Nova Zelândia: novo premiê retira veto ao cigarro para jovens para financiar corte de impostos

Internacional
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O novo primeiro-ministro da Nova Zelândia retirou o veto ao cigarro para jovens, instituído em dezembro de 2022, para financiar o corte de impostos em outras áreas. A medida foi divulgada na sexta-feira, 24, pela coalizão do governo do conservador Christopher Luxon, que assumiu o cargo de premiê nesta segunda-feira, 27. As autoridades de saúde pública acreditam que a retirada vai custar milhares de vidas e será "catastrófica".

A legislação era considerada pioneira e introduziu a proibição da venda de cigarro para os nascidos a partir de 2009, o que faz com que a idade mínima cresça a cada ano. Outras medidas incluíram a redução de nicotina nos produtos de tabaco e venda exclusiva em tabacarias especiais, que acabou por reduzir os pontos de venda de 6 mil para 600 em todo o país.

A lei foi projetada para evitar milhares de mortes relacionadas ao tabagismo e deveria ser implementada em julho de 2024. Entretanto, o partido National (Nacional) concordou em revogar as emendas como parte do acordo de coalizão do partido populista New Zealand First (Nova Zelândia Primeiro).

A nova ministra das Finanças, Nicola Willis, afirmou no sábado (25) que a suspensão vai acontecer antes de março de 2024. Os pontos de venda deverão voltar a aumentar e a idade mínima vai permanecer a atual, de 18 anos.

A receita da venda de cigarros vai ser utilizada para financiar o plano tributário do novo governo, que inclui corte de impostos, e foi uma alternativa à rejeição de uma proposta por parte do New Zealand First que permitia o retorno de estrangeiros ao mercado imobiliário ."Voltando àquelas fontes extras de receita e outras áreas de poupança que nos ajudarão a financiar a redução de impostos, temos que lembrar que as mudanças na legislação antifumo tiveram um impacto significativo nas contas do governo, cerca de US$ 1 bilhão", disse Willis.

Em entrevista à imprensa do país, o primeiro-ministro Christopher Luxon disse que a reversão evitaria o surgimento de um mercado paralelo de tabaco e impediria que as lojas fossem alvo de crimes. "Concentrar a distribuição de cigarros em uma loja em uma pequena cidade será um enorme ímã para o crime", disse à Radio New Zealand.

Autoridades e especialistas em saúde pública criticaram a revogação nesta segunda-feira, 27. "Esta é uma grande perda para a saúde pública e uma grande vitória para a indústria do tabaco, cujos lucros serão impulsionados às custas das vidas dos jovens", disse Boyd Swinburn, copresidente da Coalizão de Saúde Aotearoa (HCA, na sigla em inglês) na Nova Zelândia, segundo noticiado pela agência de notícias Reuters.

A HCA apontou para pesquisas acadêmicas que descobriram que as leis poderiam ter economizado cerca de US$ 1,3 bilhão em custos do sistema de saúde em 20 anos e reduzido as taxas de mortalidade.

Especialistas também rejeitam a ideia que a proibição criaria um mercado paralelo. A medida foi planejada para ser implementada de forma gradual justamente para evitar o fenômeno. Após ser aprovada na Nova Zelândia, o modelo inspirou uma legislação semelhante no Reino Unido. (Com agências internacionais).

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Pesquisa CNT divulgada nesta terça-feira, 25, mostrou que 69,4% dos brasileiros não tiveram conhecimento sobre a eleição realizada para a escolha dos presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, em fevereiro deste ano. De acordo com a sondagem, somente 28,8% dos brasileiros tiveram conhecimento da realização das eleições para esses cargos, e um total de 1,8% não soube ou não respondeu.

O levantamento indicou ainda que, para 68,6% dos brasileiros, a escolha dos presidentes do Senado e da Câmara afetam diretamente a vida da população. Na opinião de 21,5% dos entrevistados, essas eleições não afetam diretamente a população, e 9,5% não souberam ou não responderam.

Pesquisa CNT divulgada nesta terça-feira, 25, mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera as pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República em 2026, mas com dificuldades no segundo turno contra seus adversários. O petista tem 30,3% das intenções de voto no cenário contra Jair Bolsonaro (PL), que tem 30,1%.

O ex-presidente, no entanto, está inelegível - o que o impede de ser candidato no ano que vem. Por isso, a Pesquisa CNT testou outros cenários com candidatos que podem vir a ser apoiados por Bolsonaro: o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Tanto Eduardo quanto Tarcísio têm de 13% a 14% de intenções de voto, bem abaixo de Jair Bolsonaro. A distância até as eleições e o impasse na direita bolsonarista sobre quem será o candidato, no entanto, ajudam a explicar o afastamento entre o porcentual de intenções de votos do ex-presidente e de seus aliados.

Como o próprio Lula não tem confirmado que será candidato, a Pesquisa CNT também testou um cenário em que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, seja o candidato do PT à Presidência da República em 2026. Haddad teve 16,2% das intenções de voto, atrás apenas de Ciro Gomes (PDT), que teve 19,7% das intenções de voto. Neste cenário, o candidato bolsonarista é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que teve 14,4% das intenções de voto.

No segundo turno, porém, o cenário é desfavorável para os petistas. De acordo com os dados da pesquisa, Lula está numericamente atrás de Bolsonaro nas intenções de voto (43,4% para o ex-presidente contra 41,6% para o petista) e pouco à frente de Tarcísio (41,2% para o presidente contra 40,7% para o governador). Haddad, por sua vez, está atrás de Bolsonaro (43,1% para o ex-presidente contra 39,4% para o ministro) e de Tarcísio (38,3% para o governador contra 37,3% para o ministro). Essas diferenças, no entanto, estão dentro da margem de erro da pesquisa, de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos.

Na pesquisa espontânea, Lula está na liderança, com 23,5% dos entrevistados dizendo que votariam nele sem que nenhum nome de candidato fosse apresentado. Bolsonaro vem logo atrás, com 19,6% das intenções de voto nesse cenário. Os demais políticos têm porcentuais ínfimos: Tarcísio de Freitas tem 1,8%, Pablo Marçal, 0,9%, Nikolas Ferreira, 0,9%, e Ciro Gomes, 0,8%.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aparece à frente em três cenários testados pelo instituto Paraná Pesquisas para as eleições estaduais de 2026, conforme levantamento divulgado nesta terça-feira, 25. No entanto, a pesquisa indica que ele poderia enfrentar um segundo turno em disputas contra o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o empresário Pablo Marçal (PRTB), recentemente condenado pela Justiça Eleitoral de São Paulo e inelegível. Cabe recurso da decisão.

A pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 23 de fevereiro de 2025, ouvindo 1.650 eleitores em 86 municípios paulistas. A margem de erro é de 2,5 pontos porcentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

No primeiro cenário estipulado, Tarcísio aparece com 37,8% das intenções de voto, seguido por Alckmin, que registra 24,7%. Pablo Marçal soma 16,2%, enquanto o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), tem 4,8%, e o ex-prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), 3%. Nesse contexto, Alckmin impediria uma vitória do atual governador no primeiro turno caso considerados apenas os votos válidos.

Quando a disputa ocorre sem Alckmin, Tarcísio amplia sua vantagem. No segundo cenário, ele aparece com 40,3%, seguido por Marçal, com 17,6%, e Márcio França (PSB), que soma 12,7%. Alexandre Padilha atinge 7,1% e Paulo Serra, 5%. Ainda assim, o levantamento sugere que um segundo turno seria necessário entre Tarcísio e Marçal.

Já no terceiro cenário, sem Alckmin e Marçal, Tarcísio chega a 48,6% das intenções de voto, enquanto França tem 16,6%. Alexandre Padilha aparece com 8,5% e Paulo Serra, com 5,9%. Nesse contexto, o governador venceria no primeiro turno.

Disputa sem Tarcísio

O levantamento também simulou cenários sem a participação de Tarcísio de Freitas. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), lidera os panoramas em que é incluído como opção de voto.

Em um dos cenários testados, Nunes aparece com 27% das intenções de voto, seguido por Marçal, com 25,6%, em empate técnico. Márcio França soma 17%, Padilha tem 6,3% e Paulo Serra, 5,1%.

Em cenários sem Tarcísio nem Nunes, Márcio França e a ex-ministra e ex-prefeita Marta Suplicy (PT) figuram em empate técnico. Em um dos cenários testados, França tem 18,8%, Marta, 18,3%. Eles são seguidos pelo ex-governador Rodrigo Garcia (sem partido), com 12,3%, o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), com 9,5% e pelo secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD), com 4,7%.