Trump e chefe da União Europeia têm encontro decisivo sobre tarifas

Internacional
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O presidente americano Donald Trump se encontra neste domingo, 27, com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, fazendo uma pausa no golfe na Escócia para discutir comércio. As duas partes buscam um acordo sobre tarifas, uma vez que o prazo da Casa Branca para impor taxas ao bloco europeu começa na sexta-feira, 1º.

Trump jogou golfe no sábado, 26, em seu campo em Turnberry, na costa sudoeste da Escócia, e espera-se que jogue novamente durante sua visita de cinco dias.

Na terça-feira, 29, ele estará em Aberdeen, nordeste escocês, onde sua família tem outro campo de golfe e abre um terceiro no próximo mês. Trump e seu filho Eric planejam ajudar na inauguração do novo campo.

O encontro com von der Leyen deve ocorrer a portas fechadas e poucos detalhes foram divulgados.

Ao deixar a Casa Branca na semana passada, Trump disse haver "50% de chance, talvez menos que isso" de fazer acordo com a UE. A tarifa atualmente programada é de 30% sobre o bloco dos 27 Estados-membros.

Mais tarde, Ursula von der Leyen postou no X (antigo Twitter) que, "Após uma boa ligação telefônica" com Trump, os líderes concordaram em se encontrar na Escócia para discutir as "relações comerciais transatlânticas, e como mantê-las fortes."

Estados Unidos e União Europeia pareciam próximos de acordo no início deste mês, mas Trump, em vez disso, lançou a ameaça da tarifa de 30% sobre o bloco.

Também passam a valer no dia 1º as taxas de 50% sobre os produtos do Brasil, que têm prejuízos significativos para alguns setores, como os de exportação de aeronaves, café e laranja.

As projeções indicam impacto de 2,7% no PIB (Produto Interno Bruto) do Estado de São Paulo, com potencial de perda de 120 mil empregos.

Trump disse recentemente que achava que as chances de alcançar um acordo com o Japão eram de 25% - mas Washington e Tóquio depois anunciaram um acordo na última semana.

O presidente tem se gabado de que usaria as ameaças constantes de tarifas elevadas dos EUA ao redor do globo para negociar melhores taxas e reduzir os déficits comerciais com alguns dos principais aliados de Washington. Mas, até agora, esse esforço ficou bem aquém das expectativas.

Trump também tem um encontro marcado na segunda-feira na Escócia com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, após os dois anunciarem um acordo comercial no mês passado, durante o encontro do G7 (as sete maiores economias do mundo), no Canadá.

Trump diz que esse acordo está concluído e que a dupla discutirá outros assuntos - embora a Casa Branca tenha sugerido que ainda sejam necessários alguns ajustes.

Sem um acordo da UE, o bloco disse que estava preparado para retaliar com tarifas em centenas de produtos americanos, variando de carne bovina e cerveja a peças de automóveis e aviões da Boeing.

Se Trump seguir adiante com sua ameaça de tarifas contra a Europa, isso poderia tornar tudo, desde queijo francês e bens de couro italianos a eletrônicos alemães e produtos farmacêuticos espanhóis, mais caros nos Estados Unidos.

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O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira, 12, por 45 votos a favor e 26 contra, a recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República. O resultado representa a maior rejeição a um indicado para a PGR desde 1989, início da série histórica após a redemocratização. Na votação anterior, em 2023, Gonet havia recebido 65 votos favoráveis e 11 contrários.

Até então, o procurador-geral mais rejeitado pelo Senado havia sido Geraldo Brindeiro, indicado no governo Fernando Henrique Cardoso. Em sua recondução de 2001, Brindeiro recebeu 18 votos contrários e 55 favoráveis. Ele também registrou resistência em 1999, quando foi reconduzido com 61 votos favoráveis e 11 contrários.

Depois dele, o caso mais expressivo havia sido a recondução de Rodrigo Janot, em 2015, indicada pela então presidente Dilma Rousseff. Na ocasião, Janot recebeu 59 votos favoráveis e 12 contrários.

A queda no apoio a Gonet ocorre na esteira do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado, caso no qual senadores de oposição acusam a Procuradoria-Geral da República de ter atuado "em conluio" com o Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Gonet citou a atuação da PGR em investigações sobre ataques ao Estado democrático, fraudes contra o INSS, crime organizado e tráfico de pessoas. Parlamentares da oposição questionaram sua postura sobre a anistia a condenados pelo 8 de Janeiro, sobre pedidos de impeachment de ministros do STF e sobre a duração do inquérito das fake news.

Na audiência, Gonet afirmou que "a decisão de se aprovar anistia cabe ao Congresso, mas que há polêmicas do ponto de vista jurídico", sem detalhar quais.

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira, 13, indica que, embora a distância entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus principais adversários tenha diminuído, o presidente segue numericamente à frente em todos os cenários de segundo turno testados para 2026. Na disputa contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por exemplo, distância recuou de 12 para 5 pontos percentuais.

O único cenário em que há empate técnico é contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por 42% a 39%, ante 46% a 36% em outubro, movimento que reflete o estreitamento observado também nas disputas contra outros potenciais concorrentes. Contudo, Bolsonaro está inelegível e não poderá concorrer em 2026.

O levantamento foi feito entre 6 e 9 de novembro, em entrevistas presenciais com brasileiros de 16 anos ou mais. No total, foram ouvidas 2.004 pessoas. A margem de erro estimada é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, dentro de um nível de confiança de 95%. É a primeira pesquisa desde a megaoperação no Rio de Janeiro que gerou um forte debate sobre segurança pública.

Além do cenário com Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar, Lula também aparece cinco pontos porcentuais à frente nos confrontos diretos com o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PSDB), com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e com o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). Nesse sentido, o presidente mantém vantagem numérica, embora menor: 38% (41% em outubro) a 33% (eram 32%) contra Ciro, 41% (antes 45%) a 36% (33%) diante de Tarcísio e 40% (44% anteriormente) a 35% (31%) frente a Ratinho Jr.

Contra o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), Lula marca 43%, enquanto o mineiro ganha fôlego, sobe quatro pontos e chega a 36%. No confronto com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), o placar é de 42% a 35%. Já diante da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL), o petista aparece com 44% a 35%.

Nos cenários envolvendo o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), Lula mantém vantagem mais confortável: 43% a 33% e 41% a 28%, respectivamente. Em hipótese que testa o influenciador e líder do partido Missão, Renan Santos, o presidente registra 42%, ante 25% do adversário.

No primeiro turno, Lula também lidera todos os cenários testados. No arranjo em que se testa o capitão reformado, o presidente aparece com 32%, seguido por Bolsonaro (27%), Ciro Gomes (8%) e Ratinho Jr. (7%). Em outra configuração, marca 31%, ante 18% de Michelle Bolsonaro, 10% de Ratinho Jr. e 9% de Ciro. A vantagem se mantém quando outros nomes são incluídos: 35% frente a 16% de Tarcísio, 12% de Ciro e 5% de Zema; e 32% contra 15% de Eduardo Bolsonaro, 10% de Ratinho Jr. e 10% de Ciro.

Em um cenário que reúne Lula, Tarcísio e Eduardo, o petista figura 38%, seguido por 20% do governador e 18% do parlamentar. Enquanto o chefe do Executivo paulista é o favorito do Centrão para a disputa ao Planalto, Eduardo tem dito que pode concorrer em 2026 mesmo que seja "para perder".

Em outros cenários testados pela pesquisa, Lula registra: 36% diante de 22% do filho "03" de Bolsonaro e 18% de Ratinho Jr.; 38% contra 24% do parlamentar e 12% de Zema; 39% ante 24% de Eduardo e 11% de Caiado; e 39% frente a 27% de Eduardo e 6% de Renan Santos. Há ainda um cenário que reúne Tarcísio (21%) e Caiado (7%), no qual o presidente mantém 39%.

O levantamento indica que o debate sobre segurança pública no País e interrompeu a recuperação da popularidade de Lula, ou seja, a megaoperação policial no Rio de Janeiro e a fala do petista sobre traficantes e usuários de droga em Jacarta, na Indonésia.

A desaprovação ao governo passou de 49% para 50%, enquanto a aprovação recuou de 48% para 47%, na primeira oscilação negativa nas avaliações desde maio. O resultado reflete a ligeira queda do presidente na pesquisa eleitoral.

A rejeição eleitoral ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue acima do índice de 50%, sendo superada somente pelos nomes ligados à família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PSDB), mostra pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira, 13.

O petista é rejeitado por 53% dos entrevistados. Entre os nomes avaliados pelo levantamento, a rejeição a Lula ainda é inferior à registrada pelos membros da família Bolsonaro. O ex-presidente é rejeitado por 60% dos entrevistados; Michelle, por 61%; e Eduardo, por 67%.

A pesquisa Genial/Quaest realizou 2.004 entrevistas presenciais entre os dias 6 e 9 de novembro. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, e o índice de confiança, 95%.

Em relação a outubro, a rejeição a Lula oscilou dois pontos porcentuais para cima, indo de 51% a 53%. Em maio, 57% dos entrevistados afirmou que não votaria na recondução do petista. No mês passado, o presidente anunciou que disputará um quarto mandato em 2026. O levantamento mostrou que Lula supera seus opositores na maioria dos cenários de segundo turno, mas viu o estreitamento das margens de vitória.

Entre os opositores de Lula, o mais conhecido é o ex-presidente Jair Bolsonaro. Além dele, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro registrou o menor índice de desconhecimento do eleitorado, com 11%. Eduardo Bolsonaro é desconhecido por apenas 12% dos entrevistados, e Ciro Gomes, por 16%.