Indonésia: equipes de resgate encontram dezenas de sobreviventes após naufrágio de balsa

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Equipes de resgate procuravam nesta quinta-feira, 3, 29 pessoas desaparecidas após um ferry afundar e cinco pessoas morrerem na noite anterior perto da ilha turística de Bali, na Indonésia. Até a tarde de quinta-feira (horário local), 31 pessoas haviam sido resgatadas entre os 53 passageiros e 12 tripulantes do ferry, informou a Agência Nacional de Busca e Resgate em um comunicado.

"Este navio está totalmente submersa, então há uma possibilidade de que haja pessoas dentro do ferry. Mas agora estamos nos concentrando na superfície da água primeiro", disse o chefe de Busca e Resgate de Surabaya, Nanang Sigit. Os cinco corpos localizados pelos socorristas serão levados para suas famílias em Banyuwangi, afirmou Sigit.

O acidente

O KMP Tunu Pratama Jaya afundou cerca de meia hora após partir do porto de Ketapang na cidade de Banyuwangi, na noite de quarta-feira, para uma viagem de aproximadamente 5 quilômetros (3,1 milhas) até o porto de Gilimanuk, em Bali, disseram autoridades.

Um helicóptero e 15 barcos procuraram por sobreviventes com a ajuda de pescadores e pessoas em terra. O clima foi um fator significativo no esforço de busca: ondas fortes de até 2 metros de altura e a escuridão prejudicaram os socorristas durante a noite. Embora as condições tenham melhorado na manhã de quinta-feira, a Agência de Meteorologia, Climatologia e Geofísica da Indonésia indicou que as ondas chegaram a 2,5 metros com correntes fortes e ventos na tarde de quinta-feira.

"Para a busca de hoje, estamos nos concentrando em procurar na água, pois as vítimas iniciais foram encontradas na água entre o local do acidente em direção ao porto de Gilimanuk", disse Sigit em comunicado na manhã de quinta-feira.

Investigação

Um oficial do porto testemunhou o naufrágio antes que os socorristas pudessem ser alertados.

Muitos dos sobreviventes estavam inconscientes após ficarem à deriva em águas agitadas por horas, disse o chefe de polícia de Banyuwangi, Rama Samtama Putra.

Autoridades indonésias investigam a causa do acidente. Sobreviventes relataram aos socorristas que parecia haver um vazamento na sala de máquinas do ferry, que transportava 22 veículos, incluindo 14 caminhões.

Alguns parentes chegaram ao porto em pânico ou chorando enquanto buscavam informações sobre seus entes queridos. Sobreviventes foram levados para instalações médicas próximas, incluindo o hospital Regional de Jembrana, em Bali.

"Queria pular no mar, mas o navio afundou rapidamente"

"Quando o ferry começou a inclinar, inicialmente pretendia pular no mar, mas o navio afundou rapidamente, então eu não pulei mais, mas afundei com a água entrando no navio, talvez cerca de 7 metros de profundidade, então subi imediatamente até o topo", contou Supardi, 64 anos, sobrevivente que foi levado ao hospital.

Supardi e três outras pessoas se agruparam na água e usaram coletes salva-vidas para flutuar, contou.

Tragédias com ferries são comuns na Indonésia, um arquipélago de mais de 17.000 ilhas, onde ferries são frequentemente usados como transporte e regulamentos de segurança podem falhar

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O Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 10, traz Portaria da Secretaria-Geral da Presidência da República, que instituiu o Programa "Governo na Rua" e cria o Grupo de Trabalho Técnico com a finalidade de estudar, diagnosticar e propor projetos de atuação para ampliar a política de participação social. "O Programa tem como finalidade primordial promover a ampliação e o aprofundamento da participação social e da democracia, por meio da atuação direta nos territórios", diz o artigo 2º da portaria assinada pelo ministro Guilherme Boulos.

A ideia do programa é promover escuta ativa, diálogo social e divulgação direta das políticas públicas no País, "de modo a fortalecer a presença do governo federal junto à sociedade e ampliar o acesso das pessoas aos serviços e programas públicos". As diretrizes do Programa são: transversalidade das políticas públicas; inclusão e diversidade; equidade territorial; inovação na participação social; e promoção da cidadania.

Já o Grupo de Trabalho Técnico será instituído para a fase de estudo, diagnóstico e desenho do Programa. Caberá ao grupo fazer um diagnóstico de problemas e análise para verificar se os modelos atuais de implementação e participação social são coerentes com as diretrizes do governo.

Terá ainda que analisar os arranjos de implementação das políticas públicas federais nos Estados, municípios e no Distrito Federal; propor princípios, diretrizes e orientações para o funcionamento e a articulação de mecanismos e instâncias democráticas de diálogo e participação social. Caberá ao grupo de trabalho apresentar proposta de norma para a execução e institucionalização do Programa "Governo na Rua" como programa permanente da Secretaria-Geral da Presidência.

A Portaria define ainda o prazo de 60 dias para o Grupo de Trabalho Técnico, prorrogáveis por igual período, para apresentar o relatório final com as propostas de diretrizes e o ato normativo de institucionalização e execução do programa.

Três dos quatro ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram pelo recebimento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Eduardo Tagliaferro, que foi assessor de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com isso, será aberta uma ação penal e ele será transformado em réu.

Ele foi acusado de agir contra a legitimidade do processo eleitoral e atuar para prejudicar as investigações de atos como os de 8 de janeiro de 2023. Tagliaferro está na Itália. O governo brasileiro já iniciou um processo de extradição contra ele.

A votação começou no plenário virtual na sexta-feira, 7, e deve ser oficialmente encerrada na próxima sexta-feira, 14. Votaram até agora Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin. Falta o voto de Cármen Lúcia.

O ex-assessor responderá por quatro crimes: revelar ou facilitar a divulgação de um fato que o servidor público tem conhecimento em razão do seu cargo e que deve permanecer secreto; coação no curso de processo judicial; tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito; e tentar impedir ou dificultar investigação contra organização criminosa.

"A participação do denunciado manifestou-se de forma engendrada com a organização criminosa que atuava com o objetivo de praticar golpe de Estado, reforçando a campanha de deslegitimação das instituições mediante vazamento de informações sigilosas e criação de ambiente de intimidação institucional", escreveu Moraes no voto.

Após instaurada a ação penal, as investigações serão aprofundadas, com a produção de provas e o depoimento do acusado, de testemunhas de defesa e de testemunhas de acusação. Ao fim das apurações, a Primeira Turma vai realizar o julgamento final, que pode ser pela condenação ou absolvição do réu.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disse no sábado, 8, que o Congresso Nacional está "de joelhos em frente ao Supremo Tribunal Federal" e que o Judiciário governa o País. Ela também defendeu o nome do marido, Jair Bolsonaro, como "única opção" para 2026, ignorando o fato de ele estar inelegível.

"A gente tem visto um Congresso de joelhos em frente ao STF, isso é uma tristeza para a gente, porque, hoje, só quem governa é o Judiciário", disse Michelle em um evento do PL Mulher em Londrina (PR). "Os nossos deputados aprovam leis e se não tiver em concordância, eles anulam", concluiu.

No dia anterior, a defesa de Jair Bolsonaro saiu derrotada do julgamento de um recurso à condenação do ex-presidente por tentativa de golpe de Estado. Ele deve começar a cumprir a pena de 27 anos e três meses de prisão ainda neste ano.

Herança política de Bolsonaro ainda indefinida

Michelle está cotada para ser candidata a presidente da República em 2026, mas Bolsonaro ainda não bateu o martelo sobre quem será seu herdeiro político. Dentro da família, Michelle sofre a concorrência do senador Flávio Bolsonaro, um dos filhos do ex-presidente.

Com a disputa interna da direita indefinida, a ex-primeira-dama preferiu dizer que "a única opção para presidente da República da direita chama-se Jair Messias Bolsonaro". Ela disse que, se isso não acontecer, será "o verdadeiro golpe que o Judiciário está dando no povo de bem, no povo brasileiro".

No mesmo evento, Michelle disse que o marido "tem vivido dias muito difíceis". Segundo ela, Bolsonaro sofre de soluços desde que passou pela última cirurgia. "Ele chega a exaustão, ele tem vários problemas de saúde decorrente dessa última cirurgia, por ele não ter tido tempo para se recuperar, paz de espírito para se recuperar, um ambiente favorável", afirmou.

Apesar dos lamentos, Michelle demonstrou no discurso esperança com dias melhores. "Um abismo foi puxando o outro. Ele tem vivido dias muito difíceis, tendo todos os seus direitos violados. Mas essa injustiça vai acabar, eu creio", declarou.