Rússia alerta EUA, Coreia do Sul e Japão sobre aliança de segurança contra Coreia do Norte

Internacional
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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, alertou neste sábado os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão contra a formação de uma parceria de segurança que tenha como alvo a Coreia do Norte, durante visita ao aliado. "Advertimos contra a exploração desses laços para construir alianças direcionadas contra qualquer país, incluindo a Coreia do Norte e, claro, a Rússia", disse Lavrov a repórteres, segundo a agência estatal russa Tass.

Lavrov afirmou que a Rússia entende a decisão da Coreia do Norte de buscar armas nucleares. "As tecnologias usadas pela Coreia do Norte são resultado do trabalho de seus próprios cientistas. Respeitamos as aspirações da Coreia do Norte e entendemos os motivos pelos quais ela persegue o desenvolvimento nuclear", afirmou.

As relações entre Rússia e Coreia do Norte vêm se fortalecendo nos últimos anos, com a Coreia do Norte fornecendo tropas e munições para apoiar os russos, em troca de ajuda militar e econômica. Isso tem gerado preocupações a outros países, que temem que a Rússia também possa transferir aos norte-coreanos tecnologias sensíveis para programas nucleares e de mísseis do país.

EUA, Coreia do Sul e Japão têm ampliado ou retomado seus exercícios militares em resposta ao avanço do programa nuclear norte-coreano. Na sexta-feira, os três países realizaram um exercício aéreo conjunto envolvendo bombardeiros norte-americanos com capacidade nuclear próximo à Península Coreana. Para a Coreia do Norte, os exercícios liderados pelos EUA são ensaios para uma invasão. Há muito tempo, o país argumenta que é forçado a desenvolver armas nucleares para se defender das ameaças militares americanas.

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Os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal reagiram às ações da oposição bolsonarista para impedir o funcionamento das duas Casas em meio à pressão pela aprovação do PL da Anistia e do impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Hugo Motta anunciou que deputados que impedirem votações serão suspensos do mandato. Enquanto isso, Davi Alcolumbre determinou a realização de sessão remota do Senado nesta quinta-feira, às 11h.

"Não aceitarei intimidações nem tentativas de constrangimento à Presidência do Senado. O Parlamento não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento", afirmou Alcolumbre.

A sessão remota desta quinta-feira, 7, será feita para votar a medida provisória que aumenta a isenção do imposto de renda para até dois salários mínimos.

"A decisão tem por objetivo garantir o funcionamento da Casa e impedir que a pauta legislativa, que pertence ao povo brasileiro, seja paralisada. [...] A democracia se faz com diálogo, mas também com responsabilidade e firmeza", escreveu.

A nota de Alcolumbre vem depois de uma reunião realizada com líderes partidários para debater uma reação à obstrução feita por senadores da oposição. Parlamentares aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ocuparam a Mesa Diretora do Senado depois da decretação da prisão domiciliar do ex-presidente.

Na Câmara, após a sessão de líderes na residência oficial de Motta, o presidente agendou uma sessão plenária presencial para as 20h30 desta quarta, apesar de a oposição seguir ocupando a Mesa da Casa.

Segundo o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), o presidente da Casa indicou que os deputados que o impedirem de assumir a cadeira no plenário serão suspensos. De acordo com o líder do PDT, Mário Heringer (MG), a suspensão deve ser de seis meses.

Motta indicou ainda que os deputados que tentarem lhe impedir de presidir a sessão podem ter os nomes enviados para o Conselho de Ética, destacou Lindbergh. Segundo Mário Heringer, até a polícia legislativa pode ser acionada em caso de resistência dos Deputados da oposição.

Antes da sessão, os líderes se reunirão na sala da Presidência.

Veja a íntegra da nota do presidente do Senado:

"Determinei que a sessão deliberativa do Senado Federal de amanhã, quinta-feira (7), seja realizada temporariamente em sistema remoto. A decisão tem por objetivo garantir o funcionamento da Casa e impedir que a pauta legislativa, que pertence ao povo brasileiro, seja paralisada.

Não aceitarei intimidações nem tentativas de constrangimento à Presidência do Senado. O Parlamento não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento.

Seguiremos votando matérias de interesse da população, como o projeto que assegura a isenção do Imposto de Renda para milhões de brasileiros que recebem até dois salários mínimos. A democracia se faz com diálogo, mas também com responsabilidade e firmeza.

Davi Alcolumbre

Presidente do Senado Federal"

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), encaminhou uma petição ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, solicitando uma visita nesta quinta-feira, 7, ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar em Brasília. No ofício, Tarcísio afirma ser "correligionário e amigo" do capitão reformado e que considera que há razões "político-institucionais" e "humanitárias" que justificariam a autorização de Moraes.

"Diante do exposto, solicito à Vossa Excelência autorização para empreender visita domiciliar ao senhor Jair Messias Bolsonaro, no próximo dia 7 de agosto, assumindo, desde já, o compromisso de observar todas as determinações estabelecidas por esse juízo", diz a petição.

Após o pedido, Moraes determinou que a defesa de Bolsonaro informe se o ex-presidente tem interesse em receber a visita do governador paulista e de outras cinco pessoas que pediram autorização. Entre elas, a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), e o deputado federal Luciano Zucco (PL-RS).

Tarcísio mantém contato frequente com Bolsonaro, com quem costuma falar semanalmente por ligações ou mensagens. O ex-presidente, contudo, foi proibido de utilizar o telefone celular na mesma decisão em que Moraes decretou sua prisão domiciliar.

A medida foi determinada pelo ministro na última segunda-feira, 4, após Bolsonaro descumprir medidas cautelares. Na manhã desta quarta, Moraes proferiu novo despacho autorizando o ex-presidente a receber visitas dos seus filhos, das cunhadas e dos netos. Além deles, apenas o senador Ciro Nogueira (PP-PI) obteve autorização para visitar o ex-presidente.

Após Moraes decretar a prisão domiciliar, Tarcísio postou um vídeo nas redes sociais, ainda na segunda-feira, para criticar a decisão. Ele classificou a prisão como "absurda" e disse que Bolsonaro "foi julgado e condenado muito antes de tudo isso começar".

"Uma tentativa de golpe que não aconteceu, um crime que não existiu e acusações que ninguém consegue provar", disse Tarcísio. "Vale a pena acabar com a democracia sob o pretexto de salvá-la? Será que não está claro que estamos avançando em cima de garantias individuais?", disse o governador na ocasião.

Uma ala do bolsonarismo avalia que Tarcísio é mais comedido nas críticas do que outros governadores da direita porque precisa se equilibrar entre fazer gestos a Bolsonaro e seus apoiadores sem derrubar pontes com o STF. Ele é um dos principais interlocutores do ex-presidente com o Supremo, especialmente com o ministro Alexandre de Moraes.

A postura do governador, contudo, é criticada pelos aliados mais radicais de Bolsonaro, como pastor Silas Malafaia, que se queixa do governador não citar expressamente o STF e o ministro em suas declarações.

O vice-prefeito de São Paulo, Coronel Mello Araújo (PL), manifestou apoio à obstrução de congressistas aliados a Jair Bolsonaro (PL), que desde terça-feira, 5, impedem a realização dos trabalhos legislativos, e sugeriu que os governadores também pressionem pelas pautas que beneficiam o ex-presidente, em prisão domiciliar.

"Vamos envolver os governadores também. Momento oportuno", escreveu Mello Araújo em vídeo publicado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no Instagram. Na gravação transmitida da Mesa Diretora da Casa, o senador interage com apoiadores e coloca músicas pedidas por eles.

O vice-prefeito, indicado por Bolsonaro na chapa com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), esteve presente na última manifestação bolsonarista na Avenida Paulista, neste domingo, 3. Mello Araújo criticou senadores "por não fazerem a lição de casa", justificando as sanções americanas contra o País que entram em vigor nesta quarta-feira, 6, como resultado da falta de ação dos parlamentares em pautarem a anistia a Bolsonaro. Nunes também esteve presente e acenou ao público, mas não discursou.

Ao sugerir o envolvimento de governadores no assunto, o coronel não citou diretamente o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele e outros presidenciáveis da direita não compareceram ao ato, e foram cobrados pelo organizador do evento, pastor Silas Malafaia.

"Isso prova que Bolsonaro é insubstituível! Vão enganar trouxa! E eu não sou trouxa. Estão com medo do STF, né? Por isso não vieram. Arrumaram desculpa, né? Por isso, minha gente, 2026 é Bolsonaro", gritou o pastor do domingo, 3.

Mello Araújo também cobrou que deputados estaduais participem das ações em defesa do ex-presidente, que está em prisão domiciliar desde segunda-feira, 4, após descumprir medida cautelar que proibia o uso de redes sociais, mesmo de terceiros.

Em vídeo publicado na manhã desta quarta, 6, gravado enquanto Mello Araújo se deslocava de metrô, ele parabeniza a atuação de senadores e deputados federais e cobra o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Parabenizar a movimentação que os senadores estão fazendo em Brasília e tem que continuar assim mesmo. Inclusive, na minha visão, tinha que entrar todo mundo. Os deputados também estão fazendo, e também, os estaduais", afirmou o vice-prefeito.