Morre o físico chinês Chen Ning Yang, vencedor do Prêmio Nobel, aos 103 anos

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O físico chinês Chen Ning Yang, vencedor do Prêmio Nobel e um dos cientistas mais influentes da física moderna, morreu em Pequim no sábado, 17. Ele tinha 103 anos.

A prestigiada Universidade Tsinghua, onde ele estudou e serviu como professor, disse em um comunicado que Yang morreu de uma doença, sem fornecer mais detalhes. "O Professor Yang é um dos maiores físicos do século 20, tendo feito contribuições revolucionárias para o desenvolvimento da física moderna", disse o comunicado, elogiando sua contribuição para o desenvolvimento científico e educacional da China.

Yang ganhou o Prêmio Nobel em 1957 com Tsung-Dao Lee por sua investigação das chamadas leis da paridade, que levaram a "descobertas importantes sobre as partículas elementares", de acordo com o site do Prêmio Nobel. Eles foram os primeiros chineses nascidos na China a ganhar o Prêmio Nobel de Física.

Em seu discurso no Banquete do Nobel na época, ele disse que tinha tanto orgulho de sua herança chinesa quanto era dedicado à ciência moderna, uma parte da civilização humana de origem ocidental. "Estou sobrecarregado com a consciência do fato de que sou, em mais de um sentido, um produto das culturas chinesa e ocidental, em harmonia e em conflito", de acordo com seu discurso, compartilhado no site do Prêmio Nobel.

Yang, também conhecido como Frank ou Franklin, também foi famoso por sua teoria de Yang-Mills, desenvolvida com o físico americano Robert Mills. Nascido em 1922, Yang foi criado no campus de Tsinghua, onde seu pai era professor de matemática, segundo o site. Após concluir sua graduação, ele obteve seu mestrado em Tsinghua. Ele se matriculou na Universidade de Chicago nos Estados Unidos para fazer um doutorado em 1946 e foi fortemente influenciado pelo físico ítalo-americano Enrico Fermi, que ganhou o mesmo Prêmio Nobel em 1938, disse o site.

Mais tarde, ele se tornou professor no Instituto de Estudos Avançados em Princeton. Em 1986, ele se tornou Professor Emérito Geral na Universidade Chinesa de Hong Kong, para a qual doou generosamente muitos de seus prêmios e artigos, incluindo o Prêmio Nobel. A partir de 1999, ele serviu como professor em Tsinghua.

De acordo com um relatório de 2017 da agência de notícias oficial da China, Xinhua, Yang obteve a cidadania americana. Ele disse na época que foi uma decisão dolorosa, uma pela qual seu pai não o havia perdoado. Ele renunciou à sua cidadania americana em 2015, dizendo que era um belo país que lhe deu boas oportunidades no estudo da ciência, disse o relatório. O site do Prêmio Nobel disse que Yang teve três filhos

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Horas antes de se aposentar do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso foi recebido ontem, 17, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para jantar no Palácio da Alvorada, residência oficial. Na conversa, o presidente puxou o assunto da sucessão na Corte e perguntou a opinião de Barroso sobre cada um dos três cotados à vaga deixada por ele.

Lula citou nominalmente o advogado-geral da União, Jorge Messias, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas. Diplomático, Barroso respondeu que consideravam os três preparados para assumir o cargo. Durante o jantar, os dois também conversaram sobre política, vida pessoal e a participação de mulheres no Judiciário.

Segundo integrantes do Judiciário e do governo, Lula já teria decidido dar a cadeira de Barroso a Messias, mas não disse isso ao ministro aposentado.

A expectativa é que a nomeação seja oficializada no início da próxima semana. O indicado pelo presidente precisa ser submetido a sabatina e votação no Senado antes de tomar posse no Supremo.

Pouco antes de ir à residência oficial da Presidência da República, Barroso apresentou um voto no plenário virtual do STF em defesa da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. Na sequência, o ministro Gilmar Mendes interrompeu o julgamento, que não tem data prevista para ser retomado. Além do voto de Barroso, também votou Rosa Weber, também aposentada, no mesmo sentido do colega.

A pré-candidatura do senador Sérgio Moro (União Brasil) ao governo do Paraná provocou uma debandada de prefeitos do Progressistas (PP) no Estado. Dos 61 prefeitos eleitos em 2024, 18 deixaram a sigla desde a oficialização da federação do PP com o União Brasil, que trouxe consigo a pré-candidatura de Moro ao Executivo estadual.

O levantamento da reportagem considerou as certidões de filiação partidária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo dirigentes do PP no Paraná, no entanto, o número de dissidentes é ainda maior, chegando a metade da bancada eleita no último pleito. Procurado, Moro não se manifestou.

As baixas sinalizam que os gestores do PP preferem seguir aliados ao grupo político do PSD, do governador Ratinho Júnior, do que embarcar na pré-candidatura de Moro. O ex-juiz da Operação Lava Jato lidera as pesquisas de intenção de voto, mas enfrenta rusgas dentro da federação e do próprio partido para se lançar ao Palácio Iguaçu, sede do governo paranaense.

Dos 18 dissidentes do PP, 11 seguem sem partido, enquanto 7 migraram para o PSD. Dirigentes do Progressistas no Paraná alegam que prefeitos da sigla foram pressionados pela ameaça de não assinatura de convênios e parcerias com o governo estadual. O secretário de Cidades do Paraná, Guto Silva, nega qualquer tipo de pressão sob os gestores municipais.

"Esses prefeitos tinham uma vinculação muito forte com o governo e não queriam ser entregues de bandeja a um projeto que não é deles. Antes, PP e União Brasil estavam juntos com o governador", disse Silva. "Não teve pressão. Todos receberam recursos do Estado".

A Secretaria de Cidades é a principal pasta de articulação política do governo do Paraná, e Silva é cotado como indicação do PSD para a sucessão de Ratinho Júnior. Além do secretário, concorre à nomeação o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Alexandre Curi (PSD).

Em meio ao impasse no PSD, Sergio Moro lidera a corrida ao Iguaçu, segundo levantamento da Genial/Quaest divulgado em 22 de agosto. O ex-juiz registra 38% das intenções de voto no cenário estimulado, detendo vantagem de 30 pontos porcentuais sobre o segundo colocado, Paulo Eduardo Martins (Novo), vice-prefeito de Curitiba, que figura com 8% de menções. Enio Verri (PT), diretor da Itaipu Binacional, tem 7%, e Guto Silva, 6%.

Embora aponte para a liderança de Moro, a pesquisa também indica potencial de votos de um candidato indicado por Ratinho Júnior: 70% dos paranaenses ouvidos pelo instituto acreditam que o governador merece eleger um sucessor.

A Genial/Quaest ouviu 1.104 eleitores do Paraná entre os dias 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de três pontos porcentuais e o índice de confiança é de 95%.

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, afirmou ontem, 17, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou o envio de alimentos, remédios e itens de primeira necessidade à Faixa de Gaza. "Nesse momento em que milhões de palestinos retornam para as ruínas de suas casas, tentando retomar as suas vidas, apesar das perdas enormes que viveram nos últimos dois anos, eles precisam mais do que solidariedade, precisam de ações de apoio, tanto material quanto político, para que o cessar-fogo acordado seja definitivamente cumprido", disse, no encerramento do Fórum Mundial da Alimentação, na sede da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma, na Itália.

Em seu discurso, a primeira-dama brasileira afirmou que o acesso de milhões de pessoas à comida é dificultado hoje por mudanças climáticas e seus eventos extremos como secas, enchentes e alterações nos ciclos das chuvas, mas também por questões geopolíticas, como conflitos armados e deslocamentos forçados.

"Seja devido ao clima ou às guerras, a desnutrição profunda tem causado a morte de centenas de milhares de pessoas, principalmente de crianças. A Palestina e o Sudão são exemplos ainda do uso da fome como arma de subjugação e exploração", disse. "Essas são crises que causam imensa vergonha a nós como humanidade, e nas quais não estamos agindo com a pressa e a intensidade necessária para resolver."

Janja criticou a postura dos países mais ricos, que afirmou não estarem cumprindo suas promessas de contribuição para os fundos e organismos multilaterais. Nesse contexto, disse que o agravamento dos cortes de recursos para a ajuda humanitária e para o desenvolvimento nos últimos anos aprofunda ainda mais esse cenário de crise.