Vulcão na Indonésia entra em erupção e lança cinzas a quilômetros de altura

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O Monte Lewotobi Laki-Laki, na Indonésia, entrou em erupção duas vezes nesta segunda-feira, 7, lançando uma coluna de materiais vulcânicos a até 18 quilômetros de altura, despejando cinzas sobre vilarejos e causando cancelamentos de voos. Não houve relatos de vítimas imediatamente.

O vulcão na ilha de Flores está em seu nível de alerta mais alto desde a erupção em 18 de junho e uma zona de exclusão foi dobrada para um raio de 7 quilômetros, à medida que as erupções se tornaram mais frequentes.

A Agência Geológica da Indonésia registrou uma avalanche de nuvens de gás escaldante misturadas com rochas e lava que se deslocaram por até 5 quilômetros pelas encostas da montanha de 1.584 metros. Observações de drones mostraram lava preenchendo a cratera, indicando movimentação profunda de magma que desencadeou terremotos.

"Potencial de perigo maior"

A coluna inicial de nuvens quentes que se elevou às 11h, horário local, foi a mais alta do vulcão desde a grande erupção de novembro de 2024, que matou nove pessoas e feriu dezenas, disse Muhammad Wafid, chefe da Agência Geológica. A erupção também ocorreu em março.

"Uma erupção desse porte certamente carrega um potencial de perigo maior, incluindo seu impacto na aviação", disse Wafid à Associated Press. "Vamos reavaliar a ampliação da zona de perigo, que deve estar livre de moradores e atividades turísticas."

O vulcão entrou em erupção novamente logo após as 19h30, horário local, expelindo lava e enviando nuvens de cinzas a até 13 quilômetros de altura, de acordo com o Centro de Vulcanologia e Mitigação de Desastres Geológicos.

Voos cancelados

Até a tarde de segunda-feira, pelo menos 24 voos entre Bali e Austrália, Singapura e Coreia do Sul foram cancelados e muitos outros atrasados, enquanto voos em quatro rotas domésticas foram cancelados, disse Ahmad Syaugi Shahab, porta-voz do Aeroporto Internacional Ngurah Rai, em Bali.

Ele afirmou que o aeroporto estava operando normalmente, apesar dos cancelamentos, já que o monitoramento mostrou que as cinzas vulcânicas não afetaram o espaço aéreo de Bali.

A queda de cinzas após a erupção inicial cobriu várias vilas com detritos e bloqueou a luz solar por quase meia hora, afirmou Hadi Wijaya, chefe do Centro de Vulcanologia e Mitigação de Desastres Geológicos, em um comunicado.

Ele afirmou que materiais vulcânicos, incluindo fragmentos de cascalho e cinzas do tamanho de um polegar, foram lançados a até 8 quilômetros da cratera. Ele alertou os moradores para que fiquem atentos às fortes chuvas que podem desencadear fluxos de lava nos rios originários do vulcão.

Toneladas de detritos vulcânicos sobre as casas

Fotos e vídeos divulgados nas redes sociais mostraram a nuvem de cinzas se expandindo em forma de cogumelo, enquanto toneladas de detritos vulcânicos cobriam casas até os telhados em vilas próximas. Alguns moradores correram em pânico sob a chuva de material vulcânico ou fugiram com motocicletas e carros.

As erupções de segunda-feira foram resultado do acúmulo de energia devido a um bloqueio de magma na cratera, o que reduziu a atividade sísmica detectável e aumentou a pressão, disse Wijaya.

A erupção inicial foi uma das maiores da Indonésia desde 2010, quando o Monte Merapi, o vulcão mais volátil do país, entrou em erupção na densamente povoada ilha de Java, matou 353 pessoas e forçou mais de 350 mil a se retirarem.

A Indonésia é um arquipélago com mais de 280 milhões de habitantes com atividade sísmica frequente. Possui 120 vulcões ativos e está situada ao longo do "Anel de Fogo", uma série de falhas sísmicas em forma de ferradura que circundam a Bacia do Pacífico.

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou nesta quarta-feira, 15, o Congresso Nacional e disse que ele "nunca teve o baixo nível como tem agora". Lula disse que o que ele chamou de "extrema-direita que se elegeu em 2022 é o que existe de pior".

A crítica foi feita ao lado do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), durante evento de comemoração do dia dos professores no Rio de Janeiro. Motta não esboçou reação, seja de concordância ou discordância.

"Hugo (Motta) é presidente desse Congresso e sabe que ele nunca teve a qualidade de baixo nível como tem agora. Aquela extrema-direita que se elegeu em 2022 é o que existe de pior. Não podemos ter presidente que nega que existiu a covid-19, nega a vacina, distribui remédio que não vale nada, que tem ministro da Saúde que não entendia porra nenhuma de saúde", disse o presidente da República.

Lula alertou os presentes no evento de que em 2026 é preciso estar mais atento na eleição. Afirmou que "não colocamos a raposa para tomar conta do galinheiro" e disse que é preciso "decidir que tipo de Brasil queremos".

"No ano que vem teremos eleições e vamos ter de decidir que tipo de Brasil queremos, vai ser decidido por vocês (povo). Vocês que vão ter que saber qual senador vão eleger, o deputado federal, o estadual. É isso que é a cara do Congresso, o resultado da consciência política que tiveram no dia das eleições. Depois, não adianta reclamar", declarou Lula.

O presidente citou o caso do Rio de Janeiro. Direcionando-se ao prefeito carioca, Eduardo Paes (PSD), Lula disse que não entende como o Estado elegeu Wilson Witzel em 2018.

"Não consigo entender como esse Estado, que é altamente politizado, elegeu um cara para governador que era um juiz picareta, ficou aí e não fez porra nenhuma, se meteu na corrupção e foi eleito", afirmou Lula.

Witzel acabou cassado. No seu lugar, assumiu Cláudio Castro (PL), que é governador até hoje.

Lula enfrenta um momento turbulento na relação com o Congresso Nacional. Na semana passada, viu a Câmara dos Deputados derrotar o governo e enterrar uma medida provisória que garantiria cerca de R$ 20 bilhões no ano que vem aos cofres públicos.

O presidente disse que "esse ano foi o ano da colheita e o ano que vem é o ano da verdade", adaptando o mantra que vem usando desde o início do ano sobre os resultados que apareceriam ao longo dos meses. Afirmou ainda que "quem quiser mentir, vá para a casa do chapéu, (porque) não vamos permitir a volta de mentiroso nesse País".

Após o anúncio da antecipação da aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a ser pressionado por entidades e artistas, como a cantora Anitta, para indicar uma mulher para a vaga. Ao longo de 134 anos de história, o STF já teve 172 ministros. No entanto, entre eles, apenas três eram mulheres - e nenhuma delas era negra.

A primeira mulher ministra do STF foi Ellen Gracie, nomeada por Fernando Henrique Cardoso em 2000 para a vaga decorrente da aposentadoria do ministro Luiz Octavio Pires e Albuquerque Gallotti. Ela também foi a primeira mulher a presidir a Corte, entre 2006 e 2008. Única mulher na composição atual, a ministra Cármen Lúcia foi nomeada por Lula para a vaga aberta devido a aposentadoria do ministro Nelson Jobim em 2006. Ela deve se aposentar até 2029, quando completa 75 anos.

Após a aposentadoria de Ellen Gracie em 2011, a presidente Dilma Rousseff escolheu a ministra Rosa Weber para integrar a Corte. Essa foi a última vez que uma mulher foi indicada para o STF. Ela se aposentou em 2023 e foi substituída pelo ministro Flávio Dino, nomeado por Lula.

Entidades da sociedade civil têm feito pressão para que uma mulher ocupe a vaga deixada por Barroso. Em uma carta conjunta, as organizações Fórum Justiça, Themis - Gênero, Justiça e Direitos Humanos e Plataforma Justa afirmaram que "não é por falta de excelentes nomes de mulheres que Lula deixará de indicar uma ministra para a Suprema Corte".

Elas também listaram nomes de 13 possíveis candidatas. Entre as sugestões, há mulheres que já ocupam cargos de destaque, como a presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Rocha, e a ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edilene Lobo.

A pressão também é feita por artistas. Anita usou as redes sociais, na terça-feira, 14, para afirmar que tem certeza de que "existem mulheres qualificadas para o cargo no nosso País onde a maioria da população é mulher". "Compartilho com toda esperança", escreveu em seus stories do Instagram.

No entanto, os principais cotados para o cargo são todos homens, como o advogado-geral da União, Jorge Messias, o senador Rodrigo Pacheco(PSD-MG), o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, e o ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius Carvalho.

Deputados federais ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) disseram ver "zero chance" de avanço do projeto de anistia nesta semana na Câmara. A avaliação contraria as expectativas dadas pelo relator do projeto que concede anistia aos condenados por atos golpistas, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que projetava apresentar o seu parecer ao colégio de líderes nesta semana.

Na opinião de um líder do Centrão, ainda não há certezas sobre a semana que vem, mas esta semana a possibilidade de avanço no tema é nula. Outro líder do bloco disse não ter visto nenhuma movimentação nesse sentido. Um líder próximo ao governo apontou "dificuldades diversas" nas bancadas e "insegurança com o prosseguimento no Senado".

Na tarde desta terça, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), limitou-se a responder que "a pauta já foi divulgada", quando questionado se haveria reunião do colégio de líderes nesta semana para discutir o parecer.

Procurado pela reportagem nesta terça-feira, 14, Paulinho da Força não se manifestou. Na última quinta-feira, 9, o relator disse que poderia publicar o parecer até a segunda-feira, 13, mas que dependia do aval de Motta. Isso não ocorreu. O deputado do Solidariedade foi designado relator há quase um mês. Desde então, tem se reunido com bancadas.

O projeto tramita sob regime de urgência desde 17 de setembro. Segundo avaliações de deputados, um dos fatores para o assunto ter desandado foi o envolvimento de políticos como o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) nas negociações, nomes vistos como adversários do governo.

Parlamentares também mencionam a postura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com críticas diretas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, durante um ato em setembro. Para líderes políticos, o governador perdeu a posição de mediador da anistia e fez com que a pauta perdesse força.

Além disso, congressistas opinam que houve impacto dos atos contra a "PEC da Blindagem" na tramitação da anistia. Apesar de os protestos com a participação da esquerda terem demonstrado êxito mais imediato para barrar a PEC, há avaliações de que também houve interrupção no ritmo da proposta relatada por Paulinho da Força.

Deputados que acompanham as negociações dizem que o projeto escolhido para Paulinho relatar deveria ter sido outro. O texto que ele relata é de autoria do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) e trata diretamente de anistia, enquanto o relator sustenta que vai propor somente a redução de penas em seu relatório.

Para parlamentares, o projeto original deveria, portanto, excluir de vez a possibilidade de anistia, para não dar esperanças aos bolsonaristas, uma vez que essa proposta pode ser vetada pelo governo e considerada inconstitucional pelo STF.

Já a oposição tem dito que vai apresentar um destaque de preferência para que seja pautado o projeto de Crivella. De acordo com o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), não há compromisso da bancada em favor de um texto que somente reduza as penas, segundo declarações da semana passada.