Tensão na Cisjordânia abre outra frente na guerra

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A violência tem aumentado no território palestino da Cisjordânia e ameaça abrir outra frente na guerra e pressiona a Autoridade Palestina. Reconhecida internacionalmente, a Autoridade administra partes da Cisjordânia, mas é impopular entre os palestinos principalmente por cooperar com Israel em assuntos de segurança.

Nas duas últimas semanas, os militares de Israel perseguem terroristas após o ataque perpetrado pelo Hamas a partir de Gaza. Desde então, 90 palestinos foram mortos no território ocupado por Israel, principalmente em confrontos com tropas israelenses.

A contagem inclui cinco palestinos mortos em incidentes separados nesta domingo, 21 - dois deles morreram em um ataque aéreo a uma mesquita no campo de refugiados de Jenin, que Israel disse estar sendo usado por terroristas. Israel realizou um ataque aéreo durante uma batalha em outro campo de refugiados na Cisjordânia na semana passada, no qual 13 palestinos, incluindo 5 menores, e um membro da Polícia de Fronteira paramilitar de Israel foram mortos.

Israel raramente utiliza o poder aéreo na Cisjordânia ocupada, apesar de ter bombardeado Gaza - controlada pelo Hamas - desde que o grupo terrorista invadiu a fronteira para conduzir os ataques em solo israelense, no dia 7.

Mais de 1,4 mil pessoas morreram em Israel desde o início da guerra, a maioria civis mortos no ataque inicial do Hamas. O Ministério da Saúde administrado pelo Hamas em Gaza afirma que mais de 4,6 mil palestinos foram mortos.

O Ministério da Saúde palestino na Cisjordânia diz que 90 palestinos foram mortos no território desde o dia 7, um salto dramático em comparação aos 197 que morreram entre o início do ano até o dia 7, segundo uma contagem da agência de notícias Associated Press.

Além dos ataques, palestinos foram mortos em violentos protestos anti-Israel e, em alguns casos, em ataques de colonos judeus.

Israel reprimiu o território imediatamente após o ataque do Hamas, fechando passagens e postos de controle entre cidades palestinas. Israel afirma que suas forças detiveram mais de 700 suspeitos na Cisjordânia, incluindo 480 membros do Hamas, desde o início das hostilidades.

A retomada dos ataques aéreos por parte de Israel - que numa operação em julho, em Jenin, atingiu um nível de intensidade nunca visto desde a revolta palestina há duas décadas - sugere uma mudança nas táticas.

Os militares israelenses descreveram a Mesquita Al-Ansar em Jenin como um complexo pertencente ao grupo terrorista Hamas e à Jihad Islâmica, grupo palestino menor e mais radical. Eles dizem que os terroristas realizaram vários ataques nos últimos meses e planejavam outro atentado.

A intensificação da violência dá sequência a mais de um ano de escalada de ataques e detenções na Cisjordânia e de ações mortíferas de palestinos contra israelenses.

Assentamentos são vistos como entraves a diálogo

Israel capturou a Cisjordânia, juntamente com a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, na guerra de 1967. Os palestinos querem todos os três territórios para um futuro Estado. Mais de 500 mil israelenses vivem em assentamentos em toda a Cisjordânia que a maior parte da comunidade internacional considera ilegais, enquanto os mais de 2,5 milhões de palestinos do território vivem sob o domínio militar de Israel.

Os palestinos consideram os assentamentos o maior obstáculo à resolução do conflito com Israel. As últimas negociações de paz sérias e substantivas fracassaram há cerca de uma década.

A violência dos colonos contra os palestinos também se intensificou desde o ataque do Hamas. Pelo menos cinco palestinos foram mortos por colonos, segundo as autoridades palestinas, e grupos de direitos humanos dizem que eles incendiaram carros e atacaram pequenas comunidades beduínas, forçando-os a se retirar para outras áreas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou neste sábado, 8, a advogada Verônica Abdalla Sterman para uma cadeira no Superior Tribunal Militar (STM). A indicação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), no Dia Internacional da Mulher.

A advogada precisa ser sabatinada pelo Senado e ter o nome aprovado pela Casa para assumir a vaga no tribunal superior responsável por julgar crimes militares.

Caso tenha o nome chancelado, Verônica Sterman assumirá cadeira na Corte destinada à advocacia que será aberta em abril, com a aposentadoria do ministro José Coêlho Ferreira, atual vice-presidente do tribunal.

O nome de Verônica Sterman era defendido pela primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e pela nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

A advogada defendeu Gleisi e o ex-marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo, em casos da Operação Lava Jato.

A petista fez uma publicação no Instagram sobre a nomeação da advogada. "Parabéns Verônica! Parabéns presidente", escreveu Gleisi na rede social, neste sábado.

Pressão

A indicação para a vaga é de livre escolha do presidente da República, desde que requisitos sejam cumpridos, como ter mais de 35 anos de idade e notável saber jurídico. Lula, contudo, era pressionado para escolher uma mulher.

Publicamente, a ministra Maria Elizabeth Rocha, que assumirá a presidência do STM na próxima quarta-feira, fez um apelo ao presidente.

"Estou aqui clamando ao presidente para que eu tenha uma companheira que possa, junto comigo, defender as questões de gênero. Muitas vezes, por eu ser a única na Corte, minha voz é pouco ouvida. Mas não me rendo à homogeneidade", declarou a ministra durante entrevista à CNN Brasil no último dia 1.º.

Se for aprovada pelos senadores, Verônica Sterman será a segunda mulher nomeada ministra da Corte superior.

Maria Elizabeth Rocha foi a primeira ministra indicada para o STM desde 1808, quando o tribunal foi criado por d. João VI. Ela também foi nomeada por Lula, em 2007, para a vaga destinada à advocacia.

Preterida

Verônica Sterman é formada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com mestrado em Direito Penal pela Universidade de São Paulo (USP). Aos 40 anos, é sócia do escritório da Abdalla Sterman Advogados.

Em agosto do ano passado, a advogada foi preterida por Lula na indicação para uma vaga no Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF-3). Na ocasião, ele escolheu Marcos Moreira, apadrinhado de Luiz Marinho, ministro do Trabalho.

Lula é alvo e críticas por priorizar homens nas indicações para os tribunais superiores. Neste terceiro mandato, por exemplo, o petista escolheu Cristiano Zanin e Flávio Dino para cadeiras no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em um vídeo publicado no Instagram, o presidente disse esperar que a Corte tenha compreensão para diferenciar o que é crime militar do que é crime comum.

"Eu tenho certeza de que você e a Maria Elizabeth vão mudar a história do STM. Um STM que tenha a compreensão do que é crime militar e do que é crime comum. Eu acho que vai ser bom para a sociedade, para o STM e para as mulheres", afirmou o petista, ao lado da advogada.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo informou neste sábado, 8, que atualmente o total 45,6% dos servidores federais ativos são mulheres, um aumento de 3,21% em relação a 2022. Em ponto porcentual, o aumento foi de 0,8 p.p.

Até o início de 2025, eram 261,4 mil servidoras, do total de 572,8 mil ativos.

Os dados foram compilados pelo Observatório de Pessoal do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).

Já entre os cargos de direção e assessoramento criados pelo atual governo, 76% são ocupados por mulheres, segundo o estudo, em um total de 1,2 mil postos criados.

Essas ocupações estão incluindo coordenadorias-gerais, diretorias, assessorias especiais, secretarias e equivalentes. No geral, há 11,4 mil funcionários no setor público nesses cargos, sendo apenas 39,2% ocupados por mulheres.

Com voto da ministra Carmén Lúcia neste sábado, 8, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para tornar réus os deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA) e Pastor Gil (PL-MA), além do suplente de deputado Bosco Costa (PL-SE), por corrupção pelo uso indevido de emendas parlamentares.

Além de Cármen Lúcia, os ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, que é relator do caso, também votaram a favor de aceitar a denúncia ofertada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta que o trio cobrava uma propina de 25% dos recursos destinados para o município de São José de Ribamar, na Região Metropolitana de São Luís, capital maranhense.

Os parlamentares negam irregularidades no direcionamento dos recursos. As defesas pediram ao STF a rejeição da denúncia por falta de provas.

Os ministros Flávio Dino e Luiz Fux, que completam a Primeira Turma, ainda não apresentaram seus votos. O julgamento corre até o dia 11 de março no plenário virtual do STF.

Segundo a denúncia da PGR, baseada em investigação da Polícia Federal (PF), os três parlamentares teriam pedido propina de R$ 1,66 milhão em troca de R$ 6,67 milhões destinados ao município na área da saúde.

Entre as provas coletadas pela PF, estão conversas em que os deputados mencionam reuniões para cobrar pagamento de comissões, além da organização de agendas com autoridades do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os nomes dos três deputados foram antecipados em outubro do ano passado pelo Estadão.

Na época, foi revelado que a PF encontrou, no celular de Maranhãozinho, uma troca de mensagens com os outros dois deputados e também com o empresário Josival Cavalcanti da Silva, o Pacovan, sobre a negociação de emendas para o município.

A investigação que levou à denúncia dos parlamentares é um desdobramento de uma operação iniciada no Maranhão em dezembro de 2020.

Na ocasião, um prefeito do Estado denunciou à PF que Pacovan cobrava propina e dizia que atuava para parlamentares.

A PF apreendeu, entre os papéis desse investigado, uma lista com nomes dos parlamentares denunciados.