acrescentando que "manterá a situação sob análise".

A Air India anunciou na segunda-feira que estava interrompendo "todas as operações para a região, bem como de e para a costa leste da América do Norte e Europa" imediatamente até novo aviso. A companhia aérea, que ainda está se recuperando de um acidente aéreo que matou pelo menos 270 pessoas no início deste mês, acrescentou que os voos da América do Norte com destino à Índia estavam sendo desviados ou redirecionados para longe dos espaços aéreos fechados.

A Air India teve o maior número de cancelamentos entre as companhias aéreas, totalizando 25 no mesmo horário.

Os dados de rastreamento aéreo da FlightAware mostraram 243 cancelamentos em todo o mundo até esta terça-feira. O Aeroporto Internacional de Dubai liderou a lista com 26 cancelamentos dentro e fora do aeroporto até às 3h no horário de Brasília.

A Philippine Airlines cancelou vários voos para o Oriente Médio, incluindo voos para Doha, Dubai e Riad nesta terça-feira e um para Doha na quarta-feira. A Japan Airlines informou que um voo do aeroporto de Haneda, em Tóquio, para Doha, teve que retornar nesta segunda-feira e, posteriormente, todos os voos programados foram cancelados até sexta-feira, 27.

Um voo da Qatar Airways de Hong Kong para Doha foi cancelado nesta terça-feira. A principal companhia aérea de Hong Kong, Cathay Pacific, disse que nenhum de seus voos costuma entrar no espaço aéreo de Israel, Irã, Iraque, Síria, Jordânia ou Líbano, porque a empresa opta por outras rotas, então operações de e para o Oriente Médio não foram afetadas. Desde o ano passado, a Cathay Pacific não opera voos de e para Tel Aviv. Fonte: Associated Press*.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo, 9, que "a ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e Caribe", em um sinal indireto às ameaças promovidas pelo governo dos Estados Unidos contra a Venezuela. Ele afirmou que "democracias não combatem o crime violando o direito internacional".

O governo de Donald Trump tem usado como pretexto para intensificar sua presença militar no Caribe o combate ao narcotráfico. Nos últimos meses, destruiu barcos que trafegavam pela região alegando que se tratava de embarcações de traficantes. Os tripulantes foram mortos.

O discurso de Lula foi feito na Cúpula Celac-União Europeia em Santa Marta, na Colômbia. O presidente brasileiro disse que a América Latina é uma "região de paz" e pretende continuar assim.

"A ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e Caribe. Velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais. Somos região de paz e queremos permanecer em paz. Democracias não combatem o crime violando o direito internacional", declarou.

Segundo Lula, a "democracia também sucumbe quando o crime corrompe as instituições, esvaziam espaços públicos e destroem famílias e desestruturam negócios". O presidente brasileiro disse que garantir "segurança é dever do Estado e direito humano fundamental" e que "não existe solução mágica para acabar com a criminalidade". O presidente defendeu "reprimir o crime organizado e suas lideranças, estrangulando seu financiamento e rastreando e eliminando o tráfico de armas".

Lula citou a última reunião da cúpula Celac-União Europeia, há dois anos, em Bruxelas. Disse que, naquela época, "vivíamos um momento de relançamento dessa histórica parceria", mas, "deste então, experimentamos situações de retrocessos".

O petista criticou a falta de integração entre os países latinoamericanos. Afirmou que "voltamos a ser uma reunião dividida" e com ameaças envolvendo o "extremismo político".

"A América Latina e o Caribe vivem uma profunda crise em seu projeto de integração. Voltamos a ser uma região dividida, mais voltada para fora do que para si própria. A intolerância cria força e vem impedindo que diferentes pontos de vista possam se sentar na mesma mesa. Voltamos a viver com a ameaça do extremismo político, da manipulação da informação e do crime organizado. Projetos pessoais de apego ao poder muitas vezes solapam a democracia", afirmou.

Em seu discurso, Lula também citou a realização da COP30, em Belém, e mencionou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). Disse que o fundo "é solução inovadora para que nossas florestas valham mais em pé do que derrubadas" e que a "transição energética é inevitável".

O petista também lamentou o tornado que atingiu a cidade de Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, e manifestou suas condolências às vítimas da tragédia climática dos últimos dias.

O novo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, afirmou na tarde deste sábado, 8, em São Paulo, que governadores bolsonaristas "preferem fazer demagogia com sangue, ao tratar todo mundo da comunidade como se fosse bandido". Boulos disse que essa é a visão dos governadores do Rio, Cláudio Castro (PL), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de outros chefes de Executivo estadual apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ele lançou no Morro da Lua, região de Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, o Projeto Governo na Rua, que tem a finalidade de ouvir a população e levar as manifestações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Boulos declarou também que a questão do combate ao crime é antiga, mas que Luiz Inácio Lula da Silva é quem tomou a iniciativa de tentar resolver com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública e o projeto de lei antifacção. Conforme o ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência, com essas propostas aprovadas, o governo federal terá mais atribuições e responsabilidades para o enfrentamento ao crime.

"A gente acredita que o combate ao crime tem que fazer da maneira correta, como a Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal, para pegar o peixe grande, não o bagrinho. O peixe grande está na Avenida Faria Lima, não na favela", acredita.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou neste sábado, 8, a pauta da Casa para a próxima semana, com a inclusão do projeto de lei antifacção - texto encaminhado pelo governo ao Congresso na esteira da megaoperação que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro. A proposta é relatada pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de segurança de São Paulo.

Motta marcou a primeira sessão deliberativa da Casa da semana para terça-feira, 11, às 13h55. A sessão será semipresencial, conforme decidido pelo presidente da Câmara em atenção a pedido de líderes partidários. Isso significa que os deputados poderão votar a distância nas sessões dessa semana, sem precisarem estar em Brasília.

A pauta também contém outros projetos relacionados à Segurança Pública, como o que aumenta a destinação da arrecadação com jogos de apostas de quota fixa (bets) para o financiamento da segurança pública. O relator de tal projeto é o deputado Capitão Augusto (PL-SP).

Outro projeto na lista de serem debatidos pelos parlamentares é o que condiciona a progressão de regime, a saída temporária e a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva à coleta de material biológico para obtenção do perfil genético do preso. O relator é o deputado Arthur Maia (União-BA).

Ainda consta na pauta a discussão de um projeto que altera o Código Tributário Nacional para tratar de normas gerais para solução de controvérsias, consensualidade e processo administrativo em matéria tributária e aduaneira. A tramitação em regime de urgência da proposta foi aprovada no último dia 21. O relator é o deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).