Quem são os brasileiros que deixaram a Faixa de Gaza para vir ao Brasil

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O grupo de 32 pessoas formado por brasileiros e familiares repatriados da Faixa de Gaza em meio ao confronto entre Israel e o grupo terrorista Hamas deve chegar em Brasília no fim desta segunda-feira, 13, após terem sido retirados pela equipe do Itamaraty. Formado por famílias de brasileiros e palestinos, o grupo possui 6 homens, 9 mulheres e 17 crianças.

Uma parte dos repatriados chega ao Brasil pela primeira vez. Outra já tinha morado no País. É o caso de Hasan Rabee, que se tornou conhecido nas redes sociais desde que a ofensiva israelense sobre a Faixa de Gaza começou em outubro, em resposta à ação do grupo terrorista Hamas contra Israel, por relatar a situação do enclave.

A maioria deles chega ao Brasil ao lado de familiares mais próximos, mas deixaram outros parentes em Gaza. Para alguns, essa situação tornou a repatriação uma decisão difícil, apesar do colapso humanitário no território palestino. Pelo menos uma das famílias, do palestino Mohammad Farahat e da brasileira-palestina Hadil Yusuf el Duwaik, pretendem voltar para o enclave quando as condições de segurança forem restabelecidas.

No Brasil, eles serão acolhidos e terão a documentação expedida. Ao chegar em Brasília, devem permanecer por dois dias para descansar e receber atendimento médico e psicológico. Depois, quem não tiver moradia seguirá para São Paulo, onde ficarão em centros de acolhimento.

A lista original contava com 34 nomes, mas duas pessoas - mãe e filha brasileiras - decidiram permanecer em Gaza por motivos pessoais.

Abaixo, saiba quem são alguns integrantes do grupo de brasileiros repatriados:

Hasan Rabee

Palestino com cidadania brasileira, Hasan Rabee tem 30 anos e morava em São Paulo desde 2014, quando saiu da Faixa de Gaza para o Brasil durante uma das ofensivas militares de Israel no enclave, nomeada Operação Margem Protetora. Na cidade, recebeu status de refugiado, conseguiu emprego como vendedor de acessórios para celulares e passou a atuar na ONG Refúgio Brasil, presidida pela palestina Faysa Daoud. Suas duas filhas, de 6 e 3 anos, nasceram no País.

Duas semanas antes do atual conflito, Hasan voltou a Gaza para visitar a mãe, que sofre de problemas de saúde, e o restante da família. Ele estava com a esposa e duas filhas e pretendia ficar no território para cuidar da mãe.

Desde que a guerra eclodiu, Hasan passou a relatar nas redes sociais a situação dentro da Faixa de Gaza. Informalmente, ele se tornou o principal porta-voz do grupo de brasileiros que estavam presos no enclave. "O Hasan é uma pessoa muito inteligente e gentil, sempre está junto comigo", disse Faysa Daoud.

Shahed al-Banna

Shahed al-Banna, de 18 anos, nasceu na Faixa de Gaza, mas viveu durante seis anos em São Paulo, onde a sua mãe de origem palestina nasceu e se casou. Ela retornou para Gaza com a irmã, Shams al-Banna, de 13 anos, há um ano e meio, quando a sua mãe adoeceu e decidiu ir para o enclave para ficar perto da mãe, avó de Shahed. A mãe faleceu pouco tempo depois por causa de um câncer.

Desde que o conflito eclodiu, Shahed também passou a relatar a situação vivida na região. Ela foi para a casa de uma tia e depois para uma escola que serviu de abrigo para o grupo de brasileiros e palestinos. Quando foram orientados a sair do local pelas forças de Israel, ela relatou que estavam desesperados.

Ela volta para o Brasil com a irmã e a avó, identificada como Jamila, de 64 anos.

Monir Bader e Noura Bader

Monir Bader e Noura Bader moraram como refugiados em São Paulo, são casados e possuem dois filhos.

Monir permaneceu por volta de oito anos no Brasil, após sair da Faixa de Gaza durante uma operação militar de Israel no passado. No Brasil, conquistou a cidadania brasileira e morou em São Paulo com a esposa e três filhos.

Noura Bader também morou na capital paulista e seu rosto está estampado em um mural do artista Kobra no Museu do Imigrante, na Zona Leste da cidade.

O casal possui três filhos: Bader Monir Bader, de 11 anos; Rose Monir Bader, de 9 anos; e Mohamed Monir Bader, de 4 anos. Os dois primeiros nasceram em territórios palestinos. Mohamed nasceu no Brasil.

Com problemas financeiros no Brasil, a família foi para o Egito em janeiro deste ano, mas ficaram pouco tempo. Em fevereiro, foram para a Faixa de Gaza. No enclave, Monir trabalhava como motorista, e Noura estava com dificuldades para conseguir emprego. A família teve a casa destruída em um bombardeio israelense.

O filho mais velho do casal, Bader Monir, apareceu em um dos vídeos gravados dentro da Faixa de Gaza após a guerra entre Israel e o Hamas eclodir. No vídeo, ele está abrigado em uma escola e diz que quer sair do enclave para não morrer. "Lá no Brasil, a gente vai ter muito mais segurança", diz.

Ahmad El Ajrami

Ahmad El Ajrami estava há dois meses na Faixa de Gaza. Ele morou em Cuiabá, no Mato Grosso, entre 2012 e 2019. Ele trabalhou no Brasil como motorista de aplicativo e em uma papelaria. Durante esse período, aprendeu a falar português com conhecidos e chegou a se matricular em uma universidade para aprender a ler e a escrever português.

Ele é o único da sua família a voltar para o Brasil. O restante continuou na Faixa de Gaza. A casa onde morava no enclave foi totalmente destruída.

No Brasil, Ahmad deve morar a princípio com a família de Shahed al-Banna, que o acolheu durante o tempo de espera para sair da Faixa de Gaza.

Mohammad Farahat e Hadil Yusuf el Duwaik

A família palestina-brasileira Farahat chegam ao Brasil com quatro filhos, com idades de 11 a 18 anos. Os quatro moravam na Cidade de Gaza e tiveram a vizinhança bombardeada durante o conflito. A princípio, a família disse ao governo brasileiro que não desejava serem repatriados ao Brasil, mas mudaram de ideia após terem a garantia de ajuda e local seguro para viverem enquanto o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas permanecer nas condições atuais.

A esposa de Mohammad e os filhos têm dupla nacionalidade. Ele é palestino, mas foi autorizado a acompanhar a família. A família pretende voltar à Faixa de Gaza assim que houver condições de segurança para estarem com o restante da família.

Em entrevista à GloboNews no fim de outubro, Mohammad afirmou que mesmo no Brasil a família teria de conviver com o estresse e a preocupação com o restante da família que permanece no enclave.

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A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), lidera o ranking de aprovação entre os chefes de Ministérios do governo Lula, de acordo com uma pesquisa da AtlasIntel. O levantamento aponta que Tebet é a mais bem avaliada pelos brasileiros, enquanto o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, registra a maior rejeição.

Com 62% de aprovação, Tebet se destaca como a ministra mais bem avaliada, seguida por Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos e Cidadania, ambos com 54%. Wellington Dias, responsável pela Assistência Social, aparece com 51%, enquanto Ricardo Lewandowski, da Justiça, soma 47% de aprovação.

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O levantamento também questionou os entrevistados sobre a necessidade de uma reforma ministerial no governo Lula. A maioria, 58%, afirmou que o presidente deve promover mudanças na equipe, enquanto 30% defenderam a manutenção dos atuais ministros e 12% não souberam opinar.

Quando perguntados sobre o impacto dessas possíveis alterações, 51% acreditam que trocas na equipe podem melhorar o governo, ao passo que 29% consideram que não haveria diferença significativa, e 20% não souberam responder.

Entre as prioridades para uma eventual reforma, a melhoria na articulação política foi apontada como a mais urgente, mencionada por 34% dos entrevistados. Em seguida, aparecem a busca por maior eficiência na gestão pública (28%) e a substituição de ministros com altos índices de rejeição (22%).

O presidente Lula deu início a sua reforma ministerial na última semana. Nísia Trindade deixou o comando do Ministério da Saúde, sendo substituída por Alexandre Padilha, que, por sua vez, abriu espaço para Gleisi Hoffmann assumir a Secretaria de Relações Institucionais.

O Brasil caiu seis posições no ranking global de democracia (Democracy Index) de 2024, elaborado pela empresa de inteligência da The Economist, ficando agora no 57º lugar.

No capítulo dedicado ao Brasil, intitulado 'democracia brasileira em risco', o estudo afirma que a polarização política aumentou na última década e gerenciar o impacto das plataformas de mídia social na democracia brasileira tem sido problemático, o que levou a Suprema Corte a "passar do limite".

O documento diz que a questão chegou ao auge em agosto de 2024, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou o bloqueio à empresa de mídia social X porque representava uma "ameaça direta à integridade do processo democrático" antes das eleições locais nacionais de outubro de 2024.

"Restringir o acesso a uma grande plataforma de mídia social dessa forma por várias semanas não tem paralelo entre países democráticos. A censura de um grupo de usuários ultrapassou os limites do que pode ser considerado restrições razoáveis à liberdade de expressão, especialmente no meio de uma campanha eleitoral", argumenta o texto. E acrescenta: "Tornar certos discursos ilegais, com base em definições vagas, é um exemplo de politização do judiciário".

Na sequência, a The Economist cita um levantamento do Latinobarómetro de 2023 sobre liberdade de expressão que apontou que 64% dos brasileiros afirmaram que ela "é mal garantida ou não é garantida", porcentual que estaria acima da média regional de 45%.

Além disso, 62% dos brasileiros dizem que não expressam suas opiniões sobre os problemas que o País enfrenta, ficando atrás apenas de El Salvador e bem acima da média regional de 44%.

A pontuação do Brasil, segundo a pesquisa, também foi afetada negativamente por novos detalhes da "suposta tentativa de golpe" em 2022 contra o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e membros do STF, que teria sido organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e membros do alto escalão das Forças Armadas, que negam irregularidades.

"O plano de golpe também sugere que há uma tolerância perturbadora à violência política no Brasil que está ausente em democracias mais consolidadas", afirma a pesquisa.

O ranking de democracia da The Economist é liderado pela Noruega, seguido pela Nova Zelândia e Suécia. Coreia do Norte, Mianmar e Afeganistão ocupam as três ultimas posições, de uma lista de 167 países.

O procurador Carlos Alberto de Souza Almeida, que atua junto ao Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), foi condenado a devolver R$ 4,5 milhões que recebeu em salários retroativos e indenização.

O Estadão busca contato com o procurador.

O valor engloba vencimentos referentes ao período em que aguardou ser convocado no concurso público (1999-2005) e uma indenização por dano moral pela "nomeação tardia".

O montante a ser restituído aos cofres públicos pode chegar a R$ 7 milhões considerando juros e correção monetária. Como a decisão foi tomada na primeira instância, ele pode recorrer.

Carlos Aberto só foi classificado depois de conseguir anular judicialmente questões da prova, o que ocorreu em dezembro de 2005, seis anos após o concurso. Em um dos ofícios no processo, ele chegou a renunciar "a quaisquer efeitos pecuniários que lhe possam atribuir a sentença".

Em 2018, quando já estava no cargo, o procurador deu entrada em um processo administrativo para receber "vencimentos e outras parcelas remuneratórias conexas, não percebidas no período de 17/06/1999 a 30/12/2005", além da indenização por dano material.

O pedido foi aprovado pelo Tribunal de Contas do Amazonas e as parcelas foram depositadas entre outubro de 2018 e outubro de 2019.

A juíza Etelvina Lobo Braga, da Vara da Fazenda Pública de Manaus, afirma na sentença que o procurador "agiu de forma temerária e com prática duvidosa, quando postulou direitos aos quais ele mesmo já havia expressamente renunciado".

A decisão afirma ainda que a ordem de pagamento do Tribunal de Contas é "flagrantemente indevida".

"A nomeação e posse decorrente de ordem judicial, bem como ulterior exercício no cargo de Procurador de Contas, do requerido Carlos Alberto de Souza Almeida, não se deram de forma tardia, mas sim por ordem judicial, que não deveria gerar direito à indenização, razão pela qual houve equívoco e ilegalidade da Corte de Contas, que não atentou, também, à renúncia expressa firmada nos autos pelo candidato", diz a sentença.