Integrantes de um navio de guerra dos Estados Unidos interceptaram um barco venezuelano com nove pescadores em águas do país sul-americano, disse o ministro das Relações Exteriores da Venezuela neste sábado, 13, destacando as relações tensas com os EUA.
A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
As tensões entre as duas nações escalaram depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou em agosto o envio de navios de guerra para o Caribe, na costa do país sul-americano, citando a luta contra os cartéis de drogas latino-americanos.
Ao ler uma declaração neste sábado, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, disse aos jornalistas que o barco pesqueiro foi "abordado ilegal e hostilmente por um destróier (navio de guerra) da Marinha dos Estados Unidos" e por 18 militares que permaneceram na embarcação por oito horas, impedindo a comunicação e as atividades normais dos pescadores. Eles foram então liberados sob escolta da Marinha venezuelana.
O barco tinha autorização do Ministério da Pesca para realizar seu trabalho, disse Gil em uma coletiva de imprensa, durante a qual apresentou um vídeo do ocorrido.
"Aqueles que dão a ordem para realizar tais provocações estão buscando um incidente que justifique uma escalada militar no Caribe", afirmou, acrescentando que o objetivo do ataque é "persistir em uma política fracassada" de mudança de regime na Venezuela.
O ministro acrescentou que a abordagem foi "ilegal" e "ilegítima" e advertiu que o país sul-americano defenderá sua soberania contra qualquer "provocação".
A queixa do ministro de Gil ocorre dias depois de Trump dizer que seu país atacou um navio carregado de drogas e matou 11 pessoas a bordo. O republicano afirmou que a embarcação havia partido da Venezuela e transportava membros da gangue Tren de Aragua, mas o governo americano não apresentou nenhuma evidência para apoiar essa afirmação.
A Venezuela acusou os Estados Unidos de cometer execuções extrajudiciais. O ministro do Interior do país sul-americano, Diosdado Cabello, disse que a versão de Washington é "uma tremenda mentira" e sugeriu que, segundo investigações do governo venezuelano, o incidente poderia estar ligado ao desaparecimento de algumas pessoas em uma região costeira do país, sem vínculos com o tráfico de drogas.
O governo Trump acusou o presidente venezuelano Nicolás Maduro de liderar um cartel para inundar os Estados Unidos com drogas e dobrou a recompensa por sua captura de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões.
O governo americano não deu sinais de que planeja realizar uma incursão terrestre com os mais de 4 mil soldados mobilizados na região.
Mesmo assim, o governo venezuelano pediu a seus cidadãos que se alistassem nas milícias - voluntários armados - em apoio às forças de segurança em caso de uma possível invasão. Neste sábado, o governo também os incentivou a comparecer aos quartéis militares para sessões de treinamento
*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.
Venezuela acusa EUA de interceptarem barco pesqueiro em sua zona marítima
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