Jornalistas argentinos dizem que ajuda de assessores de Lula foi 'fundamental' para Massa

Internacional
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Jornalistas do canal argentino C5N, mesmo que ironizou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao vivo neste domingo, 22, disse que a ajuda de assessores do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi "fundamental" para que o candidato governista, Sergio Massa, ficasse em primeiro lugar na votação e fosse para o segundo turno das eleições na Argentina.

"Parece que foram fundamentais nessa etapa os assessores brasileiros de Lula da Silva, que entenderam o fenômeno Milei porque haviam entendido o fenômeno Bolsonaro. E como entrar no fenômeno Javier Milei? Não é por meio da discussão de ele estar louco ou não, mas sim pelas suas ideias", disseram os jornalistas de um noticiário do canal sobre as eleições.

Um grupo de marqueteiros que fez campanhas de Lula e do PT nos últimos anos foi para Buenos Aires depois das prévias na Argentina e tem acompanhado Massa desde então. Entre essas prévias e o primeiro turno das eleições, o candidato do governo saiu do terceiro para o primeiro lugar, ficando, neste domingo, mais de 6 pontos porcentuais na frente do rival Milei.

O C5N é o canal de notícias mais visto da Argentina. No programa deste domingo, a bancada disse que Lula está "obcecado" com o país e que, junto de outros líderes de esquerda, está "fazendo o impossível para ajudar positivamente".

Eles também relembraram uma exortação que Lula teria feito a Massa, quando o ministro da Economia argentino veio ao Brasil. "Você tem que ganhar as eleições. Pare de contar dólares e vá ganhar as eleições", teria dito o petista. Ele é bastante próximo do atual presidente da Argentina, Alberto Fernández, com quem teve vários encontros nos primeiros meses do mandato.

Milei é opositor declarado de Lula, a quem já chamou de "ladrão", "comunista" e "presidiário". Além disso, tem o endosso e o apoio do clã Bolsonaro. O ex-presidente e o libertário argentino fizeram vídeos pedindo voto um para o outro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, foi pessoalmente à Argentina acompanhar a apuração correligionário.

Além da questão ideológica, pesa a promessa feita por Milei de cortar relações comerciais com o Brasil, caso seja eleito. "Não só não farei negócios com a China, como não farei negócios com nenhum comunista. Sou um defensor da liberdade, da paz e da democracia. Os comunistas não se enquadram nisso, nem os chineses, nem Putin, nem Lula", disse o libertário em setembro, ao jornalista estadunidense Tucker Carlson. Outra promessa do libertário é sair do Mercosul.

Um dos gestos mais fortes feito pelo governo brasileiro a favor de Massa foi intervir na liberação de um empréstimo bilionário para a Argentina por meio do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). O país atravessa forte instabilidade econômica e Massa é o atual ministro da Economia. Por causa desse episódio, Milei acusou Lula de minar sua candidatura.

Nesta segunda, ministros do governo Lula parabenizaram Massa pelo resultado no primeiro turno das eleições e pediram votos para ele. Fernando Haddad, ministro da Fazenda, não comentou especificamente o resultado, mas disse que acompanha o pleito "com interesse por causa do Mercosul".

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O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi criticado por bolsonaristas depois de se reunir com o influenciador e entusiasta da tecnologia bitcoin Renato "38tão", crítico ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Renato já se referiu a Bolsonaro como um representante da "extrema esquerda".

Registros dos dois foram compartilhados por Renato em seus perfis nas redes sociais nesta terça-feira, 10. Nikolas não compartilhou as imagens em que os dois aparecem juntos em suas páginas.

Ele já afirmou em um podcast que, em sua opinião, o governo de Bolsonaro foi mais alinhado à esquerda do que o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Como justificativa, apontou a indicação dos ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF). Os dois seriam, segundo ele, "petistas declarados".

O encontro não foi bem-visto por aliados de Jair Bolsonaro. No X, antigo Twitter, o deputado federal Mario Frias (PL-SP) classificou a postura de Nikolas como "absurda".

"Não acho que seja uma postura digna de alguém que se diz aliado do presidente Bolsonaro, fazer foto e vídeo, aos risos, com duas pessoas que chamam o presidente de cadela, covarde e outros xingamentos baixos e vis", escreveu o parlamentar.

Renato publicou também um vídeo em que explica em que condições ocorreu a reunião. "Meu objetivo era educá-lo sobre o bitcoin e sobre o projeto do deputado Eros Biondini, que trata da reserva de bitcoin e do direito a auto custódia. Chegando lá, o Nikolas passou boa parte do tempo tentando me convencer de que Bolsonaro ainda é a melhor solução para o Brasil", escreveu o influenciador, que disse ter "aceitado" encontrar com o parlamentar mineiro.

O vereador de Belo Horizonte Vile Santos (PL) se apressou para se responsabilizar pelo encontro. "Tratamos sobre o bitcoin, que é uma das minhas bandeiras em BH e sobre o qual o Renato é um especialista. Levei a pauta ao Nikolas para que ele nos ajude em âmbito federal. Conversar com uma pessoa não significa validar tudo o que ela diz", disse.

A situação motivou posts do deputado André Janones (Avante-MG), que debochou: "O deputado chupetinha está pulando fora do barco afundando", zombou.

O senador Eduardo Girão (Novo) apresentará um pedido de impeachment contra o procurador-geral da República, Paulo Gonet, na próxima quarta-feira, 12. O parlamentar bolsonarista convidou outros senadores a assinarem o documento, que aponta, segundo Girão, omissões e violações de princípios por parte do procurador.

"O Brasil viu cenas dantescas de coação contra Mauro Cid, além de áudios vazados que revelam uma articulação prévia para incriminar adversários políticos. Isso não pode passar impune", disse o senador em pronunciamento nesta segunda-feira, 10.

Os vídeos da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência no governo Jair Bolsonaro (PL), divulgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mostram que Cid foi avisado de que poderia sair preso se caísse em novas contradições. Aliados de Bolsonaro têm sustentado a narrativa de que Cid foi coagido durante sua delação para questionar a legitimidade das informações fornecidas por ele e desqualificar as investigações.

O parlamentar também convocou a população para participar das manifestações do próximo domingo, 16. Como mostrou a Coluna do Estadão, Bolsonaro desautorizou aliados que começaram a defender a palavra de ordem "impeachment já" para os protestos, que ocorrerão em todo o País. Organizadores da manifestação argumentam que a estratégia em curso é para desgastar Lula ao máximo e deixar o governo "sangrar" até a eleição de 2026.

Girão, no entanto, pediu que os apoiadores peçam o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, do presidente Lula e do procurador-geral da República, Paulo Gonet.

A expectativa dos bolsonaristas é reunir um milhão de manifestantes em Copacabana no dia 16. O ex-presidente disse que discursará em Copacabana durante os protestos e que o ato também contará com falas da ex-primeira-dama Michelle e do pastor Silas Malafaia.

O Supremo Tribunal Federal decidiu, por unanimidade, tornar réus os deputados Josimar Maranhãozinho (MA) e Pastor Gil (MA) e o suplente Bosco Costa (SE), todos do PL, por corrupção na distribuição de emendas parlamentares. Os parlamentares negam as acusações.

No último mês, o ministro Cristiano Zanin, relator do caso, havia votado a favor da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Zanin afirmou que há "consideráveis indícios de autoria e materialidade", ou seja, elementos que sugerem a participação dos deputados em desvios.

"Contra os três parlamentares há evidências produzidas ao longo da investigação criminal indicando que teriam atuado em concertação ilícita para solicitar ao Prefeito José Eudes Sampaio Nunes o pagamento de vantagem indevida, o que caracteriza, em tese, o delito de corrupção passiva", afirma o ministro Cristiano Zanin, relator do caso, na decisão.

Zanin foi acompanhado por Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia. O julgamento ocorreu no plenário virtual do STF.

Segundo a PGR, os parlamentares pediram propina de 25% sobre as emendas, ou R$ 1,66 milhão em troca de R$ 6,67 milhão destinados ao município. O ex-prefeito de São José de Ribamar, no Maranhão, José Eudes Sampaio Nunes narrou cobranças e intimidações em troca da destinação das verbas ao município.

"Os elementos informativos demonstram, portanto, que os denunciados formaram organização criminosa, liderada por Josimar Maranhãozinho, voltada à indevida comercialização de emendas parlamentares", afirma a denúncia.

As defesas dos acusados negam as acusações, alegando falta de provas e inépcia da denúncia. O STF também aceitou a denúncia contra outras cinco pessoas envolvidas no suposto esquema, João Batista Magalhães (ex-assessor parlamentar), Antônio José Silva Rocha (ex-prefeito de Água Doce), Abraão Nunes Martins Neto (policial militar reformado), Adones Gomes Martins (irmão de Abraão) e Thalles Andrade Costa (filho de Bosco Costa).