Às vésperas da eleição, Trump chama candidato democrata a prefeito de NY, de 'comunista'

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Os candidatos à prefeitura da cidade de Nova York estão fazendo um esforço final nesta segunda-feira, 3, para levar os eleitores às urnas, à medida que a corrida para liderar a maior cidade dos Estados Unidos se aproxima do fim.

Na véspera do dia da eleição, que ocorre na terça-feira, 4, o candidato democrata Zohran Mamdani, o ex-governador Andrew Cuomo e o republicano Curtis Sliwa estão fazendo campanha freneticamente pelos cinco distritos da cidade, apresentando suas propostas para suceder o prefeito Eric Adams, que está deixando o cargo.

Mamdani, de 34 anos, deputado estadual que seria o primeiro prefeito muçulmano da cidade, surpreendeu o mundo político ao derrotar Cuomo nas primárias com uma campanha enérgica focada em tornar a cidade um lugar mais acessível para se viver.

À medida que a corrida eleitoral se aproxima da reta final, Mamdani continua a publicar vídeos virais nas redes sociais e a realizar uma campanha incansável, incentivando sua base progressista a manter o entusiasmo e a enviar o máximo de apoiadores possível às urnas.

Em uma entrevista ao programa "60 Minutes", exibida no domingo, 2, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que, se Mamdani vencer, "será difícil para mim, como presidente, destinar muito dinheiro a Nova York".

Ao rotular erroneamente Mamdani, um socialista democrático, como comunista, Trump disse que escolheria Cuomo entre os dois. "Não sou fã de Cuomo, mas se tiver que escolher entre um democrata ruim e um comunista, vou escolher o democrata ruim sempre, para ser honesto", afirmou.

Cuomo está tentando retornar à vida política após renunciar ao cargo de governador há quatro anos, em decorrência de uma série de acusações de assédio sexual que ele nega. Agora concorrendo como independente, o político de 67 anos tem se concentrado nos últimos dias em atrair eleitores republicanos para fortalecer sua base centrista, apresentando-se como o único candidato capaz de impedir Mamdani.

Questionado sobre os comentários de Trump nesta segunda-feira, 3, Cuomo disse que Trump não o apoiou, ao mesmo tempo em que enfatizou as ameaças do presidente de punir Nova York caso Mamdani seja eleito.

"Ele disse que se Mamdani ganhar, vai cortar o financiamento de Nova York", disse Cuomo sobre Trump. "Ele o chama de comunista. Vai mandar a Guarda Nacional. Precisamos de um prefeito que possa enfrentar Donald Trump, que consiga o financiamento que Nova York merece, que garanta que a Guarda Nacional não venha para Nova York."

Mais de 735 mil votos antecipados já foram computados - o maior número já registrado em uma eleição para prefeito na cidade de Nova York - superando em muito a participação presencial antecipada de 2021, que foi a primeira eleição para prefeito na cidade com votação antecipada. A participação antecipada deste ano ficou abaixo do total da última eleição presidencial, quando pouco mais de 1 milhão de votos presenciais antecipados foram computados.

Cuomo tem uma agenda lotada nesta segunda-feira, 03, percorrendo todos os distritos da cidade em uma campanha para incentivar o voto. Sliwa também planeja cruzar a cidade em uma ação semelhante, enfatizando sua campanha focada na segurança pública.

Sliwa, criador do grupo de patrulha contra o crime Anjos da Guarda e figura conhecida nas ondas de rádio e televisão de Nova York, busca prejudicar as chances de ambos os democratas. Ele tem feito intensa campanha nas ruas e no metrô, usando sua boina vermelha característica, para disseminar sua mensagem de segurança pública.

Mamdani, por sua vez, começou o dia atravessando a Ponte do Brooklyn rumo a Manhattan com seus apoiadores ao nascer do sol, carregando uma faixa ao lado de aliados democratas.

"Continuo confiante em nossas chances para o dia da eleição amanhã", disse Mamdani em uma coletiva de imprensa em frente à Prefeitura. "Mas não permitirei que eu mesmo, nem este movimento, nos acomodemos."

*Com informações da Associated Press.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão. Saiba mais em nossa Política de IA.

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A defesa de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), protocolou no último domingo, 9, um pedido de suspeição contra o magistrado no julgamento que apura o vazamento de mensagens sigilosas de gabinetes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do TSE.

A peça protocolada solicita a suspensão imediata de todos os atos praticados por Alexandre de Moraes no processo, especialmente os pedidos de prisão e extradição do ex-assessor, que se encontra na Itália. Também é solicitada a redistribuição de todos os processos que envolvam os dois.

Os advogados alegam que Moraes tem "interesse pessoal" no processo e que pratica "perseguição pessoal" contra Tagliaferro, que apresentam no documento como "perseguido político e torturado pelo Estado brasileiro". Também afirmam que o magistrado é "vítima, juiz, investigador, acusador e inquisidor".

Ainda segundo a defesa, ao negar que o julgamento do recebimento da denúncia contra Tagliaferro fosse realizado de forma presencial, Moraes comprometeu o direito de defesa e as prerrogativas dos advogados.

"A decisão do suspeitíssimo relator, que parece 'ter medo' de enfrentar os argumentos da Defesa, e se esconde atrás de uma tela de computador, merece ser cassada, diante da notória afronta aos dispositivos constitucionais supracitados", escrevem.

O julgamento do recebimento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Eduardo Tagliaferro começou no dia 7 e segue até esta sexta-feira, 14. Três dos quatro ministros da Primeira Turma já votaram a favor do recebimento, o que formou maioria para torná-lo réu.

A denúncia atribui a ele quatro crimes: violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação sobre organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

O caso envolve o vazamento de mensagens de juízes auxiliares de Moraes no STF e no TSE e a acusação de tentativa de obstrução de investigações sobre a trama golpista.

Os diálogos foram divulgados à imprensa no que ficou conhecido como "Vaza Toga", e a Polícia Federal concluiu nas investigações que Tagliaferro foi responsável pelos vazamentos. Durante as eleições de 2022, ele chefiava a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE.

As mensagens vazadas revelaram que a AEED foi acionada para munir inquéritos de Moraes no STF. Tagliaferro também afirma que Moraes adulterava documentos para justificar operações da Polícia Federal.

A PGR sustenta que o ex-assessor atuou em sintonia com grupos investigados nos inquéritos das fake news, da tentativa de golpe e das chamadas milícias digitais.

Suas ações tiveram, segundo a PGR, objetivo de "atender a interesses ilícitos de organização criminosa responsável por disseminar noticias fictícias contra a higidez do sistema eletrônico de votação e a atuação do STF e TSE, bem como pela tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito".

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma nesta terça-feira, 11, o julgamento que pode cassar o mandato do governador de Roraima, Antônio Denarium (PP), acusado de abuso de poder político e econômico.

Denarium foi condenado quatro vezes pelo Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) em 2023, por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2022. Ele permanece no cargo enquanto os recursos são analisados, situação que se mantém devido à suspensão temporária do processo.

O caso já havia sido pautado em agosto, mas a análise foi suspensa logo após o voto da relatora, ministra Isabel Gallotti, em razão de um pedido de vista do ministro André Mendonça.

Em nota, a assessoria do governador afirmou que continua "confiando na Justiça, nas instituições e em todos que, assim como nós, acreditam em um Estado melhor para viver, trabalhar e empreender".

Denarium destacou ainda os avanços do estado: "Um Estado que se destaca no Brasil com o maior crescimento do PIB, a maior redução do número de homicídios, com aumento da área plantada e do rebanho bovino", disse em publicação nas redes sociais.

Na sessão, também será julgado o vice-governador Edson Damião (Republicanos), acusado pelos mesmos crimes. A ministra Isabel Gallotti, apontou que o número de beneficiários do programa "Cesta da Família" aumentou 400% em 2022, passando de 10 mil para 50 mil pessoas atendidas.

Em seu voto, Gallotti destacou ainda o programa "Morar Melhor", voltado à reforma de moradias de famílias de baixa renda, afirmando que ele foi "um engenhoso expediente que culminou na criação de novos programas em ano eleitoral, com dividendos eleitorais em favor do candidato à reeleição ao governo do Estado".

A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu nesta segunda-feira, 10, em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a condenação dos deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA) e Pastor Gil (PL-MA), além do suplente de deputado Bosco Costa (PL-SE), por corrupção com emendas parlamentares.

Segundo a PGR, os deputados condicionaram a destinação de R$ 6,67 milhões em emendas ao município de São José de Ribamar, na região metropolitana de São Luís, ao pagamento de R$ 1,67 milhão em propinas. Os parlamentares negam irregularidades.

A Procuradoria afirma que as provas são "irrefutáveis" e que a autoria e a materialidade dos crimes estão comprovadas por diálogos e documentos obtidos na investigação.

"Embora os deputados Josimar e Bosco Costa tenham negado a autoria das emendas, aproveitando-se da baixa transparência dos dados públicos sobre a procedência desses recursos, as provas confirmam serem eles os responsáveis pelas destinações", diz a PGR.

O vice-procurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand, enviou ao STF os últimos argumentos da acusação no processo. As defesas ainda vão apresentar suas alegações finais, última etapa antes do julgamento. O relator do processo é o ministro Cristiano Zanin.

Além da condenação, a PGR pede a perda dos mandatos e o pagamento de uma indenização por danos morais coletivos.

A PGR afirma que Josimar Maranhãozinho "ostentava a posição de liderança" do suposto esquema e, nessa condição, "coordenava a destinação dos recursos patrocinados pelos demais congressistas" e depois distribuía as propinas.

"Não há dúvida de que os réus, sob a chefia do deputado Josimar, constituíram e integraram organização criminosa", diz a Procuradoria nas alegações finais.

Os repasses teriam ocorrido entre dezembro de 2019 e abril de 2020, de acordo com a denúncia. Na época, o prefeito de São José de Ribamar era José Eudes Sampaio Nunes. A PGR afirma que ele foi "insistentemente abordado para ceder à solicitação de propina".

As defesas vêm pedindo o arquivamento da ação por falta de provas.