Israel admite 'erro técnico' ao atacar ponto que distribuía água

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Pelo menos 50 palestinos morreram neste domingo, 14, em novos ataques do exército israelense contra diferentes partes da Faixa de Gaza. Em um deles, um drone atingiu um ponto de distribuição de água no centro da região palestina. Israel admitiu um "erro técnico".

Os bombardeios israelenses de ontem ocorreram na Cidade de Gaza e nos campos de refugiados de Khan Yunis e Nuseirat, onde ficava o local de busca de água.

O governo de Binyamin Netanyahu afirma que a ofensiva militar busca libertar os reféns israelenses e expulsar o Hamas da região. Enquanto isso, delegações do grupo terrorista e de Israel negociam, em Doha, um cessar-fogo para o conflito.

Segundo Rami Al-Shrafi, médico do Hospital Al-Awda, os palestinos costumam se reunir pela manhã nesse ponto de repartição de água, pois muitos moradores da área, deslocados de suas casas, não têm serviço regular de distribuição ou saneamento. "Parece que o projétil caiu ali e os atingiu diretamente", disse Shrafi.

Questionado sobre o ataque em Nuseirat, o exército israelense afirmou que um "erro técnico" fez com que um drone - que tinha como alvo um terrorista da Jihad Islâmica - caísse a dezenas de metros de distância do alvo. Em nota, o exército disse que "está ciente de que houve vítimas" e acrescentou que o incidente estava sendo analisado.

Ao menos 20 pessoas foram mortas no local, segundo autoridades de saúde do enclave, comandadas pelo grupo terrorista Hamas. O médico Marwan Abu Nasser, diretor do Hospital Al-Awda, disse que os corpos das vítimas e mais de uma dúzia de feridos foram levados ao hospital após o ataque.

Horas depois, outro ataque em um cruzamento movimentado na Cidade de Gaza deixou ao menos 12 mortos, segundo a Defesa Civil de Gaza. Fadel Naim, médico do Hospital Árabe Al-Ahli, disse ter recebido várias vítimas do ataque. Ele acrescentou que Ahmad Qandil, também médico do hospital, estava entre os mortos.

O exército israelense informou, em comunicado separado, que sua força aérea atacou mais de 150 alvos em toda a Faixa de Gaza entre sábado e ontem, incluindo depósitos de armas e postos de atiradores.

Um bombardeio no campo de deslocados de Al Mawasi, no sul de Gaza, deixou três mortos.

Os ataques na região palestina são parte da guerra que já dura 21 meses e começou após os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixaram 1.200 mortos e resultaram no sequestro de 250 israelenses. Desde então, mais de 58 mil pessoas foram mortas em Gaza, segundo autoridades palestinas. No último mês, mais de 20 soldados israelenses foram mortos em Gaza. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se manifestou nesta sexta-feira, 17, com críticas ao governo federal e em apoio ao marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista à agência AFP, ela atribuiu ao governo brasileiro a responsabilidade pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos e classificou a condenação do marido no processo da trama golpista como uma "farsa judicial".

Michelle afirmou à AFP que as sanções econômicas foram impostas "por culpa dos nossos governantes" e de "autoridades brasileiras que violam direitos humanos e princípios democráticos".

Ela também se queixou da pressão para que Bolsonaro defina um nome para representar a direita nas eleições de 2026. "Bolsonaro é e continuará sendo o maior líder da direita no Brasil", disse, acrescentando que "é cedo" para discutir candidaturas.

A ex-primeira dama é cotada para uma candidatura em 2026, mas afirmou que qualquer decisão sobre sua entrada na disputa eleitoral será tomada "em debate profundo com o meu marido, com minhas filhas, com o PL e, em especial, fruto de muita oração".

Na mesma entrevista, Michelle, que é presidente do PL Mulher, opinou que o feminismo "deixou de se preocupar com as necessidades reais das mulheres para mergulhar nos objetivos duvidosos da agenda 'woke'".

Na quinta-feira, 16, a ex-primeira-dama reagiu ao encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com evangélicos no Palácio do Planalto. Participaram o bispo Samuel Ferreira, da Igreja Assembleia de Deus Madureira; o advogado-geral da União, Jorge Messias, favorito de Lula para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF); o deputado federal Cezinha Madureira (PSD-SP); e o pastor Igor Nunes Ferreira.

Michelle compartilhou fotos da reunião em seus stories do Instagram e indicou três versículos bíblicos: Apocalipse 22:11, Números 24:9 e Mateus 6:24. Na Bíblia, Mateus 6:24 diz: "Ninguém pode servir a dois senhores, pois amará um e odiará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro".

O bispo Samuel Ferreira apoiou Bolsonaro em 2022 e chegou a levá-lo a um culto na sede de sua igreja em São Paulo. O deputado Cezinha Madureira também tinha relação com o ex-presidente, tendo andado na garupa dele em uma motociata e sido recebido fora da agenda. Ele era chefe da bancada evangélica na Câmara e vice-líder do governo no Congresso.

A passagem Apocalipse 22:11, também citada por Michelle, fala: "Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem é sujo, seja sujo ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda."

A ex-primeira-dama tem o hábito de usar trechos da Bíblia para abordar temas políticos nos stories de seu Instagram, enquanto postagens no feed são mais raras. No dia do julgamento de Bolsonaro pelo STF, por exemplo, ela compartilhou passagem sobre misericórdia divina.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu positivamente ao ser questionado por um repórter se acredita que poderá encerrar a guerra na Ucrânia. O republicano recebeu nesta sexta-feira, 17, o líder ucraniano, Volodimir Zelenski, para um almoço de trabalho na Casa Branca. Indagado, no entanto, se considera que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, está negociando um cessar-fogo de "boa-fé", Trump preferiu não responder.

Na véspera, ele havia conversado por telefone com o líder russo. Segundo o americano, a ligação foi "boa" e "as coisas estão indo muito bem para o fim da guerra". O presidente dos EUA afirmou ainda que a próxima reunião com Putin será "uma reunião dupla", indicando que Zelenski será informado sobre o encontro, e disse acreditar que o líder russo "vai concordar com a paz".

Sobre a possibilidade de Kiev lançar ataques em profundidade no território russo, Trump afirmou que "permitir ataques profundos dentro da Rússia seria uma escalada" e que deve discutir o tema com o ucraniano.

Zelenski, por sua vez, elogiou o cessar-fogo em Gaza e disse que isso cria "momentum para a Ucrânia", embora tenha ressaltado que "não acredita que a Rússia esteja pronta para a paz". O presidente ucraniano contou que teve reuniões com empresas de defesa e discutiu sistemas de defesa aérea durante sua visita a Washington. Ele afirmou que tratará com Trump "o que precisamos fazer para forçar Putin a negociar" e destacou a importância de avançar em "garantias bilaterais de segurança para a Ucrânia com os EUA".

Trump também comentou o clima entre os dois líderes. "Putin e Zelenski não gostam um do outro. Não tenho problema em dizer isso na frente de Zelenski", afirmou.

O ex-governador do Ceará Ciro Gomes enviou nesta sexta-feira, 17, uma carta ao presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, solicitando sua desfiliação do partido, ao qual era filiado desde 2015. A definição sobre seu próximo grupo político deve ser anunciada na próxima semana.

Ciro tem se aproximado de partidos como PSDB e União Brasil. Em julho deste ano, ele se reuniu com a cúpula do PSDB e, na ocasião, afirmou que seu retorno à sigla "já estava decidido".

Em outra ocasião, durante o evento de formalização da federação entre União Brasil e PP, Ciro criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo ele, sua presença na cerimônia foi um "ato de cortesia muito comum antes de o País ser tomado pelo lulopetismo e pelo bolsonarismo".

O ex-governador defendeu uma união entre partidos da centro-esquerda à centro-direita como alternativa ao atual governo federal. "Precisamos unir da centro-esquerda à centro-direita para tirar o Brasil deste desastre", disse em referência ao governo Lula.

Ciro Gomes disputou quatro eleições presidenciais, a última delas em 2022, quando tentou se apresentar como uma terceira via diante da polarização entre Lula e Jair Bolsonaro. Na ocasião, ficou em quarto lugar, com 3% dos votos válidos, atrás de Simone Tebet (MDB).

Apesar das recentes movimentações, o ex-governador já afirmou que não pretende mais concorrer à Presidência. "Não quero mais ser candidato, não. Não quero mais importunar os eleitores", declarou em entrevista à Rádio Itatiaia, em setembro. Ele é cotado para a disputa do governo do Ceará, Estado que governou entre 1991 e 1994.

Diante a saída do partido, o Estadão procurou Ciro Gomes e a assessoria do PDT, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.